A Evolução da Cobertura do Tênis depois do Sucesso de Gustavo Kuerten

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frase retirada do Caderno de Esportes do Jornal do Brasil de Dezembro de 2000: “Brasileiro quer

aprender mais sobre tênis: Guga é considerado o novo herói, mas as pessoas não entendem

significado de algumas palavras”. Só que ainda assim o esporte e o atleta se popularizam fazendo

com que as vendas de raquetes de tênis no Brasil depois dos feitos de Guga crescessem 130%, o

número de quadras de tênis crescessem 40% e o atleta ainda lança em 2001 um calçado junto à

empresa Grendene S/A que vendeu mais de 3,5 milhões de pares segundo a própria.

COBERTURA DE ESPORTES PELA MÍDIA

A cobertura de esportes pela mídia começou a ganhar mais espaço quando aflorou a paixão

pelo futebol no início do Século XX. Os jornais começaram a dar mais espaço para os cadernos

esportivos e também para a cobertura de futebol. O maior desafio do Jornalismo Esportivo foi

enfrentar o preconceito com aqueles que tinham interesse pelas modalidades, porque se o interesse

pelos esportes, ainda mais pelo futebol vinha daqueles que não tinham poder aquisitivo e muitos

menos cultural, como poderiam ler sobre tal assunto?

Na década de 1960 o Jornalismo Esportivo conseguiu seu espaço com cadernos de esporte

em jornais importantes da época. Tendo como exemplo o surgimento de cadernos de esportes que

ajudaram na criação de grandes jornais da época. “em São Paulo, surgiu o Caderno de Esportes, que

originou o Jornal da Tarde, uma das mais importantes experiências de grandes reportagens do

jornalismo brasileiro” (COELHO, 2003, pg 10). Foi nessa época que o Brasil entrou para lista dos

países com uma imprensa esportiva de larga escala.

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Nos dias de hoje a editoria de esportes não é a editoria que concentra os melhores salários do

jornalismo brasileiro, mas é pra onde os jornalistas recém-formados encontram oportunidades,

sendo de extrema importância para o jornalismo assim como a editoria de cidades. Mesmo que a

editoria de esportes seja popular, por conta da paixão pelo futebol, ainda enfrenta dificuldades em

outros esportes. Como o esporte nacional é o futebol, a cobertura de outros esportes acaba ficando

restrito por conta do mercado que não permite a cobertura de outros esportes crescerem. O que

exemplifica isso bem é o fato de ex-atletas aparecerem como comentaristas de esportes como vôlei,

tênis, ginástica olímpica e basquete como aconteceu nas olimpíadas Rio 2016 onde a Rede Globo

montou um time só de ex-atletas para comentar as modalidades, incluindo Guga, Daiane dos

Santos, Hortência, Giba e outros ex-atletas que eram intitulados como o “Time de Ouro”.

EVOLUÇÃO DA COBERTURA DE TÊNIS COM O SUCESSO DE GUGA

Quando Gustavo Kuerten começou a competir no Torneio de Roland Garros em 1997 o

tenista ocupava a posição de 66 da ATP (Associação de Tenistas Profissionais). A imprensa só

começou a dar atenção ao atleta na terceira rodada do torneio, quando ele ganhou do tenista Thomas

Muster, que ocupava o quinto lugar no ranking da ATP. A partir disso alguns jornais começaram a

trazer o perfil de Guga que até então era desconhecido pra grande parte da população, assim como o

tênis que tinha pouca visibilidade. Mas ainda havia uma distância do assunto por conta dos jornais.

Tratavam o acontecido como algo distinto e pouco se estendiam no assunto, diferente de quando o

tenista competiu em 2001. As reportagens vinculadas em 2001 davam foco para o preparo e

treinamento de Guga para o torneio, até citando que “muitas vezes, o tenista saía direto do jogo para

treinar mais algumas horas as deficiências” (BARTHOLO & SOARES, 2006).

Ainda falando do torneio de 1997, o que ainda ajudou na cobertura dos feitos de Guga foi à

vinculação com o futebol que demonstrava para o povo uma linguagem mais familiar. Mas não

podemos esquecer que a cobertura feita pelos veículos de comunicação sobre o torneio não

narravam aspectos técnicos ou táticos dos jogos disputados. Todas as notícias vinculadas sobre o

assunto davam foco para a vitória do tenista e também a sua representação como um novo herói

nacional.

No torneio de 2000, o mercado para o tênis cresceu e ele passa a ser a mais visível na

imprensa nacional e em outros setores comerciais, se tornando até algo mais lucrativo para algumas

empresas. O ex-jogador brasileiro de tênis Thomas Koch é contratado comentar o torneio com

análises técnicas, ressaltando o ponto de que um jornalista profissionalizado na cobertura de tênis é

ainda é bem difícil. A preocupação das matérias dessa época era narrar os jogos com uma

linguagem específica do tênis, mostrando que o esporte ganhou notoriedade no Brasil.

Mas o que afirma Guga como herói nacional e também demonstra o espaço que o esporte

ganhou na imprensa nacional é a sua vitória na Copa do Mundo de Tênis de 2000 sediada em

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Lisboa. Várias reportagens