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O Inspetor Geral

Por:   •  19/7/2018  •  1.575 Palavras (7 Páginas)  •  319 Visualizações

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“Alguns de seus biógrafos apontam para o fato de que o grande mal de Gogol foi não ter amado nunca e ninguém e que, por isso, ele teria conhecido um só lado da vida, de onde provêm as caricaturas que inundam a sua obra. A comicidade, o escárnio ou o riso de zombaria seriam, portanto, o pressuposto de uma atitude de defesa e de hostilidade latentes, o que implicaria um sentimento de superioridade e desprezo a encobrir, afinal, a impotência e a frustração diante da incapacidade do sentimento amoroso.

É sob esta ótica analítica que seriam compreendidos os bizarros heróis gogolianos que, não raro, não parecem de carne e osso, mas, isto sim, manequins tragicômicos que riem e choram, fazem rir e chorar, mas que não vivem porque não amam. Daí o aspecto incompleto e fragmentado dessas figuras-marionetes.

O humor e o “riso entre lágrimas” que brotam dos textos gogolianos revelariam então, para além de um procedimento artístico e literário, um doloroso problema de dupla personalidade e dualismo religioso: a luta do escritor entre dois mundos, o da arte e da moral, sua preocupação em rir do demônio, em vez de simplesmente amar a Deus, e o conflito entre ocidentalismo e eslavofilismo, acabariam por fazê-lo mergulhar num delírio místico e na demência que lhe roubaram completamente a razão. Já se disse também que faltou a Gógol o que Púchkin, por exemplo, possuía em alto grau: harmonia interior.

Se essa multiplicidade de aspectos biográficos dá margem à utilização de diferentes tipos de abordagem interpretativa, é certamente na forma como Gógol trabalha a palavra para veicular todos os seus temas e transformá-los em matéria artística que um olhar arguto a seus contos, novelas e peças de teatro torna-se tarefa extremamente motivadora.

Embora Gógol apresentasse uma simbiose com todo o contexto histórico-cultural que lhe serviu de pano de fundo (e daí sua ligação com a “Escola Natural”, que tão claramente refletia o pensamento russo da época), ao mesmo tempo ele transcendeu em seus textos literários todas as tendências que estavam então em curso e, sem deixar jamais de evidenciá-las, construiu uma obra artística solidamente plantada em seu tempo, mas que escapa dos seus limites, apontando, ainda hoje, para a sua modernidade.

Neste sentido, se a obra de Gógol como um todo tem sido considerada por uma parcela da crítica (basta pensar em O capote, Almas mortas, O nariz e O inspetor geral) como expressão satírica da realidade russa na primeira metade do século 19, é necessário detectar, para uma abordagem mais acurada de seus textos, sua maneira peculiar de “ver” o mundo e as coisas, isto é, sua “óptica desautomatizante”

http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/a-arte-de-gogol/

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SINOPSE DA PEÇA

O Inspetor Geral aponta para uma tendência do dramaturgo para uma sátira-social, para a crítica a aspectos políticos de seu país. Expondo as fraturas de sua sociedade tornando sua obra universal para qualquer cidade e/ou país onde os governantes são facilmente corrompidos.

Além de fazer criticas a sociedade da época, onde vigorava a corrupção, a fraude, entre outros problemas sociais. Dentro de clima leve e ligeiro, a peça fala de política destilando críticas em forma de comédia, aos políticos e administradores de forma geral, incluindo-se subornadores e subornados, ao serviço de aparência, assim como à hipocrisia das instituições e dos cargos públicos. De maneira ácida, critica ao comportamento frívolo das mulheres, à credulidade simplória e à hipocrisia insensível dos homens e também da humanidade em geral.

De forma simples, o argumento se desenrola com a notícia da visita de um inspetor geral que está prestes a chegar à cidade. Este é um Supervisor de alto escalão das repartições públicas. Por consequência, o pequeno vilarejo e seus principais funcionários entram em pânico. O governador, o juiz, o diretor dos hospitais, o chefe das escolas e outros representantes públicos elaboram a melhor forma de recebê-lo e como dissuadi-lo de qualquer inspeção.

É quando surge o aproveitador Ivan Aleksándrovitch Khlestakov, viajante malandro que é tomado por todos, de maneira equivocada, como sendo o inspetor geral em pessoa. Na confusão que se desenvolve, por conseguinte, não faltam situações hilárias de denúncia aos meios de uso do poder, à corrupção, à impunidade, aos favores etc.

Antes de deixar a cidade Ivan Aleksándrovitch Khlestakov, envia uma carta para um amigo, relatando todo o ocorrido. Esta carta é lida pelo chefe de correio que desvenda toda a farsa, porém Ivan não mais estava no vilarejo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Site:

http://www.infoescola.com/biografias/nicolai-vassilievitch-gogol/

http://rizzenhas.com/2013/05/14/resenha-avenida-nievski-e-notas-de-petersburgo-de-1836-de-nikolai-gogol/

http://oficina-literaria.blogspot.com.br/2010/01/grandes-autores-nicolai-gogol.html

http://claudiocastoriadis.blogspot.com.br/2014/02/nikolai-vassilievitch-gogol-1809-1852.html

http://www.goodreads.com/author/show/232932.Nikolai_Gogol

Fact Monster - People - Biography of Nikolai Vasilyevich Gogol

Theatre Database - Biography of Nikolai Gogol

Russia The Great - Biography of Nikolay Vasiliyevich Gogol

RT Russiapedia - Biography of Nikolay Gogol

Pegasos - Biography of Nikolay Gogol

http://www.britannica.com/EBchecked/topic/237143/Nikolay-Gogol

http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=18

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