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UMA REFLEXÃO SOBRE GESTÃO DE ATIVOS BASEADO NO MODELO PAS 55 EM EMPRESAS TRANSMISSORAS DE ENERGIA ELÉTRICA

Por:   •  11/6/2018  •  9.092 Palavras (37 Páginas)  •  547 Visualizações

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- INTRODUÇÃO

A manutenção surgiu a partir das necessidades criadas pelo homem quando este começou a manusear instrumentos e desenvolver as máquinas para a produção de bens de consumo. Acompanhou a evolução técnico-industrial da humanidade e se desenvolveu conforme as mudanças no perfil de mercado. No fim do século XIX, com a mecanização das indústrias, surgiu a necessidade dos primeiros reparos e até 1914 a manutenção era renegada ao segundo plano sendo executada pelo mesmo efetivo de operação.

Com a implantação da produção em série, instituída por Ford, as fábricas passaram a estabelecer programas mínimos de produção e, em consequência, sentiram necessidade de criar equipes que pudessem efetuar reparos em máquinas operatrizes no menor tempo possível. Assim surgiu um órgão subordinado à operação, cujo objetivo básico era de execução da Manutenção Corretiva.

Após a Segunda Guerra Mundial aumentou significativamente a necessidade por uma produção mais ágil e ao mesmo tempo confiável; as intervenções corretivas, aquela que ocorre após a falha ou quebra do ativo, não eram mais suficientes. A manutenção preventiva surgia não só para corrigir as falhas, mas também para evitá-las, a Manutenção tornou-se tão importante quanto a Operação.

Após a década de 50, surgiu uma grande evolução na aviação comercial e na indústria eletrônica. Com a preventiva baseada na estatística (tempo ou horas trabalhadas), observou-se que o tempo gasto para diagnosticar as falhas era maior do que o de execução do reparo. A alta administração, então, resolveu selecionar equipes de especialistas para compor um órgão de assessoramento, que se denominou "Engenharia de Manutenção", recebendo os encargos de planejar e controlar a manutenção preventiva e analisar causas e efeitos das avarias.

Com a difusão dos computadores, o fortalecimento das Associações Nacionais de Manutenção e a sofisticação dos instrumentos de proteção e medição, a Engenharia de Manutenção passou a desenvolver critérios mais sofisticados de Manutenção Baseada em Condições, estes foram unidos a sistemas automatizados de planejamento e controle, reduzindo os serviços burocráticos dos executantes de Manutenção.

Na década de 1970 os japoneses criaram a Total Productive Maintenance (TPM), envolvendo o ciclo produtivo ocioso da operação para execução de rotinas de manutenção permitindo o mantenedor fazer parte das análises da Engenharia de Manutenção.

Com desenvolvimento dos microcomputadores nos anos 80, as áreas de Manutenção passaram a desenvolver e processar seus próprios programas, melhorando o processamento das informações e diminuindo a dependência de disponibilidade humana e de equipamentos para o atendimento as suas prioridades de processamento pelo computador central. Também havia dificuldades de comunicação das necessidades para o analista de sistemas, nem sempre familiarizados com a área de Manutenção.

No final da década de 80, com as exigências de aumento da qualidade dos produtos e serviços pelos consumidores, a Manutenção passou a ser um elemento importante no desempenho dos equipamentos, haja vista impactar diretamente no produto final. Este reconhecimento foi acatado pela International Organization for Standardization (ISO), ou Organização Internacional para Padronização, quando em 1993 revisa a norma série 9000 para incluir a função Manutenção no processo de certificação dando, portanto, o reconhecimento (já identificado pela ONU em 1975) da estrutura organizacional de equivalência dessas duas funções no incremento da qualidade, aumento da confiabilidade operacional, redução de custos e redução de prazos de fabricação e entrega, garantia da segurança do trabalho e da preservação do meio ambiente.

No final do século passado, a Manutenção passou a ter uma importância em grau equivalente ao que já vinha sendo dado à Operação. Em consequência a Engenharia de Manutenção passou a desempenhar importante função estratégica dentro da área de produção, através do registro das informações e da análise de resultados, auxiliando os gerentes de Produção, Operação e Manutenção na tomada de decisões.

Atualmente as empresas estão dando mais importância aos diagnósticos dos equipamentos instalados na planta. E com essa mudança de mentalidade surgiu um novo conceito em manutenção: “O gerenciamento de ativos”. A Gestão de Ativos (GA) é uma ferramenta capaz de minimizar os custos de manutenção a partir de um simples gerenciamento de documentação até o monitoramento contínuo de variáveis do processo para reduzir a vulnerabilidade da instalação, sendo capaz de detectar possíveis falhas antes mesmo que ela venha a acontecer, manutenção preditiva, evitando assim desligamentos não programados ou desnecessários devido à criticidade. A manutenção deixou de ser simplesmente um centro de custos e passou a ser uma área extremamente estratégica para as organizações que dependem de seus ativos para que os negócios se tornem cada vez mais lucrativos.

A criação da PAS 55 começou através de uma discussão no Instituto de GA da Inglaterra ou Institute of Asset Management (IAM) em 2004, onde um grupo de cientistas e empresas envolvidas e interessadas pelo tema preocupou-se com o futuro e com a maneira como a humanidade, estava gerindo seus ativos de maneira descontrolada, ou melhor, sem nenhum padrão para definir a qualidade desta gestão. Nesta reunião nasceu o primeiro fascículo da PAS 55 que quer dizer Especificação Pública Disponível número 55 e é o primeiro passo para a criação de uma norma do tipo ISO. Este documento trata de uma forma padronizada como realizar a Gestão em Ativos.

O gerenciamento de ativos no setor elétrico é uma novidade que surgiu a partir de 2004 quando as primeiras ideias provenientes da indústria, principalmente em relação à gestão de estoques e gestão de manutenção foram adaptadas para a recém-reestruturada área de energia.

A restruturação do setor elétrico começou na Europa em 1980 e se estendeu por todo o mundo, chegando a América Latina no início dos anos 90. Este processo incentivou o uso exaustivo até a falha na geração, transmissão e distribuição, buscando maior lucratividade para os acionistas e proprietários das empresas energéticas.

Inicialmente estender o uso de um ativo ao longo do seu ciclo de vida de forma exaustiva mostrou não ser a melhor opção no mundo competitivo

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