O Contexto Ditadura Militar
Por: Evandro.2016 • 17/10/2018 • 2.512 Palavras (11 Páginas) • 260 Visualizações
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Quem começou a dar ordens foi o general Arthur da Costa e Silva. Chefe de um departamento inexpressivo e sem tropas, ele se autonomeou comandante-em-chefe do Exército no dia 1º de abril e assumiu a frente do Comando Supremo da Revolução, que também incluía um representante da Marinha e um da Aeronáutica. A junta baixou um ato institucional que deu aos militares poderes excepcionais para perseguir seus inimigos e convocou o Congresso Nacional a se reunir em dois dias para eleger um novo presidente que concluísse o mandato de Jango.
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Figura 3- Arthur da Costa e Silva no centro da imagem.
Cerca de duas semanas depois do golpe, a junta militar liderada por Costa e Silva cassou o mandato de 40 membros do Congresso Nacional, muitos desses mandatos eram de aliados de Jango como o Governador Miguel Arraes, um dos principais se não, o principal aliado de Jango no Nordeste. No caso de Arraes ele foi deposto por tropas que o levaram do palácio do governo até a prisão. Para os militares o comunismo (esquerda) não seria tolerado e eles deixaram isso muito claro, torturando, matando e prendendo pessoas.
No dia 15 de Abril assume a presidência o primeiro militar, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, mais conhecido como Castelo Branco. O comportamento do presidente era ambíguo, alternava. No mês de Junho do mesmo ano Castello Branco aderiu à linha dura. O então presidente assinou o Ato Institucional nº2 que extinguia os 13 partidos políticos existentes, cancelou as eleições diretas para presidente, com isso perdeu alguns aliados, mas a linha dura colheu sua primeira vitória na longa jornada que ainda havia de vir. Antes de seu mandato acabar Castello Branco sofreu um acidente aéreo no qual não sobreviveu. Castelo Branco permaneceu no cargo por três anos (1964-1967) muitos olham com certa simpatia o período em que Castelo Branco governou, mas os resultados no fim de seu mandato eram, mesmo assim decepcionantes.
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Figura 4- Humberto Castelo Branco.
O sucessor de Castelo Branco foi Arthur Costa e Silva, conhecido por suas ideias extremamente radicais e de direita. Foi no seu governo em que a ditadura seu seus primeiros passos rumo à repressão. Durante seu governo vários grupos inclinados a ideais esquerditas surgiram, não só os esquerdistas, mas o povo em geral, como: estudantes, trabalhadores e até artistas. Irritado com crescente da oposição Costa e Silva promulgou o AI-5 (Ato Institucional nº5), no qual líderes contrários ao regime fossem perseguidos, torturados e presos sem a necessidade de uma intervenção judicial. Além do mais, os presos políticos não tinham direito ao recurso do habeas corpus, fazendo com que as liberdades individuais e direitos constitucionais fossem suspensos. Após contrair um derrame cerebral em 1969, Arthur Costa e Silva foi afastado do governo.
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Figura 5- Arthur da Costa e Silva.
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Figura 6- policias confrontando estudante.
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Figura 7- Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso participam da passeata dos 100 mil no centro do Rio.
Segundo o historiador Daniel Aarão Reis: “Chega até ser engraçado como o povo ficou arrependido da sua escolha, de apoiarem os militares, porque passados 3 anos depois do golpe, esse mesmo povo que estava na rua comemorando voltava a rua para protestar e exigir a volta da democracia.”(Folha de S.Paulo, 2014)
Com o afastamento de Costa e Silva do cargo de presidente, uma junta provisória formada pelos ministros militares Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica), assumia o controle do governo. Essa junta durou apenas dois meses. Este governo é conhecido pelo sequestro do embaixador dos EUA Charles Elbrick por dois grupos de esquerda, o MR-8 e a ALN. Eles exigiram a libertação de 15 presos políticos, exigência conseguida com sucesso. Mas, em 18 de Setembro, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". Dois meses depois o líder da Ação Libertadora Nacional, Carlos Marighella foi morto num cerco policial, revoltando ainda mais os manifestantes contra o regime militar.
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Figura 8-junta militar.
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Figura 9- presos políticos que foram libertados.
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Figura 10- Carlos Marighella líder da ALN.
Com fim da junta militar, o político e militar Emílio Médici assumiu o posto de presidente do Brasil em 30 de Outubro de 1969.
O governo é visto por muitos como o período mais repressor da história de nosso país. Durante o seu governo, eram proibidas manifestações, (eliminou as guerrilhas esquerditas nas áreas urbanas e rurais) reivindicações salariais e qualquer expressão popular contra o governo e a ordem estabelecida na época. Porém o governo Médici teve grande importância no cenário econômico brasileiro com a realização do projeto “Milagre econômico”, que foi um projeto voltado para o investimento de infraestruturas, tais como: rodovias, energia, comunicação etc. Um bom exemplo desse investimento em infraestruturas foi o acordo do Brasil e Paraguai que ocasionou a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Médici ficou no cargo por cinco anos quando saiu em 1974 dando lugar a Ernesto Geisel, o último militar a se tornar presidente do Brasil.
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Figura 11- Emílio Médici.
Um dos últimos militares a se tornar presidente do Brasil foi Ernesto Geisel. Iniciou seu mandato do dia 15 de Março de 1974 e o encerrou em 1979. Houve durante o seu governo, a necessidade de administrar as crises da ditadura, como a crescente de grupos esquerdistas (MDB e outros) e o amadurecimento da oposição dentro e fora do governo.
Geisel pôs o Congresso em recesso por duas semanas e baixou por decreto um conjunto de medidas que ficou conhecido como o Pacote de Abril, incluindo a reforma do Judiciário e outras mudanças desenhadas
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