O FLUXO DE CAIXA PROJETADO OU ORÇAMENTO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS
Por: Jose.Nascimento • 24/1/2018 • 4.921 Palavras (20 Páginas) • 530 Visualizações
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Braga (1989, p. 23) afirma que:
Função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos. Encontrada em qualquer tipo de empresa, a função financeira tem um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento.
Portanto, a gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos, envolvendo o planejamento, análise e controle das atividades financeiras da empresa, visando maximizar os resultados econômico-financeiros decorrentes de suas atividades operacionais.
Todas as atividades das empresas estão envolvidas com captação e utilização de recursos, portanto o papel da administração financeira é de fundamental importância para o bom desempenho da Administração Geral, uma vez que a Gestão Financeira atua na distribuição de recursos na empresa.
Para Gitman (2001, p. 4) “a administração financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa”. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos.
Segundo Gitman (2001, p. 5), a administração financeira lida com as obrigações do administrador da empresa os administradores financeiros gerenciam ativamente as questões financeiras de muitos tipos de negócios-financeiros e não financeiros, com ou sem fim lucrativo. Eles trabalham em tarefas financeiras tão variadas como planejamento, concessão de crédito para clientes, avaliação investimento, assim como meios de obter recursos para financiar as operações empresas.
Gitman (2001, p. 5) diz que “em anos recentes, as mudanças nos ambientes econômicos aumentaram a importância e a complexidade das tarefas do administrador financeiro”. Como resultado, altos executivos do setor privado e governo são provenientes da área financeira.
As mudanças criaram a necessidade de administradores financeiros que possam ajudar a empresa gerenciar fluxos de caixa em diferentes moedas, assim como se proteger de riscos que urgem naturalmente de transações internacionais. Apesar de a função de administrador financeiro ter-se tomado mais complexa, ela permanece como carreira recompensadora e que traz realização profissional (FALCINI, 1995, p.56).
Segundo Falcini (1995, p. 56), planejamento financeiro é o processo de estimar a quantia necessária de financiamento para continuar as operações de uma companhia e de decidir quando e quanto à necessidade de fundos seria financiada. Sem um procedimento confiável para estimar as necessidades de financiamento, uma companhia pode acabar não tendo fundos suficientes para pagar seus compromissos, tais como juros sobre empréstimos, duplicatas a pagar, despesas de aluguel e as despesas de água, luz e telefone.
Segundo Falcini (1995, p. 57), o sucesso e a solvência de uma empresa não podem ser garantidos meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das vendas "a crise de liquidez", isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras, sempre põe em perigo uma companhia. Já que o problema é mais critico quando o crédito é limitado, as pequenas e médias empresas correm maior perigo de possíveis deficiências de caixa do que as grandes corporações, que normalmente possuem um amplo leque de alternativas de financiamento. Isso não quer dizer que as grandes empresas nunca terão problemas de liquidez.
Assaf Neto e Silva (2002, p.14), afirma que:
A administração do Capital de Giro encontra-se inserida no contexto decisorial das finanças das empresas, permitindo melhor entendimento de como as organizações geram, aplicam e gerenciam seus recursos financeiros. Constitui-se, em outras palavras, num conjunto de regras que tem por objetivo a preservação da saúde financeira da empresa.
As empresas realizam operações diárias como compra e venda de mercadorias ou produtos, para tal necessitam de recursos financeiros, esses recursos são denominados Capital de Giro ou Capital Circulante, ou seja, Capital de Giro são os recursos que movimentam as operações diárias de uma organização.
Um dos grandes problemas enfrentados hoje pela Administração Financeira no Brasil é a captação de recursos para suprir as necessidades de Capital de Giro que é diretamente afetado pelas oscilações constantes na economia do país.
Na visão de Assaf Neto e Silva (2002), é possível solucionar o problema de capital de giro com a recuperação da lucratividade da empresa e a consequente recomposição de seu fluxo de caixa. E ainda reforça dizendo que para isso “é necessário que as medidas financeiras estejam associadas às estratégias, operações e práticas gerenciais para que se alcance o resultado esperado”.
2 Fluxo de Caixa: Origem e Conceitos
Desde a antiguidade, o homem procura compreender a capacidade financeira de seus negócios. Tales de Mileto, aproximadamente no ano 600 a.C., já teria estudado contabilidade no Egito. Entretanto, somente em 1494, o monge franciscano Luca Pacciolo publicou a obra “Método das Partidas Dobradas”. Segundo Silva (2006), essa obra era utilizada para explicar a contabilidade aos comerciantes da época e hoje ela representa a base de uma doutrina contábil. Após a Revolução Industrial, no século XVIII surgiram as primeiras normas contábeis. Elas foram formuladas pela escola Inglesa para atender aos interesses dos comerciantes no que se refere aos sistemas de controle financeiro e patrimonial.
Silva (2006) menciona que mais tarde, já no século XX, a crise mundial que se instaurou em 1929 com a queda da bolsa de valores, as empresas se deram conta de que era necessário utilizar a contabilidade e os sistemas de controle na tomada de decisões financeiras. Assim surgiam os primeiros estudos sobre o fluxo de caixa e sua importância nas empresas. O primeiro deles foi publicado em 1934 pelo Americam Institute of Certified Public Accountants (AIPA) e tinha como foco a análise de balanços. No ano de 1961 o Accounting Research 2, publicou um estudo
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