TRABALHO ELABORADO A PARTIR DO FILME PEDREGULHO, O SONHO É POSSÍVEL
Por: kamys17 • 2/4/2018 • 2.217 Palavras (9 Páginas) • 625 Visualizações
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Ingressou no quadro de funcionários públicos do Rio de Janeiro a partir de 1932 e, assim, seus trabalhos foram desenvolvidos especialmente para obras públicas.
Percebe-se no Pedregulho a preocupação de Reidy com o homem, enfocando os espaços abertos e as áreas além da unidade habitacional. Ele defendia que habitar não se resume à vida no interior de uma casa, propondo a composição entre a moradia e o espaço externo, instalando serviços complementares às famílias na mesma área do edifício principal.
Carmen Portinho [Fig.2], engenheira, urbanista e militante feminista, trabalhou ao lado de Reidy. Foram responsáveis pela construção dos Conjuntos Habitacionais Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho).
Entre 1945 e 1958, Carmen exerceu o cargo de Diretora do Departamento de Habitação Popular e mostrava uma inovadora visão de cidade, pois trouxe de suas viagens para a Europa o conceito de Unidade de Vizinhança, que consiste no desenvolvimento de conjuntos habitacionais com características de serem autossuficientes.
Nota-se o lado feminista de Carmen Portinho na lavanderia coletiva do Pedregulho, que tinha como objetivo descontruir a imagem da esposa escrava do lar.
‘‘Affonso Eduardo Reidy lutava por uma arquitetura social e econômica. Toda a sua obra foi realizada nesse sentido. Não se conhece um só projeto seu que não fosse para a comunidade. Não projetou palácios nem prédios suntuosos, pois era cônscio da responsabilidade social da arquitetura. Foi sempre um arquiteto sóbrio e revolucionário no que fez.”
(Carmen Portinho)
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Figura 2: Carmen Portinho. Fonte: www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/1eb7_015-00-01.jpg.
[pic 3]
Figura 1: Eduardo Affonso Reidy. Fonte: www.mayaramoraisarquitetura.blogspot.com.br/2011/04/eduardo-reidy-alto-e-magro-timido-e.html.
2.3 Descrição do conjunto: principais características tipológicas e morfológicas
O terreno onde foi implantado o Pedregulho é irregular e sua topografia bastante acidentada. Apresenta um certo ponto de desnível de cerca de 50 metros, que, de forma sinuosa, ocupa toda a extensão transversal do terreno. Isso acentua a segregação do espaço.
A sua orientação é desfavorável, pois há uma excessiva insolação vespertina sobre o talude num local de clima quente, mas suas vistas paronâmicas são sobre o fundo da baía da Guanabara, compensando a característica negativa.
Reidy implantou um edifício ondulado, o Bloco A, ao longo da cota mediana desse talude, seguindo o desenho natural da curva de nível.
A partir dele, distribuiu as demais edificações, buscando que o conjunto desses objetos conformasse e organizasse espaços não edificados de modo que o resultado seria a ênfase da relação criada entre os distintos elementos.
Os edifícios são posicionados segundo uma simples relação de organização espacial. Os blocos residenciais estão dispostos paralelamente entre si e as outras edificações com as demais funções estão plantadas perpendicularmente, para promover a maior legibilidade às edificações no tocante à sua funcionalidade.
O projeto apresenta três edifícios de habitação, lavanderia mecanizada, ambulatório, mercado, escola, ginásio, vestiários e piscina.
O parque aquático/ginásio e a praça para contemplação e recreio infantil são os principais espaços para recreação do conjunto. É uma área composta por jardins, play-ground, campo de grama e um play-ground.
Os vestiários são parte do parque aquático. Para entrar na piscisna, teria-se que passar pelo vestuário, onde teria banho de ducha e lava-pés.
A escola foi implantada no centro do conjunto. A preocupação com o fácil acesso já estava no bloco A, onde haveria no intermediário, uma creche e um jardim de infância.
A existência de um pequeno comércio de gêneros alimentícios de primeira necessidade faria com que não fosse preciso sair do conjunto para obter os produtos.
[pic 4]
Figura 3: Planta de situação – sem escala. Fonte: www.theurbanearth.files.wordpress.com/2009/08/planta-conjunto-pedregulho.jpg.
3. Principais referências utilizadas no conjunto Residencial Pedregulho
3.1 Referências urbanísticas para a implantação do conjunto
A implantação, feita em terreno irregular de topografia acentuada, apresenta uma organização espacial. Na cota mediana do talude, foi implantado o Bloco A do Conjunto, que segue todo o desenho da curva de nível e, a partir dele, foram criadas as outras edificações, criando sempre uma relação.
Pensando na funcionalidade, os blocos residenciais estão dispostos paralelamente entre si e as outras edificações com as demais funções estão plantadas perpendicularmente.
Assim, essa distribuição eficiente dos edifícios junto ao terreno promove desde o princípio do projeto o êxito de todo o conjunto. Le Corbusier defendia que o essencial de uma obra arquitetônica está em sua implantação.
Ao observar a implantação do edifício ondulado, é possível notar que foi construído a partir do que já era existente, contextualizando a arquitetura na paisagem natural. Isso assemelha-se com com a forma de entender a relação de objeto e natureza de Le Corbusier, que, ao longo de seu repertório de projeto, deixa claro que a arquitetura e a paisagem se valorizavam e se complementam.
Como nos conceitos da carta de Atenas, Reidy trata o homem como um único tipo, com necessidades previsíveis e divididas em quatro atividades: habitar, trabalhar, circular e recrear.
A habitação é complementada por serviços que são seus prolongamentos, como escola, comércio, espaços para lazer, dentre outros, sendo que no Pedregulho foi construída uma lavanderia mecanizada, demonstrando a função habitar nos espaços externos.
Ao observar que o projeto foi direcionado a pessoas que trabalhassem próximas ao Conjunto e toda a organização e adequação dos espaços, podemos encontrar a preocupação com as necessidades de circular e trabalhar e, nas áreas de lazer, com a necessidade de recrear.
Jardim-de-infância, maternal,
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