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De moleque a homem: uma análise antropológica da assunção da paternidade entre jovens de grupos populares em Belém.

Por:   •  14/11/2018  •  12.558 Palavras (51 Páginas)  •  272 Visualizações

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pela extrema dedicação. Obrigado por tudo e que Deus te ilumine todos os dias.

- A meus informantes, pois sem os mesmos a pesquisa e o trabalho não teria sido possível. Muito obrigado por tudo.

- A minha ex-companheira Maria Claudia Rocha Monteiro pela força.

Dedicatória

A minha mãe, grande incentivadora, cuja dedicação aos filhos foi extrema e incansável para que atingirse-mos os nossos objetivos.

Epígrafe

“É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de examinar com atenção a vida real e confrontar nossa observação com o nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossa fantasia”.

(V. I. Lênin)

Sumário

Introdução ............................................................................................................ 09

Capítulo I: Assumindo a paternidade ... Assumindo responsabilidade ...... 20

1 – “Moleque nunca mais” ......................................................................... 20

2 – 0s arranjos sócio-econômicos da assunção da paternidade ................. 26

Capítulo II: A importância da afetividade na trajetória afetivo–sexual ............ 31

1 – Afetividade: uma condição para assumir a paternidade ..................... 31

2 – O que elas e eles dizem sobre o ato de não assumir a paternidade ...... 35

Capítulo III: A relação entre o assumir a paternidade e a construção

da masculinidade .......................................................................... 38

1 – A assunção da paternidade: símbolo da Construção da masculinidade.38

Considerações Finais ........................................................................................... 44

Referências ...........................................................................................................46

Introdução

Em 1999, quando iniciei meus estudos como aluno do curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Pará, uma das preocupações dos professores naquele momento foi a de nos motivar a pensar um tema a ser desenvolvido para apresentar na ocasião da conclusão do curso. Mesmo com o incentivo dado pelos professores, a dificuldade para definir o objeto de pesquisa é sempre algo presente, acredito, também que para a maioria dos alunos a dificuldade apresenta-se da mesma forma.Preocupado com a escolha de um tema e objeto de estudo naquele momento, primeiramente, pensei em pesquisar a gravidez na adolescência em Belém do Pará, como um “problema” que vem afligindo a sociedade brasileira, em particular a sociedade belemense. A idéia de pesquisar a questão, da gravidez na adolescência, também se encontra ligada ao fato da situação me ser bastante familiar, pois minhas duas irmãs engravidaram ainda adolescentes. Entretanto, influenciado pelos valores da sociedade e grupo ao qual pertencia, sempre atribuí o fato, a toda uma carga de negativa, haja vista que as leituras feitas até então convergiam com a visão que eu tinha da situação. Um bom exemplo dessas leituras está na análise feita por Nunes (1996), que ao analisar a gravidez na adolescência no município de Salinopoles, tratou-a dentro de uma visão reducionista e generalizante. Somando-se a este referencial, destaco ainda a propaganda jornalística e televisiva, uma vez que elas tratam a gravidez na adolescência de uma forma alarmante e problemática, tanto para a jovem quanto para a sociedade.

Contudo, posteriormente, tive a oportunidade de entrar em contato com outros estudos, particularmente, no âmbito da Antropologia Social, que procuram relativizar a questão. Esses trabalhos levaram-me a perceber que novas interpretações têm sido feitas no que se refere à gravidez/maternidade na adolescência, em que buscam uma compreensão da complexidade que o evento abriga. Superando a visão reducionista e generalizante, esses trabalhos e análises mostram que em muitos casos a gravidez pode implicar em conquista de status, assim como a busca pela autonomia, (Pantoja, 2004). Essas novas interpretações me possibilitaram alargar o grau de compreensão sobre o assunto e ao mesmo tempo despertar em mim o interesse por um personagem ainda muito pouco focalizado, mas que está diretamente relacionado com a questão da gravidez/maternidade na adolescência: os parceiros das adolescentes.

O interesse em estudar os parceiros/pais aumentou ainda mais a partir do contato com a literatura sobre o tema, sugerida pela orientadora. Trata-se de trabalhos que trazem os pais como foco de análise, apontando uma relação entre a paternidade e a construção da masculinidade, portanto, abrindo outras indagações e apontando caminhos para outras interpretações da gravidez na adolescência.

Apesar de existirem trabalhos antropológicos sobre a questão da masculinidade em Belém, não foi encontrado durante a realização da pesquisa estudos que tivessem o foco de análise na paternidade como um dos elementos construtores da masculinidade aqui em Belém. Para outros contextos a análise feita por Cabral (2003) é uma importante referência pois trás valiosos dados relacionados a essa questão com base em pesquisa realizada com jovens pais de uma comunidade favelada do Rio de Janeiro. Embora não esteja usando o termo “masculinidade”, a autora, ao investigar a assunção da paternidade, constata que o acontecimento aparece como um dado importante entre os parceiros pertencentes ao grupo investigado, no sentido da concepção que eles fazem de si mesmos.

Também um outro estudo importante sobre essa temática é o realizado por Arilha (1998), a autora ressalta a importância do conceito de responsabilidade como principio organizador da construção social da masculinidade,

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