Processo de Guarda do acervo do GEPLeNP

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Essa pesquisa que hoje conta com financiamento da Pró-Reitoria de Graduação da UNESP, da Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo, Conselho Nacional de Pesquisa. E já conta com uma produção considerável, expressa por meio de artigos em periódicos, capítulos de livros, anais de eventos nacionais e internacionais, além da realização de três seminários temáticos entre Escolas e a Universidade, referentes à educação pública, conhecimento compartilhado e suas tecnologias.

Defronte a todas essas atividades, O GEPLENP já acumula entre seu material documental: mais de 700 horas de depoimentos orais em áudio de professores e funcionários (sendo que metade dessas horas já estão transcritas e separadas), aproximadamente 5 Gb de fotografias produzidas ou reproduzidas, uma coleção de aproximadamente 400 fotografias entre produzidas, coletadas ou reproduzidas, possuindo também diversos relatórios financeiros, administrativos e acadêmicos. O grupo conta também com atas de suas reuniões de estudo, gravações das discussões dessas reuniões bem como as referências bibliográficas de cada encontro.

Como a formação do grupo opta pelo conhecimento plural, embebendo de uma teoria múltipla, é do nosso interesse que tanto as teorias discutidas, as fontes pesquisadas e os métodos utilizados, quais fazem parte da nossa formação e da produção do nosso conhecimento, fosse também disponibilizados para possíveis pesquisas.

Para uma visibilidade mais compreensível explicaremos a funcionalidade do grupo de estudo. O GEPLENP, iniciou suas atividades no ano de 2006 com o projeto: “Memória Escolar, Práticas e Tecnologia: Construindo, Registrando e Compartilhando”, o qual propõe uma pesquisa interventiva no universo escolar. com o intuito de compreender melhor os fenômenos contemporâneos vivenciados pelas Instituições de Ensino.

Tomando algumas escolas da cidade brasileira de Assis no interior de São Paulo como campo investigativo para a realização desse estudo. As sistematizações dos trabalhos de pesquisa deram-se por meio de entrevistas com docentes, alunos e funcionários para que, em conjunto com a análise da bibliografia e dos arquivos do acervo da escola, pudéssemos ponderar acerca da construção da memória e melhor entender o universo escolar.

O objetivo principal do estudo é traçar um perfil das escolas de Assis, compreendendo, assim, como essas instituições escolares encontram-se situadas no campo3 educacional paulista/brasileiro. A partir desse perfil estabelecido, é possível vislumbrar como esse organismo funciona, sobretudo, como podemos intervir de maneira mais consistente para contribuir com esse espaço.

Para tanto, há a necessidade de nós centrarmos em algumas especificidades, a saber: inicialmente entrevistas com professores e funcionários e suas respectivas transcrição e análises; em seguida, identificação dos arquivos escolares e apreciação dos efeitos de sentido produzidos por eles; e, finalmente, o inventário do acervo fotográfico e subseqüente exame destas imagens.

Uma pesquisa dessa natureza requer uma ampla análise de conceitos teóricos, com a finalidade de compreender os fenômenos que compõem o perfil e o cotidiano dessa escola. Para tanto utilizamos conceitos nas áreas de Educação, História, Sociologia, Lingüística e Psicologia. Tais conceitos referem-se às idéias de campo (BOURDIEU, 2004); discurso (BAKHTIN, 1995); memória (HALWBACHS, 1990; THOMPSON, 1992; POLLACK, 1989; BOSI, 1987); arquivo (GOULART, 2005; PAES, 2005; LOPEZ, 2002; TESSITORE, 2002; BELLOTO, 2007; CAMARGO & GOULART, 2007; ROUSSEAU e COUTURE, 1998; COOK, 1998). O desdobramento metodológico se deu por etapas. Primeiramente, lançamos mão de entrevistas por meio do método narrativo, em seguida, a investida se deu no acervo escolar e, por último, na análise fotoetnográfica.

Com o desdobramento da pesquisa, voltando-se para o acervo escolar e para a coleção fotográfica, o grupo municiou-se de material teórico para corresponder a essa investida. Nesse ínterim, começamos a intervir no universo escolar realizando oficinas com os funcionários da escola, orientando-os sobre a luz das disposições legais e dos fundamentos arquivisticos, de forma a esclarecer como devem ser geridos, organizados e preservados os documentos escolares.

Nessa tarefa alunos de graduação e profissionais capacitados, além de instruírem os funcionários escolares quando aos meios de acondicionamento da documentação, realizaram higienização dos documentos mais antigos e precários. Nessa etapa de higienização começamos a ter acesso a conteúdos de boletins, livros-atas e prontuários, bem como obtivemos o primeiro contato com as fotografias. Começamos então a reproduzir séries documentais com a finalidade de facilitar a pesquisa sobre o conteúdo e o contexto dos documentos, entrelaçando-as com as entrevistas dos professores e funcionários e o cotidiano escolar, para desfrutarmos de um entendimento da memória institucional o mais plenamente possível.4

Essa empreitada estimulou o aumento das fontes de pesquisa, pois junto com o material produzido, possuíamos ainda fotografias e notações em áudio sobre o procedimento técnico realizado. Quando analisamos o material acumulado que considerávamos de apoio a atividade de pesquisa, tivemos a percepção que muito ainda havia por ser explorado percebendo, portanto que essa documentação não deveria e nem poderia ser alocada em um lugar qualquer.

Essa pesquisa está se configurando como longitudinal e, portanto já acumula uma considerável massa documental, que envolve todo o processo de estudo e produção do conhecimento e tem previsão de continuar pelos próximos dois anos. Como já enunciamos, a nossa preocupação é poder fornecer para futuras pesquisas todo material coletado, processado e desenvolvido pelo grupo de estudo e, dada essa iniciativa deliberamos em custodiar todo nosso acervo documental e todo nosso material produzido para o Centro de Documentação e Apoio a Pesquisa (CEADP) da FCL UNESP – Assis.

Para tal empreitada formulou-se como objetivo geral, a doação do acervo documental do GEPLENP, para custódia do CEDAP. Nessa perspectiva outras ações foram necessárias como: a) elaborar um plano de classificação do acervo para todo patrimônio documental doado até o momento; b) que toda documentação seja armazenada de forma correta de maneira a preservar a informação; c) descrever a documentação do arquivo, visando elaborar instrumentos de pesquisa garantindo a rápida e fácil acessibilidade dos futuros pesquisadores a essas informações incentivando o debate e o dialogo científico; d) dispor a documentação de modo