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A NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL NA SUA GÊNESE

Por:   •  3/7/2018  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  308 Visualizações

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Assim, a emergência da profissão deve sua existência á síntese das lutas sociais que confluem num projeto político-econômico da classe hegemônica de manutenção do sistema perante a necessidade de legitimá-lo em função das demandas populares e do aumento da acumulação capitalista. Para Netto, a “questão social” não determina, por si só, a gênese do serviço social ela apenas dá base para a emergência da profissão quanto se transforma em objeto de intervenção do Estado, quando surge uma mediação politica entre a “questão social”, e o Estado;

Maria Lúcia Martinelli propõe-se a compreender o real significado da profissão na sociedade do capital; assim entende a emergência do serviço social na Europa e nos Estados Unidos como um instrumento necessário da burguesia que, aliada ao Estado e á igreja católica, buscava dotar de legitimidade a ordem social burguesa, oculta suas contradições e desmobilizar ou desarticular as reivindicações coletivas dos trabalhadores.

A autora vê a origem do serviço social como profissão tendo a marca do capitalismo e do conjunto de variáveis subjacentes, alienação, contradição e antagonismo; é, portanto uma profissão que nasce articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês como uma importante estratégia de controle social, como uma ilusão de servir.

Martinlli remete seu estudo sobre a emergência da profissão a analise do capitalismo; que concebe o Estado intervencionista; entende a gênese do serviço social como um instrumento da burguesia que se vale tanto do Estado quanto da igreja.

Esta segunda tese vê o surgimento da profissão vinculado, determinado e formado parte de uma ordem socioeconômica e da estratégia da classe hegemônica nessa luta, no contexto do capitalismo. Nele se entende a “particularidade” _ Serviço social inserida e constitutiva de uma “totalidade”.

Assim, na primeira tese, a natureza e a funcionalidade profissional aparece como sendo o fato de o serviço social consistir numa forma de ajuda vinculada ao tratamento da “questão social”. Vendo o serviço social como uma relação de continuidade, fundada na ideia de evolução.

Já a segunda tese, a natureza e a funcionalidade da caridade e da filantropia devem ser entendidas como formas de ajuda que tem como fundamento uma missão moral ou religiosa (messiânica, missionária, de apostolado).

Enquanto isso, nesta perspectiva, a natureza e a funcionalidade do serviço social são essencialmente diferentes; elas não recaem na ajuda como práticas altruístas, mas são entendidas a parti da sua funcionalidade com a ordem burguesa, quando o Estado toma para si, na passagem do capitalismo comercial á fase monopolista, a resposta da “questão social”, mediante as politicas sociais. Aqui a função do serviço social é de legitimação da ordem e o aumento da acumulação capitalista, tendo, portanto, natureza e funcionalidade político-econômica e não altruístas (como nas formas de ajuda). O que faz com que, nesta perspectiva, a relação ajuda/Serviço social seja entendida como uma relação de ruptura.

É em autores como Iamamoto, Neto, Carvalho e Manrique que podemos observa uma clara distinção entre a análise dos fundamentos e o sentido social da gênese profissional; vinculada à estratégia burguesa de transforma o Estado (e suas politicas sociais) num instrumento de controle e manutenção do sistema, tanto quanto da luta das classes trabalhadoras em permear o Estado com suas demandas e reivindicações _ e as características dos primeiros profissionais _ características estas que, mesmo que tenham sido transferida para a profissão nada dizem a respeito de funcionalidade, sentido e papel social e legitimidade da profissão.

Assim, para eles, não há evolução (de formas anteriores de ajuda para o serviço social “profissionalizado”), e sim a criação de um novo ator, de uma nova profissão, que , no entanto, não se constitui com uma identidade meramente atribuída, na medida em que os profissionais “ levam” consigo suas próprias características (sua subalternidade de gênero, suas formas de pratica voluntarista ligadas a assistência e a filantropia, sua formação confessional, sua origem de classe etc.), tendo tido um relativo protagonismo na constituição do serviço social.

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