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Resumo: E a Vida se Alonga Além dos 60: Como?

Por:   •  12/4/2018  •  1.234 Palavras (5 Páginas)  •  281 Visualizações

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Nesse contexto, Ana Amélia Camarano afirma que “é difícil acreditar que as tradicionais maneiras de financiar a seguridade social serão suficientes para lidar efetivamente com a população idosa no futuro num contexto de crescente informalização da economia”. I

Em 1998 e em 2003, duas reformas foram feitas para adiar a idade de aposentadoria e vincular por mais tempo o benefício à contribuição. Apesar dos resultados positivos no setor privado, tais mudanças ignoram as transformações no mercado de trabalho, na qual, enquanto este tende a uma flexibilização crescente, na previdência há um “engessamento”, o que gera alguns problemas, como a dificuldade de aposentadoria para os trabalhadores informais e desempregados.

Outra política previdenciária de destaque, que contribui para reduzir e até mudar a direção das relações de gênero, é a relativa às mulheres. Muitas, entre os 60-79 anos, que recebem benefícios, não trabalharam entre os 40-59 anos e nem contribuíram para a seguridade social. Nesse sentido, destaque para as mulheres do meio rural, onde há dificuldade de mensuração do trabalho feminino. Além disso, as mulheres viúvas têm o direito de receber pensão pela morte do marido.

Tomando em consideração a certeza do alongamento da vida dos brasileiros, autora faz uma pergunta: “como viverão esses anos adicionais?” Para responder, Camarano lembra que os novos idosos (mais de 60 anos a partir de 2010) são filhos do baby boom e experimentaram a redução da taxa de mortalidade infantil; as mulheres passaram a estudar e a entrar no mercado de trabalho, bem como houve uma revolução nas famílias, nas quais “o não-casar e o não ter filhos passaram a ser opção”; as relações afetivas se tornaram instáveis e o mercado de trabalho mudou, flexibilizou-se, enquanto a previdência social “engessou”.

Nesse aspecto, a previsão para os futuros aposentados não são promissoras, pois com grande dificuldade a assistência social conseguirá gerar renda para esses futuros idosos, hoje desempregados e informalizados, quando não tiverem mais sua capacidade laborativa. Lado outro, saliente-se que essa geração experimenta grandes avanços tecnológicos e do culto à juventude. O idoso se aproximará, assim, de um ator político, aumentando as diferenças entre si, pois uns farão da juventude uma negação à morte e outros se aproximarão dela com sofrimento e necessidade de cuidados.

Cumpre ressaltar também que com as famílias cada vez menores, a mulher tem que decidir entre cuidar dos dependentes ou trabalhar para garantir sua sobrevivência, para tanto, deve escolher observando-se as políticas públicas. As políticas de saúde, inclusive, devem estar presentes durante toda a vida de um indivíduo para que se torne um idoso saudável, com uma vida digna e um mínimo de sofrimento.

As Nações Unidas sustentam que “uma política para a população idosa deve estar inserida em uma política de desenvolvimento sustentável, objetivando aumentar o bem-estar da população”. Dessa forma, o fim de qualquer política pública deve ser o bem-estar da população, com a presença de um equilíbrio financeiro. Todavia, no Brasil, o ajuste fiscal é a finalidade das políticas públicas, ou seja, os fins estão sendo trocados pelos meios.

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