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ANALISE GEOLÓGICA DO DEPOSITO DE VAZANTE EM MINAS GERAIS

Por:   •  2/11/2018  •  3.554 Palavras (15 Páginas)  •  224 Visualizações

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CONTEÚDO METÁLICO E DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL

Depósitos distribuídos de Zn + Pb ocorrem ao redor do mundo, todavia os depósitos de classe mundial normalmente ocorrem como parte de um distrito que abarca também outros depósitos de menor expressão. Depositos de classe mundial de Zn-Pb são conhecidos na maioria das plataformas continentais (como Broken Hill, McArthur e Mount Isa-century na Austrália, Sullivan e Pine Point no Canadá, Mehdiabad no Iran) à exceção do continente sul-americano. No Brasil, apenas os depósitos de menor expressão são explorados (Misi, 1990). Por vezes, encontram-se dezenas a centenas de corpos mineralizados, os quais apresentam teores de Zn-Pb que raramente ultrapassam 10 -12% (Sangster, 1990), onde os teores de em Zn são, normalmente, maiores que os de Pb.

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Figura 02: Distribuição dos Depósitos e distritos de plumbo no mundo, em destaque o deposito de Morro Agudo

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IDADE

A idade de deposição do Grupo Vazante é bastante polêmica. Inferências iniciais sobre a idade do Grupo Vazante basearam-se no reconhecimento da presença de estromatólitos colunares, que seriam característicos principalmente do Mesoproterozóico (Conophyton cf. Cylindricus MASLOV, 1650 a 950 Ma, Moeri, 1972; Conophyton metula Kirichenko, 1350 a 950 Ma, Cloud & Dardenne, 1973). 30 Datações Rb-Sr em filitos do Grupo Vazante indicaram idades de 600 + 50 Ma (Amaral & Kawashita, 1967) e 680 + 10 Ma (Couto et al., 1981), que podem representar apenas o último fechamento do sistema isotópico, ou seja, a idade do evento metamórfico Brasiliano que afetou os grupo. Idades Pb-Pb em galena dos depósitos de Vazante e Morro Agudo distribuem-se entre 780 e 600 Ma (Amaral, 1966, 1968c; Cassedanne & Lasserre, 1969; Cassedanne et al., 1972; Iyer, 1984; Iyer et al., 1992, 1993; Misi et al., 1997; Cunha et al., 2001). Contudo, tais idades não referem-se necessariamente à idade de sedimentação, mas à separação do chumbo de sua fonte. Freitas-Silva & Dardenne (1997) aplicando o modelo da plumbotectônica aos dados de isótopos de chumbo em galena dos depósitos da região Vazante-Paracatu obtiveram uma idade concordante de 1200 Ma, interpretada como o tempo de separação do chumbo do embasamento ou como a idade da mineralização de Morro Agudo, considerada diagenética (Dardenne & Freitas–Silva, 1998). Idades de 680 Ma foram estimadas, pelo mesmo método, para o minério de Vazante, relacionado à orogenia Brasiliana (Dardenne & Freitas – Silva, 1998). Devido à dificuldade de datação direta das rochas metassedimentares do Grupo Vazante, Babinski et al. (2005) e Rodrigues (2008) realizaram estudos geocronológicos em diques máficos que interceptam as rochas da Formação Serra do Poço Verde na área da Mina de Vazante. Contudo, as idades U-Pb em zircão obtidas (2,1 a 2,4 Ga) sugerem que os cristais de zircão analisados representam xenocristais herdados do embasamento, principalmente em vista das idades modelo Sm-Nd TDM em 1,0 Ga obtidas para rocha total. Estudos de proveniência dos sedimentos do Grupo Vazante apontaram, segundo Pimentel et al. (2001), fontes com idades modelo Sm-Nd (TDM) entre 2,1 a 1,7 Ga, que são valores intermediários entre os obtidos para o Grupo Paranoá (2,3 a 2,0 Ga) e Grupo Bambuí (1,9 a 1,3 Ga), levando os autores a sugerirem uma idade também intermediária para a deposição das rochas do Grupo Vazante. Rodrigues (2008) ao analisar cristais de zircão detríticos de diferentes unidades do grupo constatou a contribuição de fontes diversas (935 a 3520 Ma), com predominância de fontes paleoproterozóicas (~2,1 Ga) para a Formação Serra do Garrote e mesoproterozóicas (1,1 a 1,2 Ga) para as formações Morro do Calcário e Lapa. A população mais jovem de zircão (~ 935 Ma), contudo, foi identificada apenas nas unidades basais do Grupo Vazante, representadas pelas formações Santo Antônio do Bonito, Rocinha e Lagamar, sugerindo que esta fonte foi isolada ou recoberta durante a evolução da bacia (Rodrigues, 2008) ou, alternativamente, que seriam essas formações mais novas, como proposto por Misi (2010). Essa última hipótese implicaria na 31 colocação tectônica, a partir de cavalgamentos, de unidades mais antigas do Grupo Vazante sobre essas. Datações Re–Os em folhelhos da base da Formação Lapa (993 + 46 e 1100 + 77 Ma) realizadas por Azmy et al. (2008) resultaram em idades superiores às máximas (988 +15 Ma; U-Pb zircão detrítico) para essa unidade de acordo com os mesmos autores, ma s que foram interpretadas como indicativas de idade mesoproterozóica (ca. 1000 Ma) para o Grupo Vazante.

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AMBIENTE GEOTECTÔNICO

A zona de mineralização primária (willemítica) demonstra constituir-se de corpos alongados por superfícies curvas de falhas contidas em importante faixa conhecida como Falha Vazante. Esta última apresenta direção muito semelhante ao acamamento regional, com média em N30E, porém com mergulho 55ºNW, enquanto que o S0 médio apresenta 25ºNW. Toda esta estrutura evidencia uma forte brechação hidrotermal, com desenvolvimento inclusive halo de alteração ankerítica nos dolomitos encaixantes. A paragênese dos corpos de minério primário é basicamente composta de willemita + dolomita + quartzo + siderita + hematita ± esfalerita ± barita ± franklinita ± zincita ± magnetita ± Zn-clorita (Monteiro, 1997).

Porém a zinco silicatado de enriquecimento supérgeno é de fato muito mais comum no mundo afora do que o silicatado de origem hipogênica, correspondendo hoje a 10% das reservas mundiais. Foi justamente explorando o minério secundário (calamínico) que a Mina de Vazante se desenvolveu por quase 20 anos. Hoje em dia o minério calamínico corresponde a 25% da produção e tem suas reservas previstas para esgotar em 2007. O entendimento de sua dinâmica no que diz respeito à alteração do minério primário, transporte mecânico, transporte químico e deposição fazem-se necessária para ampliação das reservas, visto a perspectiva de ampliação da mina para as áreas mais a norte.

Os estudos existentes desenvolvidos sobre este tipo de mineralização, são casos um pouco diferentes ao de Vazante, pois derivam de minério sulfetado em profundidade (Skorpion e Berg Aukas, Namíbia; Franflin e Sterling, EUA; Abu Samar, Sudão). Apesar deste fato não afetar muito as paragêneses minerais formadas, este

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