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REFLEXÃO SOBRE A MOTIVAÇÃO DA DANÇA/BALLET CLÁSSICO NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Por:   •  2/2/2018  •  6.595 Palavras (27 Páginas)  •  366 Visualizações

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A dança pode ser traduzida como um comportamento humano que inclui movimentos e gestos corporais. O indivíduo ao dançar expressa sentimentos e emoções tendo uma excelente oportunidade de, simultaneamente, desenvolver a sua criatividade e estímulos sensoriais (LACERDA e GONÇALVES, 2009). Dança é a arte que se expressa através do movimento do corpo seguido de ritmos, assim a dança precedeu o ser humano, na qual há milhões de anos os animais dançam para sua procriação ou alimentação, e o ser humano dançou antes de saber falar (GARAUDY, 1980).

E o Ballet clássico nasceu com a Renascença, no século XVI, na Corte dos Médicis, na França (BAMBIRA, 1993). Com o virtuosismo, com os espetáculos, com as obras e a técnica dos intérpretes, o Ballet Clássico acadêmico se desenvolveu ao longo dos séculos e tornou-se uma arte imortal (CAMINADA, 1999). O Ballet Clássico é uma modalidade que exige de seus praticantes o uso da força e resistência muscular localizada, exigindo corporalmente muito de seus praticantes, na qual necessitam de desenvolvimento da força, flexibilidade, resistência, coordenação, agilidade, equilíbrio, e também inclui sua bela atuação artística (MENDES, 2011).

Nesta perspectiva a dança para a terceira idade é um dos exercícios mais procurados por este publico, e vários são fatores podem ser os responsáveis por essa afinidade, mas, sem dúvida, a aceitação por parte dos idosos é determinante (LEAL e HAAS, 2006). Neste contexto “a arte é uma técnica social do sentimento, um instrumento da sociedade através do qual incorpora ao ciclo da vida social os aspectos mais íntimos e pessoais do nosso ser” (VYGOSTSKY, 1999, p. 315).

As melhoras na coordenação, no equilíbrio, no ritmo, na lateralidade, na consciência corporal, na resistência e na memorização em trabalhos com dança para grupos de terceira idade, na qual tem uma influência positiva nos aspectos físicos e aspectos sociais para este grupo (LEAL e HASS, 2006). Contudo, se o indivíduo treina suas habilidades e busca sempre aprender e vivenciar novos movimentos, acredita-se que o mesmo terá um melhor rendimento e facilidade para executar suas tarefas diárias, e desfrutar das boas e satisfatórias atividades físicas, as quais permite incluir a dança (MAIA et al, 2007). A dança para terceira idade é descrita também como um exercício físico completo, por permitir o envolvimento dos aspectos físico, mental e social, por meio do ritmo, equilíbrio, lateralidade, fluência, expressão corporal e relações interpessoais (ANCHIETA, 1995), e ainda, que é praticamente impossível realizar atividades físicas sem o comprometimento e o envolvimento total desses aspectos (SPIRDUSO, 2005).

O objetivo deste estudo foi demonstrar uma Reflexão sobre a Motivação da Dança/Ballet Clássico na Terceira Idade no contexto de uma revisão sistemática, com analise de diferentes artigos, anais, dissertações, livros, monografias e tese, que fundamentem nossa pesquisa.

REVISÃO BIBLIOGRAFICA

TERCEIRA IDADE NO ENVELHECIMENTO HUMANO

O envelhecimento é uma realidade constante nas sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento, tornando-se temática relevante do ponto de vista científico e de políticas públicas, mobilizando pesquisadores e promotores de políticas sociais, na discussão do desafio que a longevidade humana está colocando para as sociedades atuais (GERHARDT; MORAIS e RODRIGUES, 2008).

Entende-se por idoso ou pessoa da terceira idade, o indivíduo com mais de 60 anos de idade. A população de idosos vem aumentando consideravelmente, o que tem sido atribuído a um aumento da expectativa de vida. Esse aumento da população idosa gera necessidades de mudanças na estrutura social para que essas pessoas, ao terem suas vidas prolongadas, não fiquem distantes de um espaço social, em relativa alienação, inatividade, incapacidade física, dependência, na qual consequentemente, sem qualidade de vida (FRANCHI et al, 2008).

O envelhecimento é definido pela Organização Pan-Americana de Saúde e referendado pelo Ministério da Saúde como um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie de maneira que o tempo torne capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de morte (GERHARDT; MORAIS e RODRIGUES, 2008).

Sabe-se que, na população idosa, o número de mulheres é maior em relação aos homens, estando essa diferença relacionada à expectativa de vida, assim como as mudanças sociais ocorridas no decorrer dos anos. Nesta perspectiva, a feminilização da população idosa gera transformações sociais, que necessitam ser apreendidas para que se possa contribuir com a sua qualidade de vida e sua atividade social, e também ocorre o preconceito social negativo em relação ao publico idoso (TAVARES et al, 2007).

O processo de envelhecimento implica em modificações de ordem fisiológica, psíquica e social, na qual tais ocorrências, fisiológicas e/ou psíquicas, se refletem no desempenho motor, na qualidade de vida e na capacidade do indivíduo para cuidar de si mesmo (HERNANDES e BARROS, 2004).

O envelhecimento bem-sucedido é um dos temas amplamente difundidos, na qual o tempo cronológico deve ser acrescido de vida ativa, necessidade identificada como produto de esforços agenciados nos últimos anos, em grande medida, relacionados ao incremento da produção em ciência, tecnologia e práticas de atenção à saúde dos idosos. Assim é desejável que o envelhecimento ocorra com qualidade e manutenção da autonomia dos indivíduos, buscando preservar a oportunidade de os mais velhos continuarem a participarem da sociedade, e minimizar as possibilidades de exclusão social (LIMA; SILVA e GALHARDONI, 2008).

Sabe-se que a ausência de atividade física regular pode agravar e até mesmo antecipar alguns processos de envelhecimento, acarretando efeitos negativos sobre a vida do indivíduo, provocando o aparecimento de obesidade, problemas cardiovasculares, diabetes, aumento nos níveis de pressão arterial, entre outros, transformando-se em um fator determinante para uma velhice deteriorada (CARMO; MENDES e BRITO, 2008).

Em contrapartida os agravos de saúde de longa duração que acometem os indivíduos idosos têm na própria idade seu principal fator de risco, agrega-se ainda a ideia da baixa renda, advindas das aposentadorias ou da inexistência delas, uma vez que a situação socio-econômica influencia na saúde dos idosos. Assim os idosos com renda mais baixa apresentam

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