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RESENHA DO LIVRO TRÊS TEXTOS SOBRE A CIDADE - Grandeza, ou o problema do grande; A cidade genérica; Espaço – lixo

Por:   •  30/8/2018  •  1.734 Palavras (7 Páginas)  •  1.039 Visualizações

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Com a Grandeza, a distância entre o centro e o invólucro aumenta até ao ponto em que a fachada já não revela o que acontece no interior. A exigência humanista de “honestidade” está condenada: as arquiteturas do interior e do exterior tornam-se com a instabilidade das necessidades programáticas e iconográficas, a outra – agente de desinformação – oferecendo à cidade a aparente estabilidade de um objeto.

Onde a arquitetura revela, a Grandeza assombra; a Grandeza transforma a cidade, que era uma soma de certezas e passa a ser uma acumulação de mistérios. O que vemos já não é o que nos mostraram.

Quando o autor diz que a Grandeza assombra de fato a arquitetura adquire a propriedade da Grandeza e isso se torna um desafio.

“Apenas através do tamanho, esse edifício entra num domínio

amoral, para lá do bem e do mal.

O seu impacto é independente de sua qualidade. ”

Livre dessa qualidade em que arquitetura se revela, não se leva em consideração seus preceitos morais.

Por fim seu quinto teorema que diz:

Em conjunto, todas essas rupturas – com a escala, com a

Composição arquitetônica, com a tradição, com a transparência, com a ética – implicam a final e mais radical ruptura: a Grandeza já não faz parte de nenhum tecido urbano.

Existe; quando muito, coexiste.

O seu subtexto é que se lixe o contexto.

Podemos entender que a Grandeza destrói, mas é possível reconstruir aquilo que é livre como a arquitetura. Como aprendemos com o próprio autor, a Grandeza é a única arquitetura que programa o imprevisível e que a cidade também apresenta seus problemas.

A Cidade Genérica

Rem Koolhaas logo no início do capítulo faz perguntas e comparações do que pode ser a cidade genérica, a falta de identidade das cidades e começa a pontuar o que configura a cidade genérica. Um ponto principal é a arquitetura contemporânea que é visto como uma perda, pois hoje os arquitetos se concentram naquilo que é prático ou que conseguem controlar, acabam se preocupando com os edifícios, e esquecendo que a cidade não é apenas a construção dos mesmos, existem muitos problemas urbanos, os problemas dos centros e podemos incluir os centros históricos nesse ciclo onde estão perdendo a sua identidade. Como diz o próprio autor, a cidade genérica é sem história, uma cidade fácil e que não precisa de manutenção, onde tudo se destrói e se constrói.

As críticas do autor sobre a Cidade Genérica na verdade é uma forma de analisar as cidades contemporâneas por sofrer tantas adaptações:

A cidade genérica é a cidade liberada do cativeiro central, da camisa de força da identidade [...] ela é nada senão uma reflexão da presente necessidade e da presente habilidade. É a cidade sem história. É grande o suficiente para todos. É fácil. Não precisa de manutenção. Se fica muito pequena, simplesmente se expande. Se fica muito velha, simplesmente se auto destrói e se renova. É igualmente exitante e não exitante em qualquer parte. “É superficial” - como um estúdio de Hollywood, podendo produzir uma nova identidade a cada manhã.

Como diz o autor a Cidade Genérica e a sua grande originalidade é simplesmente abandonar o que não funciona, aceitar todas as coisas que acontecem sem planejamento e sem se preocupar como ela está sendo desenvolvida. Para ele o que também está relacionado a Cidade Genérica são a “estatística” que é um crescimento espetacular excepcionalmente nas últimas décadas, “geral” é a cidade que resta depois da vida urbana e de emoções escassas, “aeroporto” hoje um dos elementos mais singulares e característicos da cidade genérica, “população” rigorosamente multirracial e também multicultural, “política” uma relação, às vezes distantes, mas com regime autoritário, “sociologia” não coincide com a cidade genérica e isso é algo surpreendente, “bairros” onde alguns conservam uma parte do passado outros se incluem na arquitetura contemporânea, “programa” algumas pessoas já conseguem trabalhar em casa, porém os escritórios continuam a existir pois ainda é necessário, “arquitetura” uma definição bela, construída em uma velocidade incrível, mesmo assim o autor acredita que não faz parte do desenvolvimento correto, “geografia” obviamente em um clima mais quente com definição de um clima final tropical, “identidade” na verdade a falta da identidade, “ história” a falta da história, na verdade está cada vez mais escasso e por fim “infraestrutura” que se tornam cada vez mais competitiva, não se criam conjuntos que funcionam.

Devido a diversas transformações e todas essas relações acima, a cidade genérica teve seu passado, mas com o passar do tempo está se perdendo cada vez mais.

Espaço – lixo

O espaço-lixo é uma continuidade da cidade genérica, o autor faz uma análise do espaço urbano dentro da modernização e mais uma vez sobre a construção desenfreada.

O espaço urbano está perdendo suas características e a arquitetura contemporânea está influenciando nessas mudanças, não tem seu próprio estilo isso torna-se lixo em outras palavras não pode ser utilizado. Rem Kooalhas não faz críticas apenas para os objetos ou matérias, mas sim na cidade como um todo, e que tudo é excesso, tentam melhorar, mas cada vez está pior:

A mudança divorciou da ideia de melhoramento. Não há progresso; como um caranguejo drogado com LSD, a cultura não para de titubear de lado... A vulgar lancheira contemporânea é um microcosmo do espaço-lixo; uma fervorosa semântica de saúde – pedaços de berinjela cobertas de rodelas grossas de queijo de cabra – anulada por um bolo colossal lá no fundo... O espaço-lixo esvazia e é esvaziado em troca.

O contemporâneo reverte o conceito do modernismo, no contemporâneo tudo é construído para o consumo, tudo em excesso, tudo é acumulado e se torna um espaço de lixo.

O espaço-lixo é como um produto com várias substâncias, como o próprio autor diz: “ A soma total do nosso êxito atual”, ou seja, consequência de tudo que criamos desordenadamente,

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