Resenha A Corrosão do Caráter - Richard Sennett

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antigo capitalismo é apontado pelo autor a partir do ponto de vista marxista, demonstrando que a responsabilidade, a permanência e fixação no emprego- as vezes até a aposentadoria, a difícil aceitação do risco, o mercado de trabalho burocrático excessivamente rigoroso, que não abria margem para questionamentos assim como Enrico que trabalhou por anos como faxineiro sem reclamar, são fatores essenciais para adquirir experiência, para criação de fortes laços sociais e inclusive para garantir a mobilidade ascendente.

O modelo do novo capitalismo alegado por Sennett é infiel, não fortalece laços, transforma empregados em irresponsáveis, essa flexibilidade arraigada nos novos trabalhadores que interagem em meio a comunicação, tecnologia não é capaz de moldar o caráter do homem e, sem caráter também não pode ensinar suas gerações a ter caráter, e mesmo resistindo todos acabam à deriva em meio a tanta flexibilidade.

Rico homem bem sucedido através de seu pai que lutou para lhe garantir vida diferente consta na estatística dos “jovens encaminhados para cima na escada social às vezes traíam vergonha pelo sotaque operário e as maneiras rudes dos pais, mas com mais frequência se sentiam sufocados pelas infindáveis estratégias sobre centavos e cálculo do tempo em passos minúsculos.”(pag16), este homem sucedido sequer foi capaz de criar laços sociais estruturados, não “citava constantemente pequenas parábolas para incutir questões de caráter”(pag 26) ensinando lições que aprendeu de seu pai, Rico se tornou um homem à mercê do novo capitalismo, em constante mudança, a deriva, quer evitar a corrosão do caráter mas é inevitável pois se tornou estático, se tornou confuso, mas é um homem bem sucedido.