Os sujeitos do campesinato

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Parafraseando Wanderley (2014, p. 144), a família camponesa muda constantemente durante toda a sua existência sofrendo alterações no número de pessoas que a compõe, bem como o número de pessoas disponíveis para o trabalho. Essas mudanças dizem respeito as alterações nos sujeitos que compõe o grupo familiar, considerando, por exemplo, um casal, que possui filhos que em determinado momento atingem idade laboral para contribuir na produção, e que devido ao matrimônio mais tarde, saem de casa, alterando novamente a mão de obra disponível na propriedade. Dessa forma, podemos perceber que a capacidade produtiva de uma unidade produtiva depende exclusivamente da mão de obra disponível na família.

Além disso, outro fator que altera a condição de exploração familiar nas unidades de produção camponesa, é a quantidade de pessoas que consomem e não trabalham, como no caso de crianças pequenas, idosos e enfermos, reduzindo a capacidade de trabalho na unidade, concentrando todo o processo produtivo em uma pequena parcela de pessoas aptas à tarefa.

Porém, além da compreensão acerca da diferenciação demográfica, é necessário irmos mais a fundo ao entendimento sobre o papel que cada sujeito que compõe uma unidade de produção camponesa possuem em relação à reprodução do campesinato. Como no caso das mulheres, cujo trabalho específico que desempenha na exploração familiar possui características próprias que compõe um sistema moldado por estruturas patriarcais.

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Referências

ABRAMOVAY, R. (2007). Paradigmas do Capitalismo Agrário em Questão (3 ed.). São Paulo: Edusp.

CHAYANOV, A. V. (2014). Teoria dos sistemas economicos não capitalistas. Em H. m. Carvalho, Chayanov e o Campesinato. São Paulo: Expressão Popular.

GUZMÁN, E. S. (2013). Sobre a evolução do conceito de campesinato. São Paulo: Expressão Popular.

WANDERLEY, M. N. (2014). Em busca da modernidade social: uma homenagem a Alexander V. Chayanov. Em H. M. Carvalho, Chayanov e o Campesinato. São Paulo: Expressão Popular.