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TRABALHO APLICADO: RELATÓRIO ETNOGRÁFICO

Por:   •  22/9/2017  •  2.270 Palavras (10 Páginas)  •  363 Visualizações

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- A responsabilidade do engenheiro civil no exercício de sua profissão e a influência em seu desempenho profissional;

O dia-a-dia do profissional da engenharia envolve a necessidade de se lidar com diversas situações simultaneamente e de tomar decisões imediatas com grandes impactos futuros. Juntando-se isso com más condições de trabalho, muitas vezes realizados em espaços abertos e de alto risco à saúde e à segurança; e a necessidade de se realizar os empreendimentos em prazos curtos e com o mínimo de desperdício, se obtém o perfil característico dos engenheiros civis: profissionais com altos níveis de estresse (COSTA, s.d.)

Em seu artigo Costa (s.d.) cita como consequência do estresse a perda de concentração, a perda da memória de curto prazo e problemas de relacionamento interpessoais; justamente habilidades fundamentais para um engenheiro civil, fazendo com que o profissional entre em um ciclo contínuo, onde seu estresse gera cada vez mais estresse.

Costa (s.d.) fala ainda da importância de intervenções que visem à mitigação do estresse. Segundo o artigo, o interesse em se eliminar o estresse não deve ser somente a nível pessoal, mas a nível empresarial, já que o profissional estressado pode causar prejuízos e expor os demais funcionários a riscos desnecessários.

A cobrança por resultados e a responsabilidade do engenheiro são partes intrínsecas à profissão, porém, quando em níveis avançados, a sobrecarga, tanto de trabalho quanto de responsabilidade, leva o engenheiro à condições de saúde e higiene que não são aceitas e devem ser revistas.

- A valorização do profissional empreendedor diante das grandes empresas;

O curso de engenharia civil, dentre todas as suas possibilidades, permite ao profissional atuar como “autônomo”, em empresa própria, onde ele exerce sozinho as funções de administrador, projetista, executor, vendedor, e tudo mais que for necessário.

Porém, como Araújo e Lezana (2000) escrevem, ao sair da faculdade o engenheiro não tem conhecimentos suficientes nas áreas humanas, como administração e contabilidade, ainda que tenha embasamento técnico para exercer a engenharia. Além disso, o conhecimento técnico obtido na universidade muitas vezes não é suficiente para suprir as necessidades do dia-a-dia, fazendo com que o profissional novato não consiga competir com profissionais experientes.

Contudo, ainda que o recém-formado opte por trabalhar em uma grande empresa, Araújo e Lezana (2009) destacam que atitudes empreendedoras como comprometimento com qualidade, trabalho em equipe, economia e dignidade, são fundamentais para sucesso na carreira.

- A relação entre arquiteto e engenheiro e os resultados dessa união;

Apesar de suas semelhanças, atuando simultaneamente na construção civil, a formação dos profissionais de engenharia e de arquitetura torna estas profissões muito distintas. Enquanto os engenheiros recebem uma bagagem mais técnica, calculista e prática, os arquitetos são carregados com conhecimentos humanos, ambientais e artísticos.

Segundo Rebello et al (2009), anteriormente à Revolução Industrial o profissional responsável por todo processo construtivo era o arquiteto. Na metade do século XVIII, as transformações da Revolução Industrial despertam a necessidade de profissionais especializados, como construtores de pontes, canais e estradas; onde se deu início à separação entre engenheiros e arquitetos.

Com o passar dos anos os arquitetos continuam utilizando-se de materiais tradicionais, enquanto que os engenheiros veem a necessidade de se utilizar novas técnicas e materiais como o aço. E é por isso que, ainda segundo Rebello et al (2009) os arquitetos foram perdendo espaço enquanto que os engenheiros foram ganhando prestígio.

Contudo, apesar dos desentendimentos entre os profissionais, é cada vez mais evidente o que foi dito pelo engenheiro Peter Rice em 1994 (REBELLO et al, 2009):

“o arquiteto, da mesma forma que o artista, é motivado por considerações pessoais, enquanto o engenheiro está essencialmente buscando transformar o problema em algo em que as propriedades essenciais da estrutura, dos materiais ou algum outro elemento impessoal, possam ser expressas. Esta distinção entre criação e invenção é uma chave para entender a diferença entre o engenheiro e o arquiteto, e como ambos podem trabalhar no mesmo projeto, mas contribuindo de formas diferentes”

- A relação entre engenheiro e empregados; relacionada aos resultados do empreendimento e à higiene e segurança do trabalhador;

O ramo da construção civil emprega ambos os extremos dos índices de escolaridade; desde o profissional analfabeto, até o profissional pós-graduado. Uma boa relação entre estes elementos do processo construtivo é imprescindível para o sucesso dos empreendimentos e para que os altos índices de acidentes e doenças relacionadas à profissão sejam diminuídos.

O engenheiro no canteiro de obra tem a função de coordenador e instrutor, direcionando seus funcionários para seus afazeres e supervisionando as execuções. Além disso, como Stefano (2008) salienta em seu trabalho, é obrigação do engenheiro ensinar e conscientizar seus funcionários dos riscos inerentes à profissão; bem como quanto ao uso e importância dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Dessa forma, a relação entre o engenheiro e o empregado é, querendo ou não, uma relação de cobrança, pois o engenheiro é o responsável pela qualidade da construção, tanto em quesitos estéticos quanto de segurança; e é o responsável pela saúde e segurança de seus funcionários. Assim, cabe ao engenheiro cobrar dos trabalhadores, visando garantir tanto a qualidade final do empreendimento quanto o bem estar e a segurança de seus funcionários.

- O papel da engenharia civil na solução dos problemas sociais do Brasil;

Dentro do curso de engenharia civil o estudante é apresentado a diversos temas frequentemente discutidos em debates políticos como transporte público urbano, rodovias, saneamento básico, geração de energia e habitação de interesse social; além de ser ramo que trabalha diretamente com transformações ambientais e que mais emprega profissionais com baixo nível de escolaridade.

Como é discutido no site Engenharia Verde (s.d.), o engenheiro civil tem a função de gestor, devendo instruir e encontrar soluções para problemas complexos, contudo,

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