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Estéticas Urbanas - Sônia Schulz

Por:   •  8/11/2018  •  1.260 Palavras (6 Páginas)  •  239 Visualizações

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Este desenho de retícula presente em Nova York é frágil e impotente, diante das forças arquitetônicas que insistem em transgredir a pretensas ordens, acabando assim por desterritorializar uma cidade antes territorializada. A estriagem visa delimitar a matéria e organizar o caos, ela constitui um sistema de linhas ortogonais, horizontais e verticais, que subjugam as diagonais, ou quaisquer outras linhas desreguladoras do sistema. Os espaços lisos são intensivos e direcionais, são preenchidos com singularidades em vez de medidas e propriedades. Essa textura heterogênea, ilimitada, acentrada e aberta a todas as direções. O espaço estriado óptico pressupõe o afastamento entre sujeito e objeto, e o espaço liso háptico, por sua vez, anula todas as distâncias.

TÓPICO 5: Cidades contemporâneas

Os discursos teóricos e práticos das últimas décadas apontam para duas tendências opostas: uma de reação e outra de resistência às dominantes ideologias modernistas. Os neoconservadores reagem defendendo o revivalismo histórico e a preservação do legado humanista, enquanto os arquitetos críticos da cultura oficial sugerem a inserção dos sinais da contemporaneidade da paisagem urbana. Os neoconservadores têm como proposta, um new urbanismo inspirado em cidades tradicionais, com a expectativa de recuperar os símbolos do passado ainda presentes na memória coletiva.

As estratégias projetuais consistem em valorizar os espaços públicos e integrar as funções urbanas, para aumentar o interesse por ruas, praças e edifícios cívicos como fóruns de sociabilidades. Porém este Novo Urbanismo, apesar de ser um espaço aparentemente público, efetivamente privados e excludentes.

O clássico se sustenta nas relações entre formas e matéria. A contemporaneidade recusa a forma como determinadora do espaço e busca liberar força sempre em mutações, reinventando seus processos de consolidação. Como exemplo, a autora utiliza o texto de Rem Koolhaas, Cidade Genérica, onde ele fala sobre a cidade contemporânea e suas características mais importantes, além de citar também conceitos presentes em seu outro livro Delírios de Nova York, como a “congestão”.

TÓPICO 6: Contemporaneizando uma cidade

Berlim é citada como uma cidade que recebeu projetos nas últimas décadas se contemporaneizando. Os projetos para revitalizar a cidade destruída, a tornaram atualmente, uma das cidades mais visitadas da Europa. Entre os projetos mais reconhecidos realizados em Berlim estão o Museu Judaico, projetado por Daniel Libeskind e a transformação e recuperação da Potsdamer Platz e Leipziger Platz, locais divididos pelo Muro de Berlim e que eram praças de concentração do público berlinense, que através da revitalização pôde voltar a ser um espaço de memória coletiva de Berlim.

TÓPICO 7: A urbanidade como experiência estética

A metrópole contemporânea sinaliza uma descontinuidade. A cidade não é somente, ou sobretudo, um espaço físico limitado e organizado. As cidades contemporâneas se tornaram cartografias que deslocam o foco do espaço para o tempo, da estática para a dinâmica, do real para o virtual, das utopias de totalidades para as heterotopias de fragmentos.

Foi através da cultura do espaço e do tempo que os ambientes urbanos precisaram de dispositivos cada vez mais sofisticados e complexos para suprir as necessidades da vida civilizada. O mundo ocidental privilegiou o espaço e despreza o tempo. A estética contemporânea explora a urbanidade como uma máquina produtora de sentido, que torna visíveis as forças invisíveis, e não como a maquina das analogias mecânicas modernistas.

Os espaços urbanos existentes são labirínticos, redes de percursos e nós, dotados de hierarquias instáveis, que constituem complexas tessituras somente experienciáveis, sem qualquer representação possível. A estética urbana contemporânea sugere o agenciamento entre o traçado da cidade e suas arquiteturas, sozinhos os objetos urbanos não geram urbanidade, a cidade é uma composição estética, uma operação construtiva, em que as obras arquitetônicas interagem com os vazios circundantes, ressaltando identidades e contrastes.

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