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SERVIÇO SOCIAL E SEU SURGIMENTO

Por:   •  22/11/2017  •  2.606 Palavras (11 Páginas)  •  356 Visualizações

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A questão social surge com a generalização do trabalho livre, que tornou a força de trabalho mercadoria. Com os operários e suas famílias vendem sua força de trabalho as classes dominantes, o que resultou em uma grande exploração do capital, o que impulsionou a luta do proletariado por melhores condições de vida, já que as condições do trabalho eram péssimas. Trabalhavam várias horas, de acordo com a necessidade das empresas, além de não possuírem auxílio doença, e nem férias.

Com a crise econômica o Estado é obrigado a ter um novo posicionamento frente a sociedade e se mostra mais presente na mediação da relação capital/trabalho. Com sua entrada na relação do capital/trabalho o fez assumir responsabilidades pela manutenção, reprodução, qualificação e controle das classes trabalhadoras.

O Estado passa a necessitar de uma nova técnica social e do Serviço Social para que tenha a operacionalização da politica de assistência social. A origem do Serviço Social é muito atrelada ao processo de responsabilização do Estado no campo assistencial.

Os efeitos da exploração capitalista do trabalho assalariado são reconhecidos pela sociedade como problemas sociais, e são esses problemas que vão justificar a ação profissional do assistente social.

A implantação e o desenvolvimento das grandes instituições sociais e assistenciais criarão as condições para a existência de um crescente mercado de trabalho para o campo das profissões de cunho social, permitindo um desenvolvimento rápido do ensino especializado do Serviço Social

Relação do Estado, Igreja, e o surgimento do Serviço Social como profissão

Ao governo brasileiro, enquanto detentor do poder público cabia a responsabilidade de regular os excessos e promover uma vida digna à população, principalmente neste período conturbado da história do país com o crescimento dos grandes centros, o pleno desenvolvimento do Capitalismo e sua implantação no Brasil com a construção de fábricas, gerando no país um forte e expressivo êxodo rural, superlotando as cidades e continuando o mesmo processo de urbanização e deterioração do proletariado. Ajudar e solucionar estes graves problemas da população carente, revoltada e oprimida transformou-se em questão política, pois inúmeras greves explodiram neste período.

O governo, juntamente com os burgueses brasileiros e a igreja Católica uniram-se para tentar sufocar a voz do povo, proporcionando "agrados" para os trabalhadores e suas famílias, criando consensos, onde na ilusão de ajudar aos pobres estaria a solução para a crise, e com as ideias comunistas e liberais agora presentes no Brasil a igreja Católica viu seus valores sagrados ameaçados. Cabia ao Estado a função de promover a paz e aniquilar a desordem nas relações sociais e também com a ameaça do comunismo sobre o capitalismo no país a solução foi a criação de sindicatos, instituições assistenciais, com o apoio da igreja Católica e financiamento dos burgueses.

Com a criação do Centro de Ação social de São Paulo, cabia ao mesmo a responsabilidade de formar os membros que estudavam a doutrina da igreja fundamentando sua ação em sua lei, para auxílio ao proletariado e suas respectivas famílias tornando mais eficiente a atuação das então formadas trabalhadoras sociais, fortalecendo e unindo a coordenação e os esforços nas diferentes atividades e obras de cunho social por eles patrocinados e mantidos. Ainda em 1932 foi ministrado o curso intensivo de filantropia para formação social de moças, promovido pelas cônegas de Santo Agostinho, onde estas apelaram para a criação de uma organização que atendesse os necessitados.

As trabalhadoras sociais da época eram moças ricas e de famílias abastadas que lidavam diretamente com proletariado da época, geralmente das próprias empresas da família. Assim a culminância do Serviço Social era adaptar o homem ao meio que vivia e o meio ao homem, mas estas trabalhadoras sociais ainda não observavam de maneira crítica e consciente o seu trabalho e sua intervenção na sociedade, na verdade alienavam a população e iludiam-se com a ideia de que serviam em amor ao próximo, segundo o que pregava a igreja.

Em 1935 criou-se a lei n.º 2.497 para a formação do Departamento de Assistência Social do Estado. O presidente da república neste período era o Sr. Getúlio Vagas, que foi considerado o "pai dos pobres" e a "mãe dos ricos", criou leis em benefício aos trabalhadores, já que sua política social era forte e assistencialista. No ano seguinte foi criado o Departamento de Assistência Social do Estado de São Paulo, ampliando um pouco mais os horizontes destes profissionais e formando mais pessoal, pois a demanda da época era muito grande.

O Curso Intensivo de Assistência Social, solicitado pelo Estado, formava assistentes sociais para atuarem em determinadas instituições estatais, regulamentando no mercado o trabalhador e contendo a exploração da força de trabalho, racionalizando a assistência, reforçando e centralizando a sua participação. Do mesmo modo regulando as iniciativas particulares, apoiando as instituições coordenadas pela igreja, adotando técnicas e formação técnica especializada, desenvolvidas a partir daquelas instituições particulares. O Estado incentivava a formação técnica institucionalizando sua progressiva transformação em profissão legitimada dentro da divisão sócio-técnica do trabalho. Com a adaptação dessa formação técnica, os cursos adotavam novas orientações e tomavam novos e expansivos rumos.

No ano de 1937 no Rio Janeiro houve a criação do Instituto de Educação Familiar e Social, pois a questão social passou por uma transição, de caso de polícia para uma questão política. No Rio de Janeiro neste mesmo ano criou-se a Escola Técnica de Serviço Social com um convênio firmado entre o CEAS e o departamento de Serviço Social do Estado em 1939, organizando os centros familiares.

O ano de 1942 foi de grande importância para a consolidação do Serviço Social no Brasil, com a criação da LBA (Legião Brasileira da Assistência). Os Estados Unidos da América neste período proporcionavam bolsas de estudos para assistentes sociais brasileiros, que com sua volta ao país introduziram o processo de Serviço Social de casos, marcando uma mudança na visão dos assistentes sociais do país, pois estes anteriormente tinham sua visão social voltada para os ideais franceses de assistência médico-social.

A criação da ABESS (Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social) e a ABAS (Associação Brasileira

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