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Antropologia Urbana - Fichamento Sobre o Texto: O urbanismo como modo de vida

Por:   •  1/5/2018  •  1.792 Palavras (8 Páginas)  •  457 Visualizações

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não leve em conta apenas os aspectos da vida social. Os fatores de tamanho, densidade e diferenças no tipo funcional das cidades, vão influenciar na vida social urbana.

Deve-se atentar para o fato de que urbanismo exerce influência de níveis variáveis conforme o espaço em questão. Espaços rurais podem manifestar aspectos da vida urbana em menor escala, o que não torna tais locais como essencialmente urbanos.

O urbanismo não deve ser entendido estritamente como fruto do industrialismo e do capitalismo moderno. Embora exista enorme influência nesta relação, já existiam cidades pré-industriais e pré-capitalistas.

p.96 “Para fins sociológicos, uma cidade pode ser definida como um núcleo relativamente grande, denso e permanente, de indivíduos socialmente heterogêneos. Com base nos postulados que essa definição tão pequena sugere, poderá ser formulada uma teoria sobre urbanismo à luz dos conhecimentos existentes, relativos a grupos sociais.”

A teoria sociológica sobre urbanismo até então não se apresentava consolidada, mas existiam contribuições para sua elaboração, vindas de autores como Max Weber e Robert Park.

As cidades apresentam um grau relevante de heterogeneidade entre seus indivíduos, que não está vinculada exclusivamente à sua densidade. Visto que uma cidade não se reproduz por si só, a mesma tende a recrutar imigrantes de diferentes regiões para agrupar ao corpo social. Quanto maior o número de indivíduos numa cidade, maior deve ser a diferenciação entre eles.

p.99 “Pode-se inferir, facilmente, que tais variações dão origem à separação espacial de indivíduos de acordo com a côr, herança étnica, status econômico e social, gostos e preferências. Os vínculos de parentesco, de urbanidade e os sentimentos característicos da

vida em conjunto durante gerações sob uma tradição de folk comum tenderão a desaparecer e, no melhor dos casos, tenderão a ser fracos num agregado cujos membros apresentam origens e formações tão diversas. Sob tais circunstâncias, a concorrência e os mecanismos

formais de controle fornecem os substitutivos para os vínculos de solidariedade nos quais se confia para se manter unida uma sociedade de folk.”

O aumento populacional indica que as relações sociais estão se modificando. Max Weber antecipou este debate, dizendo que a densidade da população contribui para o enfraquecimento e desaparecimento das relações de conhecimento pessoal mútuo entre os habitantes.

Os contatos pessoais na cidade que não estabelecem vínculos afetuosos- é obstante, impessoal, superficial, transitório e segmentário. Isso pode ser considerado como instrumento para que um não tenha que suprir as expectativas do outro, no meio de uma multidão.

p.100 “Embora, portanto, o indivíduo ganhe, por um lado, certo grau de emancipação ou liberdade de controles pessoais e emocionais de grupos íntimos, perde, por outro lado, a espontânea auto-expressão, a moral, e o senso de participação, implícitos na vida numa sociedade integrada.”

A interdependência humana e o equilíbrio instável em sociedade, são relacionadas a especialização e divisão de trabalho. Devido ao alto número de pessoas, surge a necessidade de escolher representantes para dar conta da comunicação e dos desejos pessoais que englobam todos. Ocorre com isso, um aumento da complexidade da estrutura social.

p.103 “Tipicamente, nossos contatos físicos são estreitos, mas nossos contatos sociais são

distantes.”

p.103 “O local e a natureza do trabalho, a renda, as características raciais, étnicas, o status social, os costumes, hábitos, gostos, preferências e preconceitos estão entre os fatores significantes de acordo com os quais a população urbana é selecionada e distribuída em locais mais ou menos distintos.”

Os diferentes espaços geográficos representam funções especializadas em cidade. As transições de um espaço para o outro podem ser abruptas. O convívio com as diferenças é possível devido ao relativismo e a tolerância, que por sua vez contribuem e são fundamentais para a racionalidade e secularização da vida. A competitividade e as tensões nervosas geradas entre indivíduos que mal se conhecem, são mantidas através do controle social. Que se manifesta, por exemplo, através de um sinal de trânsito ou de um relógio.

A heterogeneidade dificulta a manutenção de uma fácil compreensão de castas e classes. As pessoas flutuam com mais facilidade entre grupos, trabalhos, gostos. Geralmente as moradias são segregadas de acordo com raça, língua e classe. Dentro dos grupos em que as pessoas se encontram, é difícil criar muitos laços afetivos, visto que as pessoas são altamente substituíveis. A individualidade é substituída por categorias.

A partir de número, densidade do agrupamento e grau de heterogeneidade da população urbana, é possível compreender e diferenciar os centros urbanos e as variações presentes nos tipos das cidades.

p.107 “O urbanismo como um modo de vida característico pode ser abordado empiricamente de três perspectivas inter-relacionadas: 1) como uma estrutura física consistindo uma base de população, uma tecnologia e uma ordem ecológica; 2) como um sistema de organização

social envolvendo uma estrutura social característica, uma série de instituições sociais e um

modelo típico de relações sociais; 3) como um conjunto de atitudes de idéias e uma

constelação de personalidades dedicadas a formas típicas do comportamento coletivo e

sujeitas a mecanismos característicos de controle social.”

O Urbanismo na perspectiva ecológica: As estruturas físicas e processos ecológicos que designam uma cidade, são medidas através de valores quantitativos. São utilizadas medições de gênero, raça, etnia, idade. As características biológicas, como por exemplo, taxas de natalidade e mortalidade são importantes para a análise sociológica. Já as estruturas físicas, como valor de terra e propriedade interferem e afetam o modo de vida urbano.

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