FICHAMENTRO - CAPÍTULO II – PROTOFORMAS DO SERVIÇO SOCIAL
Por: eduardamaia17 • 22/2/2018 • 2.124 Palavras (9 Páginas) • 803 Visualizações
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na criação do Serviço Social, além do apoio explícito da alta administração federal, da cúpula hierárquica da Igreja e do movimento laico. p. 181
Em 1937, surgem o Instituto de Educação Familiar e Social composto das Escolas de serviço Social e Educação Familiar, por iniciativa do Grupo de Ação Social (GAS), em 1938 a Escola Técnica de Serviço Social, por iniciativa do Juízo de Menores e, em 1940 é introduzido o curso de Preparação em Trabalho Social na Escola de Enfermagem Ana Nery. p. 181 Este curso dá origem à Escola de Serviço Social da Universidade do Brasil. p. 186
A Primeira Semana de Ação Social do Rio de Janeiro, em 1936, é considerada marco para a introdução do Serviço Social na capital da republica, tendo como objetivo dinamizar a Ação Social e o apostolado laico. Neste encontro aparece claramente o entendimento de uma política comum entre a Igreja e o Estado, em relação ao proletariado. A Igreja recomenda a tutela estatal para o operariado e o Estado reafirma o princípio de cooperação. Esse espírito vai presidir as obras sociais, com o objetivo de reerguimento das classes trabalhadoras. p. 181-182
2. Campos de Ação e Prática dos Primeiros Assistentes Sociais
A demanda por Assistentes Sociais diplomadas excedia o número de profissionais disponíveis. Os mecanismos de cursos intensivos para Auxiliares Sociais e as bolsas de estudos foram à forma encontrada para acelerar a formação de Assistentes Sociais. Ao mesmo tempo, alargou-se a base de recrutamento, deixando de ser um privilégio das classes dominantes e da classe média alta, para abarcar também parcelas da pequena burguesia urbana. p. 187
A luta dos Assistentes Sociais é pelo reconhecimento da profissão e pela exclusividade para Assistentes Sociais diplomados, das vagas no serviço público e em instituições para-estatais e, não pelo mercado de trabalho. p. 188
As atividades desenvolvidas pelos Assistentes Sociais se dedicam através de inquéritos familiares fazendo levantamentos nos bairros operarios, pesquisar as condições de moradia, situação sanitária econômica e moral (situação civil, promiscuidade, alcoolismo, desocupação, etc) do proletariado. p. 193
Em Serviço Social de Empresa, os Assistentes Sociais atuam, em geral, na racionalização dos Serviços Assistenciais e na sua implantação, assim como em atividades de cooperativismo, ajuda mútua e organização de lazeres educativos. Ao mesmo tempo, interferem nos encaminhamentos necessários à obtenção dos benefícios da legislação social. p. 196
No campo do Serviço Social médico, as iniciativas estão ligadas à puericultura e à profilaxia de doenças transmissíveis e hereditárias. As funções se referem à triagem (o que o cliente ou família pode pagar), à elaboração de fichas informativas sobre o cliente (dados importante que o medico muito atarefado teria gasto muito tempo para obter), a conciliação do tratamento com os deveres profissionais do cliente (entendimento com o empregador), a adequação do cliente a instituição através de sua “confiança”. p. 196
Deste modo, a atuação prática dos Assistentes sociais está voltada para a organização da assistência, educação popular e pesquisa social. Tendo como alvo preferencial as famílias operárias em especial mulheres e crianças. A formação moral e domestica (círculos e cursos), também era um ponto forte dos primeiros assistentes sociais. p. 196 - 197
3 – Elementos do Discurso do Serviço social
As primeiras tentativas de sistematização da prática e do ensino do Serviço Social foram expostas, principalmente, nos encontros e nas conferências promovidos pelo movimento católico. p. 201
A caridade passa a utilizar os recursos da ciência e da técnica, além dos sentimentos, inteligência e vontade a serviço da pessoa humana. As descobertas cientificas e os desenvolvimentos sociológicos, e as complexidades dos problemas sociais vigentes favorecem a distinção do Serviço Social das antigas formas de assistência. p. 201
O Serviço Social tem por objetivo remediar as deficiências dos indivíduos e das coletividades, não afetando os grupos sociais em sua estrutura. p. 201-202
Quanto a um entendimento mais amplo da sociedade, o discurso é essencialmente doutrinário e apologético, baseado no pensamento católico europeu. p. 202
Para os Assistentes Sociais que procuram observar a sociedade, em especial as condições de vida do proletariado urbano, há uma situação de crise, de anomia, um “estado de pobreza verdadeiramente calamitoso”. E a melhor forma de enfrentar o problema seria começar por compreendê-lo. p. 204
As péssimas condições de vida do proletariado se devem, segundo a visão que têm, ao desapego ao lar, a falta de formação doméstica da mulher etc. Logo, é necessário começar pela reforma do homem, para tanto, a necessidade de campanhas educativas e do aumento da fiscalização sanitária. A ignorância e a pobreza são “as duas causas principais da subnutrição no Brasil”, trazendo a baixa produtividade do trabalhador, a mercantilização da força de trabalho feminina e infantil é considerada uma questão complexa. Concluindo, os diversos problemas sociais são vistos a partir da ótica da “anormalidade social”. p. 206-207
Portanto, as propostas para melhoria das condições do proletariado são ambíguas. Considera-se também, que os Assistentes Sociais agem de acordo com a sua própria posição de classe. p. 213
Revendo, em sua totalidade, o discurso que os Assistentes Sociais e seus porta-vozes produzem durante a fase de implantação, verifica-se a existência de um projeto de intervenção nos diversos aspectos da vida do proletariado, tendo em vista a reorientação do conjunto da vida social. p. 213
4. Modernos Agentes da Justiça e da Caridade
A implantação do Serviço Social relaciona-se às profundas transformações econômicas e sociais que a sociedade brasileira atravessa e à ação dos grupos, classes e instituições que interagem com essas transformações. A formação dos agentes sociais especializados é quase monopólio do bloco católico, por um longo período mantem sua doutrina e ideologia. p. 213
4.1. O Serviço Social e Bloco Católico
A reorganização do bloco católico, que cria as bases para o surgimento do Serviço Social, é influenciado pelo modelo europeu (Franca e Italia). Isto significa que a transposição e a reelaboração desses modelos – autoritário, doutrinário etc. – está condicionada à existência
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