O Serviço Social dos Anos 80

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Partindo desse entendimento, movimentos organizados surgiram apontando mudanças no seu projeto político. O Código de Ética de 1986 referência do processo de renovação profissional na perspectiva da ruptura com o Serviço Social tradicional reafirma a dimensão política da pratica do profissional. “Tal Código avança eticamente no sentido de sua critica aos valores universais tomados abstrata e a-historicamente nos códigos anteriores” (ABEPSS/CEDEPSS, 1996). “Sua oposição ao conservadorismo ético-profissional reafirma o processo de avanço teórico-politico da profissão legitimando a construção de uma prática comprometida com a transformação profissional” (ABEPSS/CEDEPSS, 1996,p.146).

2.1 CONQUISTAS DOS ASSISTENTES SOCIAS NA DECADA DE 80

O ano de 1988 foi o ano que marcou no campo dos direitos sociais, pois foi neste ano que se criou a Constituição Federal, promulgada pela assembleia constituinte, que tem leis envolvendo diversas sequencias, e veio também revelando seu caráter democrático e colocou fim aos governos militares. O povo considera uma das maiores conquistas realizadas na época.

Os anos 80 foi a época da crise econômica em que a sociedade viu um regime ditatorial em queda. Com a crise econômica e com o enfraquecimento da ditadura, os movimentos sociais ganharam forças, principalmente com o sindicalismo que teve uma participação expressiva, juntamente com a classe trabalhadora e os estudantes, que oferecia uma grande resistência ao regime militar.

MOBILIZAÇAO POPULAR ANOS 80

[pic 1]FONTE: Disponível em:http://gramaticadomundo.blogspot.com.br/2012/06/elaborei-esse-texto-para-revista-ufg.html>. Acesso em 03 nov. 2015.

As mobilizações populares, principalmente dos trabalhadores, tiveram grandes avanços históricos que influenciaram de forma positiva o serviço social. A maior conquista da população foi a aquisição de uma Constituição Cidadã Federal, ou seja, a Constituição Cidadã, que assegura direitos sociais, favorecendo todos os brasileiros em sua totalidade.

A definição da noção de cidadania, empreendida pelos movimentos sociais e por outros setores sociais na década de 80, aponta na direção de uma sociedade mais igualitária em todos os seus níveis, baseada no reconhecimento dos seus membros como sujeitos portadores de direitos, inclusive aquele de participar efetivamente da gestão da sociedade. (DAGNINO, 2002, p. 10).

O serviço social contribuiu grandemente com a população através de suas principais entidades. Foi a partir desse momento de união, que se viu a construção de um período democrático de total participação popular.

O período transitório para a democracia foi o momento em que se viu uma grande conquista por parte das classes descontentes com o autoritarismo, empregado pelas forças armadas, uma importante época para o serviço social, que se beneficiou com os segmentos populares e da classe trabalhadora.

Com o descontentamento dos trabalhadores e da população em geral os profissionais do serviço social pôde atuar de forma a orientar as pessoas sobre seus direitos, agindo como intermediador nos movimentos, apoiando de maneira correta e legal. As pessoas puderam ver a ascensão dos serviços de cooperação por parte dos profissionais da área e também serviu como uma ferramenta de ajuda para o serviço social, que se fortaleceu em suas áreas metodológicas.

Houve um enriquecimento para a profissão, que buscou uma melhor preparação em se tratando de conhecimento. O alvo era uma formação acadêmica de boa qualidade, para se formar um bom profissional que orientasse a população com base nos direitos que cada individuo possuía.

Para um atendimento de excelência, voltado a atender as necessidades da sociedade que se encontrava descontente com os acontecimentos no país, o serviço social foi se estruturando de maneira qualitativa, em um período muito proveitoso para os profissionais da área, que buscava uma qualificação, principalmente em sua forma de atendimento. Era necessário um avanço em seu código de ética, uma revisão na legislação, para embalsar o serviço de forma ampla e acadêmica no que diz respeito ao ensino superior.

2.2 SERVIÇO SOCIAL E O MARXISMO

No inicio dos anos 80 a teoria social de Marx é introduzida na formação profissional do assistente social. O serviço social se encontrava em um processo de amadurecimento teórico, produções importantes contribuíram para um novo olhar da profissão e uma nova visão da sociedade a partir do pensamento marxista.

Foi através da assistente social e escritora Marilda Vilela Iamamoto, no inicio dos anos 80 do século XX, que o marxismo se introduz de maneira mais aprofundada no serviço social, contribuindo para revisão de praticas conservadoras arraigadas na profissão, passando a incorporar uma teoria mais critica, trazendo um olhar do homem como integrante da sociedade.

É no âmbito da adoção do marxismo como referencia analítica, que se torna hegemônica no Serviço Social no país, a abordagem na profissão como componente da organização da sociedade inserida da dinâmica das relações sociais participando do processo de reprodução dessas relações. (IAMAMOTO apud YAZBEK, 2009 p. 151).

A teoria social de Marx, em seu aspecto geral permite a descentralização do poder capital da burguesia, dividindo esse poder entre todas as classes sociais, auxiliando em uma melhor distribuição de renda e acabando com a opressão.

2.3 SERVIÇO SOCIAL E NEOLIBERALISMO: AVANÇOS E RETROCESSOS

Nos anos 80, o Brasil estava fragilizado passando por uma crise econômica e politica, não podia usar recursos para enfrentar medida de ajustes que imperavam naquele momento. O país enfrentava “um processo circular e crônico de instabilidade macroeconômica e politica: instabilidade do crescimento; instabilidade na condução das politicas” (SOARES, 2002, p.36). A economia acabou se submetendo ao processo econômico e politico, processos estes que caminhavam em direções opostas.

Neste sentido a categoria dos assistentes sociais começou a se organizar, e houve uma necessidade de construir alternativas profissionais, e transformar a sociedade brasileira, reagindo a profundas desigualdades sóciais a opressão e a exploração da população pelas oligarquias. Houve um esgotamento da classe média, dificuldades salariais e generalização da miséria, que veio assolar a população com uma inflação, causando uma grande