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Resenha do livro A alegoria do patrimônio” de Françoise Choay

Por:   •  11/10/2018  •  1.819 Palavras (8 Páginas)  •  338 Visualizações

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além disso, uma universalidade sem precedentes. O monumento tradicional, sem qualificativos era universalmente difundido, mas fazia reviver os passados particulares de comunidades específicas; o monumento histórico fazia ate então referencia a uma concepção ocidental da historia e a suas dimensões nacionais.

Ruskin e Morris são os primeiros a conceber a proteção dos monumentos históricos em escala internacional e a mobilizar-se pessoalmente por essa causa. Na imprensa e em campo, eles militam e lutam pelos monumentos e pelas cidades antigas da França, da Suiça, da Itália. Ruskin chega a propor, já em 1854, a criação de uma organização europeia de proteção, dotada das estruturas financeiras e técnicas adequadas e cria o conceito de "bem europeu". Quanto a Morris, depois de se ter levantado contra a destruição de um bairro popular em Nápoles, estende o combate para além das fronteiras europeias.

Uma primeira lei foi finalmente promulgada em 1887. Uma regulamentação vem completá-la em 1889. Em 1913, dão-lhe uma forma definitiva, que hoje constitui o texto legislativo de referência da lei sobre os monumentos históricos é a instituição de um órgão estatal centralizado, dotado de uma poderosa infraestrutura administrativa e técnica, o Serviço dos Monumentos Históricos, e uma rede de procedimentos jurídicos adaptados ao conjunto dos casos passíveis de previsão.

Essa legislação confirma a centralização, a unidade e a coerência da política francesa de conservação dos monumentos históricos, que se vê em seguida dotada de meios de ação próprios. De acordo com a tradição centralizadora da França, ela não deixou de funcionar como modelo em outros países em que o papel do Estado era menos preponderante e a descentralização era parte da tradição (Alemanha, Itália). Na Inglaterra, a intervenção do Estado na conservação dos monumentos históricos na administração e conservação deos monumentos históricos só aconteceu tardiamente.

Na França, Vitet e Mérimée, fazem aflorar um conjunto de problemas gerais, que envolve à sua maneira, o sentido de monumento histórico. Mas por conta de Mérimée não ser arquiteto, sua missão o faz defrontar com questões praticas e técnicas relativas á construção e à arquitetura. Os três grandes obstáculos que enfrentou foi: O primeiro, é a ignorância dos arquitetos. A situação da arquitetura romântica é ainda pior: esta é desprezada e julgada sem valor, não apenas pelos arquitetos mas também por historiadores da arte da estatura de Caumont. Segundo obstáculo, próprio da França é o antagonismo entre Paris e o interior do país. A tendência centralizadora dos inspetores e da comissão de Monumentos Históricos faz que se escolham arquitetos formados na escola de belas-artes de Paris. Estes enfrentam a hostilidade e mesmo a malevolência do local. O terceiro, o obstáculos mais graves, enfim, o trabalho de consolidação e restauração já não satisfazem os restauradores. Ele Não dá prestígio, não requer o “gênio criador” do artista e tão pouco remunera bem.

A intervenção de restauradores especializados nos monumentos históricos exige não apenas conhecimento seguro, históricos, técnicos e metodológicos. Ela implica também uma doutrina que pode articular de forma muito diferente esses saberes, modificando os objetivos e a natureza de intervenção arquitetônica. a nova disciplina que se constitui a partir da década de 1820, a conservação dos monumentos antigos, reconhece necessariamente os valores e os novos significados atribuídos ao monumento histórico.

O debate sobre restauração, que havia divididos antiquários e os atletas Ingleses antes dos demais, no fim do século XVIII, vê-se enriquecido e ampliado em dimensões que acabaram a cena Europeia. Esquematicamente, duas doutrinas se defrontaram: uma, intervencionista, é dominada no conjunto de países europeus; a outra, antiintervencionista, é mais própria da Inglaterra.

Desde o último quartel do século XIX, a hegemonia da doutrina de Viollet-le-Duc começa a ser abalada por uma postura mais questionadora, mas destacada, mas mais informada também, traz processo da arqueologia e da história da arte. essa orientação foi sendo posta em prática aos poucos, de forma anônima e quase furtiva. Foi porém definida,executado e defendido de modo brilhante por um homem cuja obra inovadora é hoje praticamente ignorada salvo em seu país de origem Itália.

Camillo Boito É um desses arquitetos italianos que, como Giovannoni na geração seguinte, devem a originalidade de suas obras e de suas ideias a uma forma sem igual na França e na maioria dos outros países. Engenheiro, arquiteto e historiador da arte, suas competências lhe permitirão situar-se na confluência de dois mundos que se tornaram estranhos: o da arte passado e atual, e o da modernidade técnica.

Foi por ocasião de três congressos de engenheiros, reunidos em Milão e Roma entre 1879 e 1886 que Boito foi levado a formular um conjunto de diretrizes para A Conservação e restauração dos monumentos históricos. Estas foram incorporadas à Italiana de 1909.

A Ruskin e a Morris Ele deve sua concepção da conservação dos monumentos baseada na noção de autenticidade. Não se deve preservar a pena a pátina dos edifícios antigos, Mas os sucessivos acréscimos devido ao tempo. o respeito ao se deve igualmente fazer rejeitar a concepção paleontológica, com base na qual Viollet reconstitui as partes desaparecidas do edifício, e mais ainda sua tipologia estilística, que, apesar de certas declarações contrárias termina por e ignorar do carácter singular e cada Monumento.

Boito, com Viollet-le-Duc, contra Ruskin e Morriss, Procura a prioridade

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