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TG unip- Entraves e percalços entre o capitalismo, a desigualdade social e seus conflitos

Por:   •  1/12/2018  •  2.106 Palavras (9 Páginas)  •  310 Visualizações

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Globalização -> Apesar de não ser um termo novo, foi a partir da Revolução Industrial e do Pós Guerra que a globalização foi sendo tratada de forma especial e vista com olhares diferentes, principalmente os olhares dos economistas. Visto aqui como um fenômeno da sociedade, ocorrendo em escala mundial, e que abarca os aspectos sociais, culturais, políticos e sobretudo econômicos, numa grande teia global, em que, devido a essa integração, há uma grande interdependência generalizada dos atores desse fenômeno. Como exemplo podemos citar a Grande Depressão de 1929 e a Crise Econômica de 2008, fatos em que, a princípio, se sucederam de forma local e isolada, mas que, devido a sua teia de ligações conectadas mundo afora, ganharam grandes proporções a ponto de afetar o mundo todo. Podemos entender a globalização como a fase mais avançada do capitalismo.

Encurtamento do tempo e distância -> A globalização sob a perspectiva tecnológica fez com que o mundo encurtasse as distâncias temporais e geográficas. Viagens da Europa para a América duravam meses. Hoje, de um continente ao outro, o percurso de uma aeronave não ultrapassa mais que 10 horas. E-mails, que entregam correspondências e contratos de corporações segundos após o seu envio, contrasta drasticamente com as cartas que levavam novidades já não tão novas assim.

Mercado mundial e mudança cultural -> Através do aperfeiçoamento tecnológico e científico, o mundo encurtou, assim houve uma confluência de culturas (essa mudança ou conflito entre culturas é um dos grandes fatores de desentendimento entre os povos, geralmente causada por uma visão preconceituosa e etnocêntrica, que será tratada mais adiante), saberes, economias, etc. As empresas começam a almejar a uma nova clientela, uma clientela internacional, com costumes e hábitos diferentes. O transporte marítimo consegue ter uma grande capacidade de carga de produtos de todos os tipos e dessa forma fazer com que a mundialização da mercadoria se torne não só possível mais constante. Hoje crianças brasileiras brincam com brinquedos chineses e falamos ao celular que foi feito na Coreia do Sul e dirigimos carros construídos (ou ao menos projetados) na França. Ou seja, tudo isso força a sociedade a tomar outros rumos de comportamento e se adaptar ao até então “novo”.

Com base nesse pequeno compêndio de explicação, podemos prosseguir e tentar problematizar aquilo que é entendido por disfunções do capitalismo, principalmente os aspectos que envolvem a desigualdade social e os conflitos de classe. Para Maria Conceição Tavares, a tirania da informação e do dinheiro são apresentadas como os pilares de uma situação em que o progresso técnico é aproveitado por um pequeno grupo em benefícios exclusivos, causando o aprofundamento da competitividade imoral, o surgimento de novos totalitarismos, a confusão dos espíritos e o empobrecimento das massas. Assim:

“Aos atores mais poderosos desta nova etapa da globalização reservam-se os melhores pedaços do Território Global e deixam restos para os outros. Mas a grande perversidade na produção da globalização atual não reside apenas na polarização da riqueza e da pobreza, na segmentação dos mercados e das populações submetidas, nem mesmo na destruição da Natureza. A novidade aterradora reside na tentativa empírica e simbólica de construção de um único espaço unipolar de dominação. A tirania do Dinheiro e da Informação, produzida pela concentração do capital e do poder, tem hoje uma unidade técnica e uma convergência de normas sem precedentes na história do capitalismo”. Maria Conceição Tavares.

Se por um lado, percebemos diariamente o grande progresso das tecnologias e dos ramos científicos; por outro, também é de fácil percepção enxergamos o não aproveitamento dessas benfeitorias por todos os viventes, causando assim uma antítese de difícil explicação. Embora o mundo globalizado tenha se mostrado eficaz na sua busca pelo progresso tecnológico e na capacidade de usar o planeta para usufruir seus recursos naturais, vemos um não progresso humanístico, um conflito entre as classes sociais, geradas pela desigualdade notória e cruel.

Assim, podemos pensar a globalização e seu sistema capitalista sob dois aspectos: o primeiro, como nos fazem vê-lo; o segundo, como ele realmente é; e ainda, segundo O geógrafo Mílton Santos, podemos vê-lo sob uma outra perspectiva: como ele pode ou poderia ser. Mas, como entender essas causas e tentar diminuir essa tensão? E como o Capitalismo lida com isso, já que ele está consolidado em todo o planeta, com raríssimas exceções?

Para entender o que é desigualdade social, necessitamos conceituá-la. Segundo o dicionário de Ciências Políticas, de Noberto Bobbio, desigualdade social indica que os homens estão colocados em posições diferentes no que diz respeito aos bens sociais a que todos, em geral, aspiram, mas cuja disponibilidade é escassa ou controlada. É um conceito que afeta sobretudo países não desenvolvidos, onde não há um equilíbrio no padrão de vida de seus habitantes. Apesar de também ser marcada por outros aspectos, é principalmente na desigualdade econômica que a desigualdade social é marcada de forma mais explícita.

Entre os diversos fatores que proporcionam a desigualdade social (a depender do país, podem haver mais ou menos fatores, como os grupos étnicos, as castas, a xenofobia, o não relativismo cultural, etc) a distribuição de renda e a falta de políticas sociais são as que mais contribuem para esse fenômeno. Para alguns estudiosos, o crescimento da desigualdade social começou com o surgimento do capitalismo. Com a acumulação do capital e da propriedade privada, o poder econômico ficou concentrado nas mãos dos mais ricos, enquanto outros ficaram à margem da sociedade. Para Rousseau, a identificação da propriedade privada é o início de toda a desigualdade social (Rousseau, 1978, p.175):

" o primeiro que, cercando um terreno, se lembrou de dizer: isto é meu, e encontrou pessoas bastante simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, misérias e guerras não teria poupado o gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: Livrai-vos de escutar esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos, e aterra de ninguém!".

Por outro lado, John Locke defendia a propriedade privada como um direito natural do homem, ou seja, em sua capacidade de transformar a natureza pelo trabalho. Se adentrarmos mais ainda na história da humanidade e chegarmos à Grécia Antiga, antes de Cristo, Veremos que as

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