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Mitos e verdades cientifica da Amazõnia

Por:   •  4/11/2017  •  2.666 Palavras (11 Páginas)  •  415 Visualizações

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Segundo ele, a vegetação, que cresce por meio da fotossíntese, captura gás carbônico da atmosfera e libera oxigênio, ao contrário do pulmão que transforma oxigênio da atmosfera em gás carbônico. A Amazônia apresenta uma taxa muito grande de fotossíntese e, por conta disso, foi durante algumas décadas comparada a um grande pulmão "invertido", o "pulmão do mundo". No entanto, o professor explica que a floresta também libera gás carbônico na atmosfera, por respiração das plantas, e no processo de decomposição de troncos, galhos, folhas mortas e animais.

Em equilíbrio natural?Estudos antropológicos e paleobotânicos tem demonstrado o quanto populações indígenas alteraram a paisagem amazônica. Pelo uso do fogo, elas ampliaram e ampliam os cerrados em detrimento das florestas (como se vê em imagens de satélite da fronteira do Brasil com o Suriname). A área natural do cerrado seria 40% menor do que a atual. O resto deve-se a influência humana. Outro vetor é a agricultura indígena extensiva, materializada em parte nas “terras negras” amazônicas, formadas sobretudo nos anos anteriores à colonização, quando as populações nativas eram bem maiores. Sua extensão, graças ao estudo de sítios arqueológicos na região de Manaus, calha do Guaporé etc., começa a ser melhor conhecida. Talvez chegue a 10%, o total acumulado de áreas alteradas em floresta por cultivos extensivos, plantios de espécies de interesse ao longo dos caminhos (pabirú), efeitos da caça etc., antes dos portugueses! É graças aos 15.000 anos de presença humana na Amazônia que tem-se conhecimento e disponibilidade de uso de tantas plantas medicinais, produtos alimentares, fibras, madeiras, óleos, perfumes, resinas etc.

2 – Um vazio demográfico ameaçado por desmatamentos e incêndios?

A população amazônica ultrapassou 20 milhões de habitantes, dos quais 65% vivem nas cidades. Ela apresenta a maior taxa de urbanização e o PIB regional que mais cresce.

Vazio demográfico? A partir de uma centena de imagens noturnas de um sistema orbital de defesa dos EUA, o DefenseMeteorologicalSatelliteProgram – DMSP, capaz de detectar luzes com muita sensibilidade, a Embrapa Monitoramento por Satélite revelou e mapeou a existência de cerca de 1.500 áreas urbanas ou em urbanização, com energiaelétrica, na Amazônia. O sistema tem sido utilizado pela CIA para comparar “gastos” de iluminação e o PIB dos países, gerando indicadores de eficiência econômica e energética.

Vazio econômico? A expansão e consolidação das cidades e serviços na Amazônia é o grande fato econômico e social deste início de século. O futuro da Amazônia, pós Rio-92, não está mais na mão de atores como pequenos ou grandes fazendeiros, garimpeiros, índios, seringueiros etc. Quem comanda são as cidades e os interesses urbanos. O monitoramento anual por satélite do desflorestamento (www.inpe.br ) indica que mais de 65% dos novos desmatamentos ocorrem na vizinhança das cidades, a um ritmo regional total de cerca de 15.000 km2/ano. Eles resultam de investimentos urbanos – sobretudo da classe média local – na agropecuária (café, gado de leite e de corte, fruticultura etc.).

A expansão dos serviços. As trocas com o país e o desenvolvimento dos serviços são tão intensos e sustentáveis que o problema não é mais demográfico e sim de circuitos, cadeias e sistemas econômicos. Um levantamento da Embrapa Monitoramento por Satélite revela a imensa e crescente capilaridade das redes de compra e distribuição agro-industriais na região (Nestlé, Parmalat, Danone, Perdigão, Sadia, Ceasas etc.). O espaço de influência direta e indireta de cada cidade amazônica é cada vez maior e engloba praticamente toda a Amazônia. Apenas na Calha Norte subsistem áreas significativas fora dessa influência. Os investimentos previstos e em curso no âmbito do PPA (PlanoPluriAnual de Governo) traduzem, consolidam e vão ampliar esse processo.

Ameaçada por incêndios? Não se pode confundir incêndio com queimada. Incêndio é um fogo indesejável, fora de lugar, de hora e controle, sem ninguém que responda por ele. Queimada é tecnologia agrícola, onde o produtor decide a hora e o lugar de queimar, de forma controlada e desejada. Muitos continuam projetando imagens míticas dos incêndios da Flórida, Califórnia, Europa Mediterrânica etc. para o Brasil. Há mais de 10 anos, opera no país um sistema de monitoramento orbital de queimadas. Todos os resultados estão integralmente disponíveis na Internetwww.queimadas.cn p m.e m brapa.br/index.html , caso único em nível mundial. Outros sistemas de alerta sobre risco do fogo e monitoramento de incêndios também foram implementados pelo IBAMA (PrevFogo) e INMET.

Solução para queimada: multa ou tecnologia? A repetição anual de padrões espaço-temporais das queimadas indicam seu caráter agrícola, voluntário e não acidental. Pela primeira vez, o Ministério da Agricultura deu início a uma agenda positiva sobre o tema levando, através da Embrapa, tecnologias alternativas ao uso do fogo na agricultura amazônica. Nos municípios mais críticos, detectados por satélite, foram distribuídas cartilhas, realizados seminários com produtores, promovidas ações de fomento para substituição do fogo por novas técnicas agrícolas etc. Entre 1999 e 2000, reduziu-se em 25% as queimadas na região crítica, melhorando a qualidade da produção agrícola.

3 – Os solos amazônicos são impróprios para agricultura?

A Amazônia reúne quase duzentos de tipos de solo, razoavelmente mapeados. Qualquer generalização, num sentido ou no outro, quanto sua capacidade produtiva é um erro. Além do mais, a capacidade produtiva dos solos depende da tecnologia agrícola.

Fertilidade ou tecnologia? Os solos de cerrado eram considerados improdutivos dada a tecnologia agrícola disponível até meados do século passado. Hoje, são um celeiro de grãos. A Bragantina no Pará é cultivada há mais de um século, sem perder capacidade produtiva. O desastre anunciado pelos alarmistas para pequena agricultura em Rondônia e projetos de colonização privada de médio porte no Mato Grosso não aconteceu. As propriedades consolidaram-se, sem a concentração fundiária, anunciada pelos mesmos alarmistas. As pessoas seguem na região, sem refluxo migratório, capitalizando lentamente, construindo e diversificando sua agricultura, como ocorreu em outras áreas da Amazônia (TO e PA) e do país. Evidentemente existem áreas inadequadas à agricultura. Se desmatadas, não apresentam sustentabilidade. Por isso o zoneamento ecológico-econômico deveria orientar a adequação

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