O Ara Pacis, projetado pelo arquiteto Richard Meier
Por: Lidieisa • 13/12/2018 • 1.710 Palavras (7 Páginas) • 306 Visualizações
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atual do mausoléu e o local original produziu uma grade urbana de quatro quadrados que foi usada como um quadro proporcional para reorganizar a praça e seus arredores. Um obelisco artificial é usado como uma referência histórica no eixo norte-sul através do altar. A clareza dos volumes e as proporções do edifício se relacionam em escala às antigas estruturas de Roma. Uma característica predominante do novo edifício é uma parede de cortina de vidro com 150 pés de comprimento e 40 pés de altura. O hall de entrada assimétrico, definido por sete colunas delgadas em betão armado terminado com gesso em mármore branco encerado, leva ao salão principal, que abriga o Ara Pacis. O contraste entre a iluminação subjugada do espaço de entrada e o salão expansivo iluminado e altamente simétrico encoraja uma circulação naturalmente progressiva. O teto sobre o corredor principal repousa em quatro colunas com clarabóias para maximizar a iluminação natural e para eliminar "sombras falsas". Fora da estrutura principal, uma parede de baixo travertino que se estende de dentro do salão principal traça a antiga costa do rio Tíber.
Houve várias polêmicas porque muitos consideravam o projeto em vidro, moderno demais, destoando da antiguidade do monumento. Os políticos da vez até prometeram e ameaçaram desmontar a urna de vidro. Mas aí surgiu outro problema: destrui-la para construir o quê? Onde colocar a Ara Pacis? O objetivo principal da urna é proteger o monumento, mantendo a sua temperatura constante, além, claro, de protegê-lo das intempéries.
Como os demais prédios projetados por Richard Meier, o museu é todo branco, com grandes painéis de vidro, o que acaba diferenciando-o bastante da vizinhança, afinal, Roma é ocre e terracota. Mesmo com sua diferenciada construção, o prédio é bem inserido no contexto, principalmente porque segue a mesma altura e alinhamento das construções antigas.
Para quem está localizado em torno ou no próprio Vaticano, a ida até esse museu é de grande valor cultural, fica em uma curta distância podendo ir a pé, passando na frente do Castelo de Sant’Angelo, margeando o Rio Tibre até atravessar a Ponte Cavour. Para quem está pela Piazza del Popolo, é só vir descendo pela Via di Ripetta. Na chegada, todo mundo tem direito a uma sentada na escadaria para descansar, comer bagana, ver a água e o tempo rolar. Para articular os diferentes níveis das ruas que cercam o prédio, Richard criou uma praça toda de travertino na frente do museu, o mesmo material que constitui a Ara Pacis. Um detalhe interessante é que em uma parede lateral da praça fica constantemente escorrendo água e na parte mais baixa tem uns esguichos, uma bela menção às antigas fontanas espalhadas pelas piazzas da cidade.
O monumento retangular forma uma murada em torno de um altar central e interior, sem cobertura. O conjunto levantado em um pódio é bastante elevado, tem uma rampa escalonada e duas portas de acesso alinhadas num eixo.
As portas: A principal, orientada para o oeste e localizada em um pedestal, era usada pelo sacerdote que oficiava o abate ritual; a porta orientada para o leste, em contato com o chão, era onde animais do recinto sagrado eram introduzidos e abatidos.
As pilastras Coríntias: Se localizam nos quatro cantos da construção e nas extremidades verticais das portas.
As fitas fronteiras gregas: Dividem os relevos exteriores em duas faixas: a parte inferior decorada com folhas de acanto e motivos florais e o topo com cenas históricas e mitológicas relacionados ao imperador Augusto.
A decoração que cobre as paredes interiores e exteriores é dividida em quatro grupos:
A – Ambos os lados decorados com desfile externo frisos em uma procissão da família imperial e funcionários do estado romano.
B – Os quatros relevos alegóricos em ambos os lados por duas portas exteriores ou aberturas.
C – Tomada externa de rolos de acanto.
D – Friso de grinaldas e bucrania interno.
3 JUSTIFICATIVA DO ARQUITETO
O edifício histórico de estilo fascista em torno do Altar, conhecido localmente como "teca del Morpurgo", foi derrubado em 2006 e substituído por uma estrutura de vidro e aço de estilo moderno, projetada pelo arquiteto Richard Meier. Por mais de meio século Richard Meier vem aperfeiçoando sua habilidade na prática. Sempre sem valer-se das cores, ele fez sua arquitetura marcar a história ou ao menos o local onde fora construída. O Pritzker, recebido em 1984, não nega. Este discípulo de Le Corbusier fez-se o mais jovem arquiteto a receber tal honraria graças aos seus jogos de luz. Se o trabalho de Meier pudesse ser reduzido em palavras estas não poderiam faltar: progressão geométrica, escultural e linear. Seus projetos, embora cheios de ordem, nunca deixam de lado a surpresa. O modo como a luz atravessa e corta os edifícios é a principal magia de seus projetos.
Ele optou por uma arquitetura moderna destoando da antiguidade do monumento. Fazendo com que a obra de arte fosse acompanhada pelo momento atual. Enfatizou o seu próprio estilo com um sentimento de auto agradecimento. Ele utilizou a geometria como um elemento
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