Análise Aproximativa dos Resultados da Pesquisa Etnográfica

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Essa doença impõe modificações na vida e causa limitações na vida das crianças em atividades normais, por ter algumas restrições na hora de brincar e realizar atividades do cotiando. Por ter um cuidado especial as famílias que possuem crianças com paralisia tem uma vida financeira cheia de dificuldades, por ter um gasto três vezes maior, como demostrado no texto:

“Tal quadro é verificado porque, além dos custos envolvidos com matérias de suporte, transporte e terapêutica, as demandas decorrentes da condição crônica interferem na capacidade dos pais em se manterem no emprego. O status socioeconômico é fator determinante da situação de saúde, sendo a pobreza atrelada as piores condições de vida da criança em condição crônica complexa. O ambiente é considerado promotor de desdobramento negativo da doença, já que o contexto em que a família vive reflete em suas condições psicológicas e físicas, além de restringir o acesso ao tratamento.’ ( experiência de famílias de crianças com paralisia cerebral em contexto de vulnerabilidade social- Marja Baltor e Giselle Dupas, pagina 2).

A desigualdade de renda elevada no Brasil interfere de maneira significativa no acesso á saúde. Através do censo de 2010 analisou que 8.5 % dos brasileiros vivem em extrema pobreza. Quando a família descobre que tem uma criança com paralisia cerebral, o futuro se torna ao sem muita certeza, sofrendo dificuldade por descobrir um novo mundo. Causando uma nova reestruturação de relações, modificando a rotina, a dependência que a criança necessita exige uma dedicação integral da mãe que costuma largar outros afazeres para se dedicar ao filho, deixando de trabalhar prejudicando a renda familiar. Enfrentando problemas para ter acesso a saúde adequada para filho, sofrendo preconceitos e sendo sobrecarregadas por problemas que irá enfrentar tanto financeiro como social.

Os problemas financeiros tem papel fundamental para o cuidado das crianças, essa falta de dinheiro gera varias angustias por não ter suporte para manter o tratamento do filho, abdicando muitas necessidades para conseguir fazer o melhor para a criança. Isso acaba gerando diversos problemas emocionais e psicológicos no grupo familiar. Existem diversos profissionais de saúde que não realizam o seu trabalho de maneira adequada devido a infraestrutura que a saúde brasileira enfrenta.

Os dados que são encontrados na literatura demostram que as famílias passam muito tempo envolvido em atividade médicas, o tratamento se torna uma prioridade da família, e a preocupação constante gera muitos conflitos e estresse nesse grupo familiar. Demostrando como essa situação consegue afetar de forma significativa a vida ds famílias que cuidam de crianças com paralisia cerebral, os problemas financeiros acabam gerando conflitos nessas famílias. Demostrado no texto a desigualdade:

“As desigualdades sociais e a pobreza são fenômenos dinâmicos e multidimensionais que podem interferir na saúde dos indivíduos. A esfera financeira possui grande impacto no enfrentamento da cronicidade. A literatura, bem como informações desses participantes, indicam que crianças com condição crônica de saúde demandam maior investimento financeiro familiar já que a mesma impõe ao sujeito uma gama de necessidades que envolvem custo financeiro. Os materiais e recursos destinados à criança são caros e somam-se à dificuldade dos familiares em se manterem no emprego devido à necessidade de tempo para cuidar da criança. Crianças necessitam de diversos serviços de saúde, tratamentos extras e materiais de suporte. Os gastos médicos de crianças com condição crônica são três vezes maiores do que no caso de crianças saudáveis. Esse impacto é relatado pela família: cerca de 40% dos gastos familiares são aumentados em função da condição da criança. Assim, o custo do tratamento é uma preocupação significativa e de longo prazo, aumentando os níveis de estresse dos pais. O Brasil não é um país pobre, mas um país desigual, com elevada concentração de renda. Os elevados níveis de vulnerabilidade social interferem no acesso à saúde de forma plena. Para o enfrentamento das condições adversas fazem-se necessárias a identificação e definição das reais necessidades, dificuldades no acesso e condições para viabilização de ações públicas de promoção da saúde direcionadas à população.” ( experiência de famílias de crianças com paralisia cerebral em contexto de vulnerabilidade social- Marja Baltor e Giselle Dupas, pagina 6).

Metodologia utilizada:

A metodologia utilizada é uma etnografia, mas percebemos que a teoria nem sempre contribui na hora da realização, na prática encontramos dificuldades que nenhuma teoria nós ensinou, enfrentamos problemas e dificuldade que não tem soluções na teoria, sendo assim, percebemos como é difícil realizar uma etnografia e aprendemos muito com essa experiência.

O Antropólogo tem um intuito de descrever costumes e tradições do grupo que será analisado, para conhecer a identidade do grupo que possui costumes desconhecido e conhecer o novo, quando chegamos ao Núcleo sentimos um choque de cultura, por existir uma diferença da nossa realidade, ao realizar o caderno de campo sentimos uma dificuldade, por ser difícil saber o que é mais relevante para ser anotado por existir muitas informações e impressões que geram varias reflexões.

Tivemos um contato intenso e prolongado com os beneficiários e os funcionários e alguns familiares. Através desse contato descobrimos um pouco sobre a organização e os sistemas utilizados nessa cultura que era ate então desconhecidos, isso gerou muitos ensinamentos e lições para vida toda.

O mais interessante da etnografia que faz com que o pesquisador tenha um envolvimento com ambiente que será pesquisado, as observações e a interpretação holística dos dados que foram coletados: onde utilizamos as entrevistas, histórias de vidas, observações participantes e as impressões que tivemos do lugar, onde gerou varias reflexões, ensinamentos e mudanças. O mais difícil de realizar esse tipo de metodologia é quando vai realizar a descrição densa da realidade encontrada das crianças, cuidadores e dos familiares é necessário não ser afetado pela realidade que eles vivem e tentar ser o mais neutro e real e não se influenciar pelo ambiente, mas mostrar através da nossa visão a realidade que é encontrada de maneira mais fiel.

Ao realizar essa etnografia foi possível perceber que desde criação do núcleo não perderam a sua essência, a cultura do lugar permanece com aquela ideia de continuidade de uma cultura ou um sistema social.

Nosso