Iniciação a História da Arte - E. H. Gombrich
Por: Hugo.bassi • 17/1/2018 • 1.933 Palavras (8 Páginas) • 424 Visualizações
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acordo com fontes literárias, os artistas gregos do Período Clássico, que se iniciou por volta de 480 a.C., obtiveram grandes avanços na pintura, alcançando o domínio do espaço ilusionista. Entretanto, não restaram muitos registros que permitissem a confirmação e veracidade dessa alegação. Nesse estilo, o fundo branco era tratado como um vazio pelo qual as formas pareciam surgir. Não eram muitos os pintores de lécitos capazes de criar essa ilusão.
2.2. Templos
As realizações gregas em arquitetura têm sido identificadas, desde os tempos romanos antigos, com o surgimento das três ordens arquitetônicas clássicas: a dórica, a jônica e a coríntia. Dentre elas, a dórica pode ser considerada a ordem básica, sendo mais antiga e mais definida do que a jônica; a coríntia é uma variante da última. Para o autor, os templos gregos possuem caracteres únicos, que os identificam de maneira geral.
2.2.1 Ordem dórica
A expressão ordem dórica refere-se aos padrões e seqüências que constituem o exterior de qualquer templo dórico. Suas principais características já haviam se estabelecido por volta de 600 a.C., mas como se desenvolveram, e a razão pela qual se fixaram tão rapidamente em um sistema, continua sendo um enigma cuja solução conta com poucos registros confiáveis.
Os templos egípcios destinavam-se a serem apreciados a partir de seu interior, já os templos gregos são dispostos de tal forma que a parte exterior torna-se muito mais importante. Poderíamos interpretar um templo dórico como uma entrada com colunas de um santuário egípcio pelo avesso.
2.2.2 Pesto
Das construções gregas antigas a mais antiga é a Basílica em Pesto. Aproximadamente cem anos mais tarde foi construído o Templo de Poseidon. A Basílica parece baixa e possui aspecto pesado, já o Templo de Poseidon parece alto e compacto. Em parte, trata-se de uma diferença psicológica criada pelo desenho das colunas. Essa sensação de peso da Basílica foi explicada com base na alegação de que os arquitetos do período Arcaico ainda não estavam totalmente familiarizados com seus novos materiais e técnicas de engenharia.
2.2.3 Atenas
Como a realização mais perfeita do Período Clássico da arquitetura grega, o Partenon deu um passo além em direção à plenitude harmoniosa. O fato de ter sido construído em Atenas, no apogeu de sua glória e poder, proporcionou-o o melhor em termos de mão-de-obra e material. Apesar de ser maior e parecer menos compacto que o templo mais antigo, a sensação dominante é de um equilíbrio gracioso e delicado. Ao invés de se igualar a um atlas arcaico, esforçando-se para sustentar o peso de um mundo sobre os ombros, o Partenon transmite uma sensação de repouso.
2.2.4 Ordem Jônica
A ordem jônica era conhecida de forma desintegrada e só se tornou ordem com o surgimento do Período Clássico, ainda assim sendo mais maleável que a ordem dórica. Anteriormente, a escassez de estruturas jônicas na Grécia era nítida; segundo o autor, a únicas armações eram pequenos tesouros construídos pelos estados gregos. Em 450 a.C. arquitetos atenienses deram início a essa ordem com simplicidade nos projetos. As obras tinham características surpreendentes, com ênfase nas colunas jônicas, que eram descritas pelo autor da seguinte forma:
A coluna repousa sobre uma base ornamental; o fuste é mais esguio, e há menos afilamento e dilatação; o capitel mostra um grande ornamento duplo, ou dupla voluta entre o equino e o ábaco, que se projeta firmemente para além da largura do fuste. (JANSON, H. W.; JASON, A. F. 1996. Pág. 56)
A coluna jônica possui características mais leves que a dórica, mas sempre com ancestrais primitivos do capitel jônico que confirmam a proximidade. Os templos gregos são providos de estruturas que dão estabilidade visual devido à organização simétrica de suas partes e possuem unidades orgânicas criadas pelos homens através de projetos. Essas obras com proporções exatas deram perfeito efeito de equilíbrio e coerência dos volumes e formas.
Essas ordens são consideradas como base da arquitetura moderna, elas não foram ultrapassadas, mas sim igualadas a estruturas atuais.
2.3 Escultura
As origens da escultura e arquitetura monumentais na Grécia ainda possuem origens desconhecidas. O mistério pode não ser esclarecido, pois os mais antigos exemplares remanescentes da escultura e arquitetura grega em pedra mostram que a tradição egípcia já havia sido bastante assimilada e que não demorou muito para que atingissem a capacidade de reproduzir obras similares.
2.3.1 Estilo Arcaico
Com características em forma cúbica, as esculturas arcaicas surgem do bloco de pedra com a permanência imaginária da forma original do material. Os exemplares gregos arcaicos são desajeitados, segundo o autor, e, possuem material bruto em excesso, sem maleabilidade e com traços distantes da organicidade. Em algumas esculturas, o artista tentava desvincular sua estátua da matéria inerte, para aproximar-se da matéria viva que se deseja representar.
No texto o autor destaca duas esculturas do século VII, Kouros e Miquerinos, e descreve as características:
[...] em ambas percebe-se a forma cúbica, [...] as silhuetas delgadas e de ombros largos; a posição dos braços, com mãos cerradas; a postura, com a perna esquerda avançada, interpretação enfática da rótula do joelho e a ondulação do cabelo do jovem grego, semelhante a uma peruca e ao adorno que os faraós usavam na cabeça. [...] (JANSON, H. W.; JASON, A. F. 1996. Pág. 56)
As figuras femininas eram representadas com diferenças na vestimenta, como o drapejamento que estabelecia uma relação com o corpo e define suavemente as curvas dos quadris.
2.3.2 Escultura Arquitetônica
As estruturas de pedra construídas pelos gregos provêm de esculturas arquitetônicas antigas. Assim como os egípcios, cobriam as paredes com esculturas em relevos esculpidas em pedras, e também a construção de frontões triangulados nas fachadas dos templos, com estátuas separadas dispostas em sequência e ajustadas a estrutura triangular, diferentemente das características egípcias.
A obra “O Combate entre Deuses e Gigantes” é disposta em forma de alto-relevo com esculturas separadas ao fundo, e resulta em uma visualização de interação dramática. Essa característica expressiva das esculturas
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