Trabalho - O filme Lixo Extraordinário
Por: Carolina234 • 18/12/2017 • 1.796 Palavras (8 Páginas) • 599 Visualizações
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Assim como alguns Artistas, autores colocam em pauta essa questão do racismo no Brasil, o artista plásticoVik Muniz vêm com seu projeto (transformar a arte em lixo) priorizar e colocar em pauta a vida das pessoas que “vivem do lixo”,o que é um assunto pouco pautado no Brasil.
No documentário “Lixo extraordinário” ele conta como foi a sua experiência junto dessas pessoas, e o desenrolar do seu trabalho. Vik resolveu chamar a atenção simultaneamente para os problemas ambientais do lixo e das condições de trabalho dos catadores de Gramacho. Tendo como cenário o próprio aterro sanitário, Vik fotografou grupos de catadores de materiais recicláveis, com o objetivo de retratá-los na sua própria realidade. Sendo uma forma de dar voz e visibilidade aos trabalhadores do lixo, retratando-os como personagens com grandes montagens feitas de resíduos do próprio aterro.
Com seu objetivo de mudar a vida de um grupo de pessoas com os mesmo materiais que eles lidam todo dia, Vik acaba transformando o próprio lixo em arte, expondo sua arte com personagens que vivem em uma realidade cheia de lixos.
No filme um dos catadores faz uma brincadeira, a qual reflete uma realidade triste e cruel, quando ele vê a equipe de filmagem ele grita: “Filma nos aqui para o mundo animal”.
Nesses locais, o que se encontra são classes totalmente desfavorecidas pela sociedade, sem estudos, viciados, e são tratados como sem futuro pela população.
Isso tudo não intervém na força de vontade encontrada nessas pessoas que estão sempre alegres e sorrindo, isso é por conta da identidade assumida por eles, que vem da cultura de onde eles vêem que é aceita sem ao menos qualquer relutância. Mais conforme é demonstrado no filme à aceitação não é tão natural, isso ocorre porque a identidade que já foi assumida por todos ali tira toda e qualquer esperança que neles ainda restam.
Muitos vão parar ali não apenas porque nasceram ali, mas algumas vezes por falta de emprego, de estudos ou simplesmente por terem nascido de pais que sempre trabalharam ali e a única possibilidade vista era continuar, não por falta de interesse mais a maioria das vezes por falta de oportunidade.
No filme é mostrado que por mais que haja uma aceitação nisso tudo, alguns que estão ali no meio lutam por uma vida melhor, ou pelo menos lutam pra conseguir condições melhores para se viver. A cumplicidade vista no lixão é incrível é à força de vontade e o desejo de que um dia tudo melhore.
E que ainda sonham que mesmo pra eles que hoje são "sem futuro", podem tentar construir algo melhor para seus descendentes.
A situação na qual eles vivem é totalmente precária, sem higienização nem boa alimentação. A um enorme risco no qual essas pessoas se encontram, de acidente e saúde, sem falar que não existe se quer um local de socorro onde eles possam se dirigir caso ocorra algo inesperado.
Essa população é tão esquecida, que a crueldade ali vista é inacreditável, é possível se achar corpos de pessoas mortas e assassinadas sem ao menos alguém ter dado falta, jogadas como se fossem objetos inúteis, sem o menor respeito pelo sujeito.
Agora o interessante das obras mostradas e feitas pelo produtor, é que elas se tornam belas misturadas com a realidade cruel observada ali e em todos os lugares. Nelas todos podem ser iguais, mesmo que o preconceito visto ali pelo resto sociedade predomine.
Mas como é citado no começo do documentário ali o lixo é igual, de rico se mistura com o de pobre, sem a menor diferença. E é assim que a sociedade deveria se desenvolver, sem indiferença, com condições de vida igual para todos, pois todos têm o direito de sonhar e de ter um futuro melhor.
A reflexão encima da identidade negra em relação ao filme, não pode prescindir da discussão sobre a identidade enquanto processo mais amplo, mais complexo. A identidade negra é entendida no livro, como uma construção social, histórica, cultural e plural e implica a construção do olhar de um grupo étnico-racial ou de sujeitos que pertencem a um mesmo grupo étnico-racial, sobre si mesmos, a partir da relação com o outro.
De acordo com o autor, a identidade negra é como um processo contínuo, construído pelos negros e negras nos vários espaços, nos quais circulam. Também concluímos que a identidade negra também é construída durante a trajetória escolar desses sujeitos, e neste caso, a escola tem a responsabilidade social e educativa de compreendê-la na sua complexidade, e respeitá-la como ás outras identidades construídas pelos sujeitos que atuam no processo educativo escolar.
O racismo é um comportamento, uma ação, resultante da aversão por vezes, do ódio, em relação a pessoas que possuem um pertencimento racial observável por meio de sinais, tais como: cor da pele, tipo de cabelo, etc. Ele é estudado por vários pesquisadores, alguns deles como Edson Borges, Carlos Alberto Medeiros e Jacques D’Adesky, afirmam que o racismo é um comportamento racial que está presente na história da humanidade e que se expressa de variadas formas, em diferentes contextos e sociedades. Segundo eles, o racismo se expressa de duas formas interligadas: a individual e a institucional.
É importante não confundir racismo com etnocentrismo. O etnocentrismo é um termo que designa o sentimento de superioridade que uma cultura tem em relação a outras.
Quanto mais a sociedade, a escola e o poder público negam a existência do racismo entre nós, mais o racismo existente no Brasil vai se propagando e invadindo as mentalidades, as subjetividades e as condições sociais dos negros.
- Conclusão
Podemos observar que a desigualdade social é uma das piores formas de degradação moral, social e humana. Precisamos tentar combater tal rotulação, que aplica valor de objeto ao seres humanos.
É praticamente impossível existir cidadania “plena” em uma sociedade como a atual, onde o capital gera a desigualdade devido a sua “má distribuição” (mais valia/salários) e os interesses resumem-se ao lucro. Enquanto houver essa ambição
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