Crime, oportunidade e vitimização.
Por: Hugo.bassi • 26/5/2018 • 1.178 Palavras (5 Páginas) • 300 Visualizações
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incidência tanto de furto como de roubo. Isto pode estar acontecendo devido aos fatores “exposição”, “menor capacidade de proteção” e “proximidade entre vítima e agressor”.
Quanto ao estado civil, a maior incidência de furto e roubo está entre os indivíduos solteiros e os separados. Esses indivíduos estão mais expostos, pois tendem a passar menos tempo com suas famílias.
Os furtos e os roubos incidem mais em indivíduos com nível superior e nos três grupos de renda familiar mais elevada, mostrando a importância do fator atratividade. Indivíduos com nível superior são mais bem educados e provavelmente auferem mais rendas do que os demais grupos de escolaridade. Em contrapartida, a agressão incide mais em indivíduos menos escolarizados e nos três menores grupos de renda, indicando a importância da capacidade de proteção e do efeito socializador da educação.
Com relação aos hábitos, indivíduos que andam de coletivo e, sobretudo, à noite apresentam maior incidência de todos os tipos de crime, pois ao andarem de transporte público, os indivíduos se expõem mais, aumentando as oportunidades de se tornarem vítimas.
Quanto às características da residência e da vizinhança, indivíduos que vivem em residências invadidas têm maior probabilidade de sofrerem agressão, furto e roubo em residência.
Com relação ao barulho de tiros, indivíduos que moram em regiões onde isso ocorre sofrem com maior frequência todos os tipos de crimes considerados, o que reflete a importância de fatores relacionados à desordem e à ausência de controle e supervisão.
A incidência de roubos em residência não acontece de maneira regular nas demais variáveis, demonstrando que o roubo em residência para alguns tipos de equipamento de segurança ocorre com mais frequência quando a residência não os possui e, para outros equipamentos, ocorre com mais frequência quando a residência os possui. É interessante notar que características de prédios e condomínios residenciais, tais como porteiros, interfones e olhos mágicos, são as únicas que apresentam taxas menores de vitimização.
Os autores concluem a pesquisa, esclarecendo que teorias das oportunidade ainda não foram testadas no Brasil em virtude da ausência não só de dados que permitam esse tipo de análise, mas também de enfoques teóricos preocupados com o contexto de ocorrência de crimes. Afirmam que a estrutura urbana municipal seria um dos elementos da estrutura de oportunidades que levam à ocorrência de crimes, destacando que o estudo buscou realizar uma análise na esfera individual por meio da utilização de informações oriundas de uma pesquisa em torno da vitimização.
Do ponto de vista teórico e conceitual, as teorias de “estilo de vida” e “oportunidades” foram corroboradas pelos modelos, confirmando que a probabilidade de vitimização depende em grande parte da exposição e da atratividade do indivíduo, além da capacidade de proteção e da proximidade entre vítima e agressor. Por outro lado, depende também da natureza do delito a ser considerado, indicando que vítimas de crimes com e sem motivação econômica têm características e hábitos diferentes.
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