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História da Educação de adultos em Moçambique

Por:   •  21/2/2018  •  7.452 Palavras (30 Páginas)  •  259 Visualizações

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prática educativa de jovens e adultos.

A pesquisa bibliográfica analisa ainda a implementação, a regularização e as reformas legais que ocorreram ao longo da história da EJA. Essa modalidade de pesquisa permite analisar documentos que se constituem de dados ricos e estáveis, podendo ser obtidos sem um contacto directo com o sujeito da pesquisa.

2. História da Educação de adultos em Moçambique

2.1. Educação na era pré colonial

O sistema educacional em Moçambique na era Pré-colonial, era cooperativo e não individual, o conceito de qualidade e responsabilidade condizia com qualquer habilidade, seja ela agropecuária ou ligada a actividade económica.

No período pré-colonial, a educação tinha por objectivo formar o Homem de modo a aderir e valorizar a cultura moçambicana. Não existiam escolas, mesmo assim as crianças eram educadas, elas aprendiam fazendo e vindo em contacto com os mais velhos. “Ouvindo as histórias dos mais velhos, aprendiam histórias tribais e o relacionamento de suas tribos com outras”.

A educação era portanto informal e os conteúdos eram constituídos por três aspectos:

 Físico – O Homem era treinado de modo que o seu organismo se ajustasse as condições do ambiente;

 Moral – Visava formar qualidades exigidas pela sociedade como: honestidade, hospitalidades, integridade, respeito pelos outros e pelos bens da sociedade; e

 Intelectual – visava treinar de modo a desenvolver capacidade de assimilação e reprodução do que constitui valor ou bem para a sociedade.

2.1.1. Características da educação

As principais características da educação pré colonial foram: carácter social, colectivo, informal e funcional

1. Carácter social – a educação reflectia aos objectivos da sociedade;

2. Carácter colectivo – é uma ocupação de todos os indivíduos;

3. Carácter informal – não obedecia regras estruturadas e reconhecidas e

4. Carácter funcional – baseava-se no princípio “Aprender fazendo

2.2. Educação de adultos no período colonial

2.2.1. Etapas da educação colonial

Embora nem todos os problemas actuais se expliquem pelo passado colonial, é, todavia, importante a presença dessa memória, como ponto de partida para entender a complexidade da própria realidade histórica que ainda traz consigo algo do colonialismo, enfrenta, no dia-a-dia, na construção da sua historicidade.

O sistema de educação no período colonial em Moçambique, foi caracterizado por três etapas: a etapa de total silêncio (desde o início da colonização até o século XIX); a etapa das primeiras manifestações de educação (inicia nos anos 1930 com revoluções decorrentes no mundo ocidental até os anos de 1960 que coincide com as independências de África) e a etapa da estruturação de educação (de acordo as orientações das Nações unidas nos anos 60 e coincide com o início da luta armada de independência Nacional).

2.2.2. Educação no período colonial antes dos anos 1930.

Moçambique durante cerca de 4 séculos de dominação colonial portuguesa, o seu povo nativo permaneceu a margem do sistema educativo pois os colonizadores não se preocuparam com educação destes visto que os seus interesses estavam mais virados com pilhagem dos recursos existente. Ate em 1930 as políticas Publicas do regime colonial em relação a população africana, dirigiam-se a assegurar, a exploração da sua força de trabalho.

2.2.3. Educação colonial entre os anos 1930 a 1960

Devido ao movimento das potências colonizadoras da Europa de repensar a sua política em relação a África e a emergência de movimentos de emancipação, Portugal, inicia o processo de reforma da Política de indigenato através de um estatuto.

O principal propósito da educação colonial para Moçambique, baseada na ideologia opressora para reforço de princípios republicanos, era treinar moçambicanos para para servir como homens da administração a um plano extraordinariamente baixo e fornecer mão-de-obra para as firmas capitalistas europeias. (...) Não era um sistema de educação proveniente das condições concretas da sociedades moçambicana nem destinada a promover uma utilização mais racional dos recursos materiais e socais. Não era um sistema educativo destinado a transmitir ao jovens o orgulho e confiança de membros da sociedade moçambicana mas sim implantar um sentimento de submissão face ao europeu e ao capitalista. ( RODNEY apud TAIMO 2010:67)

Pode-se perceber através do trecho acima que a educação para os moçambicanos era para servir os interesses capitalistas dos portugueses e esta tinha que transformar o indígena em assimilado com alma portuguesa, um verdadeiro português, que se identificasse orgulhosamente como tal e com a moral cristã. Assim, a educação levada a cabo em Moçambique pelos portugueses, traduz formas clara a estratégica colonial para civilizar o indígena na concepção de que este precisa de adquirir hábitos não só de trabalhar mas também de bom português tornando-o assimilado

2.2.4. Educação colonial a partir dos anos 1960

Esta pode se considerar a terceira etapa da educação no período colonial.

A partir dos anos 60, as estatísticas começaram a apresentar números eleva¬dos de presença de estudantes negros. De novo pressionado pela Comunidade Internacional e, sobretudo, pelo avanço dos movimentos de libertação em África, o Governo Colonial passou a empreender reformas de ensino, visando a aceleração do desenvolvimento económico e de uma política de assimilação mais vigorosa.

Por uma questão de sobrevivência do regime, o governo português viu-se obrigado, nessa altura, a depender cada vez mais do capital multinacional, transformando Moçambique, que estava em guerra e para, esse objectivo, a reforma buscava outras alternativas à derrota militar como:

 A aceleração da for¬mação de força de trabalho mais qualificada;

 A preparação de uma pequena bur¬guesia africana afecta à ideologia capitalista;

 A

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