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O USO DAS TECNOLOGIAS PELO PROFESSOR NA ESCOLA RURAL SOL NASCENTE

Por:   •  5/4/2018  •  3.203 Palavras (13 Páginas)  •  420 Visualizações

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A pesquisa aplicada nessa escola, situada a quarenta e cinco (45) quilômetros da cidade de Guarantã do Norte, baseou-se na aplicação de um questionário a quatorze (14) dos quinze (15) professores e o bibliotecário que trabalham nessa escola, desde o Pré até o Ensino Médio. Esta escola atende ao EJA (ensino de jovens e adultos) com uma (01) turma de alunos e cede o prédio para os cursos de extensão do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio fornecido pela Escola Estadual Albert Einstein, de Guarantã do Norte, que é especializada nessa área, o que possibilita o acesso aos alunos que circunvizinham a região.

O uso da tecnologia na educação sempre foi um tabu mal resolvido, existem os ditos “professauros” que não gostam de utilizar outro tipo de fonte a não ser o livro didático e chegam até a criticar quem utiliza métodos diferenciados para alcançar seus alunos em sala de aula. Os professores mais “atualizados” com os meios de comunicação que surgem a todo tempo no comércio mundial, defendem o uso de fontes alternativas em sala como TV, rádio, data show, computador e até celulares, valendo-se da tese que utilizando essas tecnologias os alunos assimilam com mais facilidade o conteúdo administrado em sala.

Na escola, antes de chegar às salas de aula, o computador teve seu uso exclusivo nas secretarias escolares, para utilização de tarefas administrativas como cadastro de alunos, pagamentos, controle de notas. Em seguida, passou a ser utilizado em laboratórios de informática, com o objetivo de aprofundar os assuntos debatidos em disciplinas isoladas.

Em Guarantã do Norte, as tecnologias ainda encontram obstáculos a serem ultrapassados, sejam eles professores que não gostam de utilizar materiais que são diferentes do convencional, do habitual livro didático. Talvez o motivo dessa resistência seja o modo como também foram ensinados em sua época escolar e/ou também por simplesmente não quererem modificar seus métodos didáticos por ser prático utilizá-los, já que estão habituados a lecionar dessa forma. Ou quanto ao material, que muitas vezes não existem nas escolas ou tem em pouca quantidade, obrigando o professor a agendar uma data para conseguir utilizálos, o que chega até a desestimular o educador que, em muitos casos, precisa esperar semanas para realizar a aula programa com o material necessário.

Essas dificuldades precisam ser levadas em conta ao analisar os encalços que a educação enfrenta ao deparar com as dificuldades que aparecem no dia a dia escolar, o que prejudica o ensino e dificulta a aprendizagem do aluno.

Em relação às escolas e as práticas aplicadas no ensino, devem ser levados em conta vários aspectos socioculturais, as condições da escola, o contexto social que os alunos e a comunidade local estão inseridos e a metodologia aplicada pelo professor em sala de aula.

Segundo Luiz Fernandes Dourado:

É fundamental não perder de vista que o processo educativo é mediado pelo contexto sociocultural, pelas condições em que se efetiva o ensino-aprendizagem, pelos aspectos organizacionais e, consequentemente, pela dinâmica com que se constrói o projeto político-pedagógico e se materializam os processos de organização e gestão da educação básica. [2]

Na escola Rural Sol Nascente, seria impossível não levar em consideração o meio em que estão inseridas as várias crianças das diversas comunidades que são atendidas por essa escola, seu contexto social, suas experiências de vida, crianças que desde cedo ajudam os pais nos afazeres diários comuns de quem mora na zona rural. Mesmo assim, os pais e até elas mesmas se interessam em estudar e buscar uma condição melhor para suas vidas. Os professores buscam e incentivam seus alunos a estudarem e alcançarem seus sonhos mais difíceis, apesar de alguns não terem a qualificação profissional necessária para ensinar nas disciplinas que atualmente lecionam.

As tecnologias parecem, à primeira vista, difíceis de serem aplicadas nas escolas rurais, ainda mais quando estão localizadas longe dos grandes centros urbanos, para onde se destinam os maiores recursos financeiros, mas na verdade não é. As tecnologias da informação e comunicação (TICs) estão provando que quando usadas em sala de aula melhoram a qualidade da educação. Segundo a UNESCO “O Brasil tem a enfrentar um grande desafio para transformar a educação em alavanca do desenvolvimento” [3], a UNESCO mostrou que a aplicação das TICs na educação pode ser de grande ajuda na melhora da qualidade do ensino no Brasil. Em contrapartida, os professores da zona rural estão cada vez mais utilizando as tecnologias em sala de aula comprovando a eficácia na aprendizagem, demonstrando que em conjunto com as explicações dos professores, o aluno assimila com mais facilidade os conteúdos passados em sala.

Porém, não adianta as tecnologias estarem à disposição nas escolas e os professores não saberem utilizá-las adequadamente e de forma eficiente. Em pleno século XXI, as crianças e adolescentes da geração Y sabem manusear um computador, muitas vezes, melhor do que um adulto ou seu professor, por já terem nascido numa época que surgem novas tecnologias a cada instante.

O professor, hoje, precisa se aperfeiçoar com muito mais frequência do que 50 anos atrás, quando a internet nem sequer havia sido inventada e muita gente nem ao menos sabia o que era um computador. O Brasil recebeu essas tecnologias muito recentemente e com a falta de investimento e infraestrutura se tornou impopular, apesar dessa realidade vir mudando gradativamente com o passar do tempo. Professores brasileiros formados já no final do século XX possuem muito mais dificuldade em se adaptar e a evoluir juntamente com essas tecnologias do que aqueles que se graduaram no início do século XXI. Daí, os cursos de reciclagem são fundamentais no aperfeiçoamento dos professores e, consequentemente, na metodologia de ensino aplicada por eles. É válido lembrar, que jornais, revistas, filmes e documentários vem sendo inseridos com muito mais facilidade nas salas de aula do que computadores com acesso à internet, devido à falta de investimento em educação no país, exonerando grande parte da culpa que professores vêm recebendo ao longo dos anos por não utilizarem com mais frequência às novas tecnologias em escolas urbanas e rurais.

É a materialização discursiva do esvaziamento desse trabalho, com a restrição do professor à escolha do material didático a ser usado nas aulas, durante as quais lhe cabe controlar o tempo de contato dos alunos com os referidos materiais, concebidos como mercadorias cada vez mais prontas para serem consumidas

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