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A REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DESCARTADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL

Por:   •  17/5/2018  •  1.878 Palavras (8 Páginas)  •  260 Visualizações

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. A REUTILIZAÇÃO DOS DESCARTES DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ao longo dos últimos anos, a preocupação com o meio ambiente tornou-se alvo de várias discussões e pesquisas, uma vez que os reflexos do uso irracional dos recursos naturais mostraram-se cada vez mais nocivos à sociedade em geral. Diante dessa realidade, exigência em relação à questão ambiental intensificou-se.

Em contrapartida, a indústria de construção civil é um dos setores que mais consomem matérias-primas naturais, além de gerar uma enorme corrente de resíduos provenientes do processo produtivo. Tais resíduos industriais heterogêneos são conhecidos como entulho, constituído de restos de todos os materiais de construção (concreto, argamassa, madeira, metais, papeis, plásticos, pedras, tijolos, etc.).

A geração e descarte inadequados do entulho trazem diversos impactos ambientais, sociais e econômicos. Geralmente, os resíduos são depositados ilegalmente, acumulando-se nas cidades, gerando custos e agravando problemas urbanos. Tendo em vista esse fato, surge a necessidade de implantar uma gestão de resíduos mais lógica.

A redução, reutilização e reciclagem do entulho configura-se como uma proposta efetiva de minimizar o desperdício de matéria-prima e otimização do uso de recursos finitos. A reciclagem do entulho pode auxiliar na produção de matérias de menor custo, reduzindo nos custos das habitações e no auxílio à diminuição de poluentes. O número de finalidades para a reutilização dos resíduos é grande, desde que tratados e analisados previamente. Como exemplos, podem-se citar: enchimentos em geral, enchimento em projetos de drenagem, material de base para outras construções e agregados para novos concretos.

Imagem 1 - Média dos resíduos da Construção Civil em Salvador.

[pic 3]

Disponível em: >. Acesso em: 19 nov. 2015.

3.2. A CONSTRUÇÃO CIVIL E O DESPERDÍCIO

O setor da construção civil está passando por um processo de reestruturação. Esse processo é decorrente da diminuição de recursos financeiros, um mercado consumidor cada vez mais exigente com o produto final e a discussão cada vez mais imponente a respeito do meio ambiente e dos impactos causados por esse setor. Sendo assim, ganha-se destaque nesse cenário as perdas geradas ao longo da produção, que, além de gerar desperdício financeiro para as empresas, geram aglomerados de resíduos que produzem impactos ambientais e sociais.

Com o passar dos anos e o aumento populacional mundial crescente, é natural que a construção civil acompanhe essa estimativa, o que resulta em mais obras e, portanto, maior acúmulo de resíduo. Com isso, antes de alternativas a serem feitas com o entulho, deve-se realizar, durante a pré-produção, um planejamento de gestão de resíduos realista e eficaz, bem como a fiscalização do cumprimento da mesma durante a produção, em que ocorre a parcela mais visível de perdas.

As perdas relacionadas ao desperdício de material podem ser por: superprodução, manutenção de estoques, perdas por transporte, perdas por fabricação de produtos defeituosos e perdas no processamento em si. A superprodução, considerada a mais comum nos canteiros de obra, está relacionada a uma produção quantitativa maior que a necessária. As perdas por manutenção de estoques ocorrem na fase de armazenagem dos materiais, que, devido ao tempo e/ou condições de exposição são danificados e descartados do processo de produção. As condições inadequadas de transportes (muitas vezes ineficazes), o descarte de produtos/materiais que não obedecem às especificações do projeto e falhas na execução da obra são outros exemplos que geram desperdício, e, consequentemente, ainda mais entulho.

Atento a esse aumento de aglomerados de resíduos oriundos da construção civil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA publicou em 5 de julho de 2002 a Resolução nº307 (que entrou em vigor em 2003), estabelecendo critérios, diretrizes e ações para a gestão de resíduos, assim como ações necessárias para a minimização dos impactos ambientais. São algumas diretrizes da Resolução 307: as ações de fiscalização, orientação e de controle dos agentes envolvidos, o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo e ações educativas visando reduzir a geração de resíduos.

De acordo com a Resolução 307 do CONAMA os geradores também são responsáveis pela destinação final dos resíduos quando não sejam viáveis o reuso ou reciclagem dos resíduos na própria obra. Logo, as obras são responsáveis por todos os resíduos que são retirados sendo passíveis de multas definidas pelos municípios em caso de deposição irregular.

O CONOMA determinou a separação dos resíduos por tipos (blocos de concreto, blocos de cerâmica, argamassa, plásticos, papelão, metal, entre outros) e a cada um deles está associada uma destinação definida. Com os componentes cerâmicos, por exemplo, a destinação é: áreas para reciclagem ou aterros de resíduos. A madeira desperdiçada pode ser inserida em atividades econômicas que possibilitem a reciclagem ou o uso como combustível em fornos e caldeiras. Com os plásticos provenientes de embalagens e tubulações, papelão e metal, a alternativa é repassar para empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam esses resíduos.

Imagem 2 - Modelo de fluxo para a redução da geração de resíduos da construção civil.

[pic 4]

Disponível em: >. Acesso em: 20 nov. 2015.

Portanto, percebe-se que se faz necessária a conscientização de que o desperdício gerado na construção civil, em sua maioria por planejamento inadequado, resulta em prejuízo social. Os recursos naturais utilizados na fabricação dos insumos são limitados, sendo inviável que estes sejam desperdiçados e devolvidos ao meio ambiente em forma de resíduos. Racionalizar, assim como reciclar, portanto, é palavra de ordem no mundo atual, em que a construção civil mostra-se um setor de fundamental importância na economia do país. Para que aconteça a racionalização dos processos não é necessário um grande investimento financeiro (como a implementação de tecnologias e inserção de novos equipamentos no canteiro), a racionalização pode, e deve

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