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O DESENVOLVER DO PENSAMENTO LÓGICO

Por:   •  27/6/2018  •  5.730 Palavras (23 Páginas)  •  263 Visualizações

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refere-se ao computador como “uma máquina que possibilita testar ideias ou hipóteses, que levam à criação de um mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo em que permite introduzir diferentes formas de atuação e interação entre as pessoas.” No entanto, se a metodologia de trabalho não estiver clara e bem pensada no o quê e para quê tal atividade aplicada servirá, o computador tornar-se-á uma mera máquina de reprodução de ideias.

2 O PENSAMENTO LÓGICO ATRAVÉS DA HISTÓRIA

Para adentrarmos o assunto, não há como, brevemente, abordarmos o tema lógica sem buscarmos o seu significado através da história.

Durante a Idade Média, em especial durante o florescimento da escolástica (séculos XIII a XV)  foram realizados notáveis progressos na lógica aristotélica. A lógica tornou-se mais sistemática e progressiva. Ela era entendida como a "ciência de todas as ciências". Era a razão humana na procura da Verdade.  De acordo com o pensamento corrente no tempo, o saber científico tinha que obedecer à lógica formal. A partir de um conjunto de princípios universais admitidos como verdadeiros, por um processo  dedutivo procurava-se encontrar a explicação para todos os fenômenos particulares.

A partir do século XVI a lógica aristotélica começa a ser questionada. Os métodos dedutivos que a mesma preconizava para a investigação científica, começam a ser postos em causa, com o chamado a ciência experimental - A partir dos fenômenos que chegava numa verdade universal, o contrário do que pregava Aristóteles. Como responsáveis por esse novo pensamentos, Francis Bacon e Descartes.

No Período Moderno (XIX a princípio do século XX), Leibniz concebe a lógica como um conjunto de operações dedutivas de natureza mecânica onde são utilizados símbolos técnicos, incorporando a álgebra de sua época. A ideia de programar uma maquina para efetuar cálculos irá inspirar até aos nossos dias não apenas o desenvolvimento da lógica, mas a criação de máquinas inteligentes. Neste período também diversos investigadores de formação matemática conceberão, não apenas uma nova linguagem simbólica, mas também  uma forma de transformar a lógica numa álgebra.

À partir do século XX, com um sistema de símbolos formado, os estudos em torno da lógica matemática e na concepção de máquinas inteligentes, pensadas desde o Renascimento, passa a permear em torno de vários pensadores e matemáticos, sempre em busca de um sistema lógico ou de uma verdade empírica. Durante esse período, surgiram calculadoras com Pascal e Leibniz, o estudo da relação entre humanos e máquinas com La Mettrie, e as máquinas analíticas baseadas em cartões perfurados de Charles Barbbage. Hoje, os estudos em torno da lógica baseiam-se, principalmente, na construção de uma tecnologia cada vez mais rápida e eficaz, de preferência cada vez menor, que impulsione a humanidade, automatizando cada vez mais os processos mecanicistas.

3 A LÓGICA PIAGETIANA

Não há como dissociar lógica do pensamento, pois é a partir deles que se abstrai conhecimento. Jean Piaget dedicou-se a descobrir como o ser humano pensa, por que uns são lógicos e outros não, por que a criança pensa diferente do adulto, como nasce a noção do tempo, espaço, objeto na criança e na humanidade.

Na teoria construtivista o sujeito é visto como um ser em desenvolvimento, ativo e capaz de construir o novo. Os sujeitos são construtores do seu próprio conhecimento. Nesse sentido, o conhecimento é construído e a necessidade do aluno de aprender e de desenvolver atividades colabora com a construção do conhecimento. A ação do aluno sobre o objeto de conhecimento é individual e pode ser transformada e adaptada, segundo sua vontade e desejo (ALTOÉ, 2005).

Ao estudar a Teoria do Desenvolvimento Humano, Piaget nos trouxe que compreender os mecanismos que constituem o conhecimento equivale à compreensão dos mecanismos envolvidos na formação do pensamento lógico, matemático. 

Ao focar-se na construção do pensamento lógico, Piaget mostra que este é um processo interno, apoiado no processo de interação do sujeito com o objeto e, embora essencial, da mesma forma também não é uma condição suficiente ao desenvolvimento cognitivo humano, uma vez que para tanto é preciso, ainda, o exercício do raciocínio.

Conforme Terra:

Simplificando ao máximo, o desenvolvimento humano, no modelo piagetiano, é explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.

Outra questão importante levantada por Piaget é a questão do erro. O aluno, ao construir seu próprio conhecimento estará intimamente ligado com a relação erro x acerto, na verdade ele estará aprendendo com seu próprio erro.Constudo esse aprendizado acontece de forma autônoma (aluno x objeto) ou de forma conduzida, orientada (professor x aluno x objeto), levando-se em conta a bagagem de experiências que o aprendiz traz consigo. Desta relação entre erro e acerto nos fala Piaget (1994):

O aluno aprende na tentativa do acerto e cabe ao professor levá-lo a refletir, analisar e perceber o erro. Quando o aluno erra, o professor interfere de maneira a fazer com que ele compreenda o erro e busque formas de reconstruí-lo. Nessa situação, o aluno entra em um processo de desequilíbrio cognitivo e, na busca pelo equilíbrio, passa pelos processos de assimilação e acomodação, em que o erro torna-se a base fundamental do processo de aprendizagem. Na assimilação, o aluno incorpora novas informações e experiências. Na acomodação, o aluno modifica suas ações, ideias e conceitos, de acordo com suas experiências.

4 PAPERT E O COSNTRUCIONISMO

O conhecimento através do computador tem sido denominado por Papert de cosntrucionismo, uma reconstrução teórica a partir do construtivismo piagetiano.

A busca do cosntrucionismo é alcançar meios de aprendizagem fortes que valorizem a construção mental do sujeito, apoiada em suas próprias construções no mundo. Papert concorda com Piaget de que a criança é um ‘’ser pensante’’ e construtora de suas próprias estruturas cognitivas, mesmo sem ser ensinada.No entanto, ele deparou-se com

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