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SERVIÇO SOCIAL E A QUESTÃO SOCIAL

Por:   •  21/11/2017  •  2.240 Palavras (9 Páginas)  •  390 Visualizações

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O autor aponta que no período de modernização do estado brasileiro, o radio passou a ser um dos principais instrumentos para divulgação do ideário estadonovista, seria mesmo um apoio para mudar a imagem de vagas, que naquele momento se tornou o pai dos pobres. Diante desses fatores, vale destacar a primeira emissora de rádio piauiense a cortar os ares território fez de forma clandestina a partir dos meados de 1937. Somente em 1940 surge a Rádio educadora de Parnaíba. A cidade, até o início da primeira década do século XX, tinha aquele aspecto bem parecido com as das cidades coloniais antigas, ralamente habitadas, as ruas estreitas, a sujeira e a presença de animais eram comuns. A maioria da população ocupava construções acanhadas e miseráveis.

As residências nobres e os prédios oficiais opulentos e sólidos davam dimensão do contraste com as casas dos moradores pobres. Não havia nenhum sinal urbano que a definisse com uma cidade moderna, pois alguns fatores impossibilitava a definição de uma cidade moderna, não havia calçamento, água tratada e canalizada, falta de transporte público, luz elétrica, saneamento, rede de telefonia. Todavia, a realidade de Teresina não era muito diferente da de outras cidades nordestinas.

Foi preciso construir um novo projeto para Teresina, na qual os rumos de suas vias principais de comunicação, fluviais, férreas, rodoviárias e aéreas passaram a dá a modernidade para capital. Começaram a construir uma nova capital com uma arquitetura nova, com prédios públicos e edificações particulares modificando a sua passagem. A criação de novas áreas livres, ou as praças, a urbanização feita nas avenidas ilumina a cidade. E com todo esse processo de desenvolvimento da capital, milhares de pessoas se atraiam pela cidade, uma nova oportunidade de mudar de vida. A maioria dessas pessoas era do interior do estado ou dos estados vizinhos, Maranhão e Ceará.

O processo migratório modificou a paisagem da capital, onde as habitações construídas com a palha de babaçu poderiam mudar o status da cidade moderna, as autoridades municipais preocupados com esse tipo de moradia, logo trataram de impor limites, proibindo a construção dessas casas de palhas dentro da área urbana.

Diante desses fatores, um novo ordenamento da cidade, realizado de forma autoritária, excludente e está relacionada com o afastamento dos pobres da zona urbana. Foram doados terrenos bem distantes da cidade para os operários construírem suas casas, os terrenos eram chamados de vilas. As casas foram construídas com matérias de fácil combustão o que passou a preocupar as autoridades, pelo alto risco de incêndios era muito grande. E não demorou muito para que os primeiros incêndios acontecessem por isso o governo criou um serviço de combate a incêndio, mas quando o serviço era acionado e chegasse ao local o estrago já estava feito. No início esses acontecimentos eram vistos como imprudência dos moradores, somente com depois que descobriram que havia criminoso que ali existia um interesse político, já que o atual prefeito tinha um objetivo de deixar a cidade bonita, aquelas casas de palhas modificavam a paisagem.

Portanto, constatasse que milhares de pessoas viviam em condições precárias perderam o pouco que tinha, por que o prefeito queria modernizar a cidade e suas casas atrapalhavam o seu projeto de modernização. Esses moradores lutavam pela sobrevivência, o medo passou a fazer parte da rotina dessas pessoas, eles se sentiam impotentes, pois a autoridade adotara lei do silêncio, falar sobre incêndios nessa época terminava em prisão, as polícias militares e civis agiam de forma arbitraria e violenta. Nota-se que a sociedade aos poucos ia se transformando em uma desigual e antagônica.

AS MULTIFACES DA POBREZA: FORMAS DE VIDA E REPRESENTAÇÕES SIMBÓLICAS DOS POBRES URBANOS.

LIMA, Antônia Jesuíta de. As multifaces da pobreza: formas de vida e representações simbólicas dos pobres urbanos. Teresina: Halley, 2003.

È graduada em Serviço Social e atualmente é professora na Universidade Federal do Piauí.

Nessa obra, a autora fala sobre as condições de moradia da população de Teresina na década de 1990, contextualizada como a cidade foi construída, e quais foram os motivos que levaram centenas de pessoas abandonarem a vida no campo e até mesmo seus estados de origem para migrarem para Teresina, na qual a capital passou a se torna um polo de atração populacional.

Teresina passou a ser construída as margens dos rios Parnaíba e Poty, o que facilitou e possibilitou a ocupação de pessoas vindo de outros estados em busca de melhores condições, fugindo da fome e da seca que viviam. Eles tinham uma visão que Teresina seria a oportunidade de ter uma vida melhor. Porém, em consequência dessa migração houve inchaço na capital e por conta disso ocorreu um crescimento desordenado da cidade, causando graves problemas, principalmente problemas sociais, como problemas de saúde, fome, desemprego. Essas consequências impactaram de forma negativa no cotidiano da população mais vulnerável que veio á capital em busca de melhores condições.

Com todo esse inchaço populacional as pessoas migram da cidade para construir as vilas e favelas que nascem por meio de ocupações coletivas de terras aos arredores da cidade, causando aos olhos da sociedade como ameaça da ordem pública. As vilas e favelas foram um dos principais fatores que contribuíram para o crescimento de Teresina.

A habitação se tornou um dos maiores problemas enfrentados pela população pobre, o que gere conflitos e tensões entre os sujeitos que buscam o melhor nessa nova cidade que se evidencia. Esses conflitos urbanos que ocorreram em Teresina se caracterizam pelas lutas isoladas de moradores de vilas e favelas, e acontecia por conta da ação violenta e arbitrária de proprietário de Justiça e pela cumplicidade ou omissão do Estado nesses acontecimentos.

Com todos os conflitos e tensões acontecendo, os diferentes sujeitos buscavam alternativas e práticas concretas que indiquem uma nova configuração da cidade, ou seja, evidencia conceitos como, territorialidade, espacialização, periferia, legalidade, legitimidade, identidade e significado de pobreza. Nessas vilas e favelas as condições de vida eram precárias, esses moradores eram vistos pela classe dominante como culpados pela desordem física, moral e social, por isso eram tratados como delinquentes inimigos da sociedade elite da época. Em resumo a sociedade rica ainda nos tempos de hoje culpam os mais pobres pelos problemas da sociedade. As atividades

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