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PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM CONJUNTO HABITACIONAL POPULAR

Por:   •  7/2/2018  •  5.657 Palavras (23 Páginas)  •  433 Visualizações

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Conhecer, quantificar e mapear as patologias da construção civil é indispensável para todos que estão, de alguma forma, envolvidos com as edificações e que desejam diminuir sua incidência, já que estas acarretam perda parcial ou integral do desempenho, reduzindo a durabilidade e a vida útil da edificação. Quando se têm conhecimento dos defeitos que uma habitação pode vir a apresentar, quais as suas causas e consequências é menos provável que os mesmos erros voltem a serem cometidos em construções futuras, o que de um modo geral contribui para a melhoria da qualidade das edificações.

O estudo dos problemas patológicos por meio de suas manifestações características permite um conhecimento aprofundado das causas, auxilia os trabalhos de recuperação e manutenção e contribui para o entendimento das etapas dos processos de produção das edificações, possibilitando a adoção de medidas preventivas (IOSHIMOTO, 1998). Quanto mais cedo as correções forem executadas, mais baratas, mais duráveis, mais fáceis de executar e, principalmente, mais efetivas elas serão.

Diante dos problemas que as habitações populares vem apresentando, da frequente reclamação dos moradores a respeito das condições precárias das casas oferecidas pelo governo e da perturbação que estas falhas proporcionam ás famílias atingidas, decidiu-se abordar o assunto como tema central nesta monografia. A falta de registro e divulgação dos dados sobre manifestações patológicas atrasa o desenvolvimento de técnicas de projetar e construir, restringindo, sobretudo, aos profissionais mais jovens a possibilidade de evitarem erros que já foram repetidos no passado por diversas vezes.

- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 HABITAÇÃO SOCIAL: importância e histórico

Desde o princípio da civilização o homem se preocupa com a construção de estruturas que atendam às suas necessidades, sejam elas habitacionais, como casas e edifícios, laborais (escritórios, indústrias, etc.), ou de infraestrutura, pontes, barragens, metrôs, etc.) (VICENTE e RIPPER, 1998).

Já a necessidade da construção de habitações em grande número está ligada diretamente ao processo de urbanização e consequente crescimento populacional das cidades, sendo a criação de conjuntos habitacionais umas das soluções oferecidas pelo poder público no Brasil, bem como em outros países.

O aumento populacional urbano teve seu começo na Revolução Industrial, em meados do século XVIII, quando a população teve crescimento significativo devido à migração em massa dos moradores rurais, que vinham para as cidades pois viam, nas indústrias, a oportunidade de melhores condições de vida, por meio do trabalho remunerado.

Com o desenvolvimento urbano crescendo cada vez mais, a população trabalhadora das cidades começou a sentir necessidade de se abrigar próxima de seu local de trabalho, surgindo assim uma nova distribuição de moradias, concentradas e amontoadas. Os salários recebidos não permitiam deslocamentos por grandes distâncias, fazendo com que os trabalhadores começassem a se acomodar em áreas centrais marginalizadas, em residências sem condições de higiene adequadas, sem conforto, onde não havia esgoto sanitário, e consequente risco de contaminação através da água e disseminação de doenças.

Os elevados preços dos aluguéis, a precisão de moradia de baixo custo pelos trabalhadores e a quantidade limitada de habitações que atendessem essa demanda, fez com que número de moradias coletivas insalubres se multiplicasse. As habitações comuns nesta época eram os cortiços, estalagens e habitações operárias, formadas por cômodos sem iluminação e mal ventilados, habitados por 4 a 6 pessoas, num espaço muito pequeno, medindo aproximadamente 3x5 m².

As moradias dos pobres passaram a ser vistas como uma ameaça às condições de higiene da cidade. O grave problema representado pelos cortiços e habitações insalubres preocupava as autoridades, devido à exposição a epidemias, que só começaram a intervir nesta questão quando a classe alta se viu afetada, obrigando-as a criar políticas públicas de higienização.

O poder público atacou em três frentes: a do controle sanitário das habitações; a da legislação e códigos de posturas; e a da participação direta em obras de saneamento das baixadas, urbanização da área central e implantação da rede de água e esgoto. (BONDUKI, 1998:29)

A medida adotada pelo Estado foi o incentivo à iniciativa privada para que a mesma construísse moradias para os trabalhadores, por meio da isenção de impostos sobre materiais importados e de impostos municipais, caso as habitações fossem construídas distantes do centro. As habitações eram as chamadas Vilas Operárias, formadas por casas uni familiares e construídas em série. As casas eram alugadas, já que neste período não existia a possibilidade de financiamento para casa própria, o que acabava garantindo o retorno do investimento para os proprietários.

A produção habitacional estava ligada à iniciativa privada e o Estado não possuía grande participação neste setor, isso até a era Vargas, de 1930 a 1945, quando ocorreram transformações no País e o Estado precisou intervir. Esta apareceu em um momento que ficou provado que a iniciativa privada, que até então produzia habitações para serem alugadas, se mostrou incapaz de atender a demanda além do fato de os valores cobrados pelas moradias serem incompatíveis com os salários dos trabalhadores.

A interferência pública no setor habitacional foi bem aceita pela sociedade. Desse modo, criou-se a ideia de que o Estado deveria garantir condições dignas de moradia e para isso, era necessário investir em recursos públicos e fundos sociais. Assim, a questão habitacional começou a adquirir papel fundamental nos planos e realizações do Estado Novo, passou a ser símbolo da valorização do trabalhador. A aquisição da casa própria pelo trabalhador de baixa renda e as alternativas de fazê-la acessível tornaram-se questões comuns.

Mesmo depois de décadas de política habitacional, fomentadas pelo governo federal, a permanência de um elevado déficit habitacional, concentrado principalmente na população de baixa renda, evidencia o fracasso dos programas públicos e a falta de capacidade dos mecanismos de mercado para enfrentar o problema. Esta situação também ressalta a enorme necessidade de se formular estratégias eficazes e que atendam o setor com menor poder aquisitivo.

Outro fator importante em relação a construção de habitações populares,

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