Balanced Scorecard: Estudo de Caso do Instituto Federal Minas Gerais – Campus Formiga
Por: eduardamaia17 • 7/2/2018 • 6.075 Palavras (25 Páginas) • 698 Visualizações
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Os objetivos financeiros revelam o desempenho esperado da estratégia e representam a principal meta para a definição dos objetivos e medidas das outras perspectivas do BSC. A estratégia financeira adotada refletirá nas demais perspectivas, influenciando-as.
A perspectiva do cliente pressupõe o estabelecimento dos mercados e segmentos que a organização pretende atuar. Uma vez estabelecidos esses mercados, os interesses e necessidades dos clientes desejados deverão revelar-se através de medidas específicas adotadas pela organização. Monitora-se a capacidade da organização de valorizar o cliente certo.
Os processos internos, por sua vez, subsidiam os indicadores de perspectiva financeira e de clientes. Na perspectiva dos processos internos, as organizações analisam os processos críticos para a consecução das metas das duas outras perspectivas. Os processos têm que proporcionar à organização condições de oferecer propostas que atraiam e fidelizem clientes nos mercados em que atua e, que, ao mesmo tempo, representem um retorno financeiro para os stakeholders.
Para que a organização esteja em melhoria contínua é necessário sejam capazes de aprender continuamente também. Assim, a perspectiva de aprendizado e crescimento representa a identificação das necessidades de capacitação dos ativos, de otimização da logística, por meio de investimento em equipamentos mais modernos e melhores, de pesquisas para melhoria de produtos e desenvolvimento de novos, em desenvolvimento de sistemas, aprimoramento de procedimentos e treinamento dos colaboradores da organização.
Visto de maneira integrada, o balanced scorecard traduz o aprendizado e crescimento que os colaboradores precisam incorporar para inovar e idealizar processos internos corretos e eficientes, que definirão o real valor dos clientes, os quais, por sua vez, propiciarão o retorno financeiro para a organização.
A distribuição dos objetivos estratégicos nessas quatro perspectivas, a criação de indicadores de desempenho para esses objetivos e sua integração numa relação de causalidade, bem como o desdobramento do BSC em diversos níveis hierárquicos e a derivação de todos seus componentes a partir da estratégia da corporação favoreceram a transformação do BSC em verdadeira ferramenta de alinhamento organizacional.
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Balanced Scorecard adaptado ao Setor Público.
A reforma do Estado por qual passou o Estado brasileiro culminou na adoção da Administração Pública Gerencial que exige resultados das instituições públicas. No entanto, poucos são os casos de instituições que avaliam e monitoram os resultados alcançados. Na busca de incentivar a busca de resultados na Administração Pública, muitas instituições estão adotando a metodologia do BSC, que mede o desempenho de uma organização, considerando aspectos relacionados aos ativos intangíveis, além dos tradicionais aspectos contábil e financeiro.
A utilização do BSC por instituições públicas exigirá uma mudança de cultura nestas organizações, pois será preciso medir e avaliar a qualidade dos serviços públicos disponibilizados para a sociedade.
Essa metodologia, no entanto, deve ser adaptada ao setor público, respeitando suas peculiaridades e finalidades, quais seja o atendimento do bem comum, ou seja, da função social, com eficiência, eficácia e efetividade. Além disso, vale destacar que a Administração Pública não visa o lucro, como a iniciativa privada, e sim o atendimento das necessidades dos cidadãos.
Arverson (1999) evidencia algumas diferenças estratégicas identificadas nas organizações públicas e privadas. Enquanto no setor privado o objetivo estratégico geral é a competitividade, no setor público relaciona-se com a efetividade da missão. Se, para o setor privado o objetivo financeiro geral é a ampliação do lucro, com crescimento da organização e aumento de sua participação no mercado, para o setor público importa o alcance da eficiência máxima, com a redução otimizada de custos. Os valores também são distintos, pois, para o setor privado interessam a criatividade, inovação, disposição e reconhecimento, ao passo que o setor público valoriza o comprometimento com a coletividade, a honestidade e a justiça. Ambos os setores desejam como resultado geral a satisfação de seus clientes; porém, o cliente do setor privado é representado pelos mercados em que a organização deseja atuar, já no setor público, representa, de modo geral, toda a sociedade. Interessa a organização, no setor privado, aos acionistas, proprietário e clientes; já no setor público, aos contribuintes, legisladores, sociedade. As prioridades do orçamento também não coincidem: para o setor público são os interesses dos legisladores, planejadores e das lideranças das instituições; para o setor privado, as demandas dos clientes. Os fatores-chave para o sucesso no setor privado são a taxa de crescimento, o lucro, ampliação da participação no mercado, exclusividade, tecnologia avançada; no setor público são as melhores e mais bem desenvolvidas práticas gerenciais e economia de escala. A tecnologia empregada no setor privado é sempre avançada, enquanto a que se emprega no setor público é padronizada. Justifica-se o sigilo no setor privado pela proteção ao capital intelectual e aos direitos autorais; no setor público é questão de segurança nacional.
Dessa forma, a adoção do BSC no setor público necessita de adaptações às estratégias deste setor. Kaplan e Norton (1997) acreditam que com a adoção do BSC, grandes são as chances de melhorias nas instituições públicas e entidades sem fins lucrativos, embora o primeiro alvo deste modelo de gestão estratégica seja a área privada. Estes autores também acreditam que o BSC propiciará foco, motivação e responsabilidade nestas instituições, pois ele possibilita o atendimento das necessidades dos clientes e permite o cumprimento do orçamento, respeitando os limites impostos pela legislação; além de transmitir os resultados alcançados por estas instituições.
O BSC no setor público deve levar em consideração medidas nas dimensões da efetividade, eficácia e eficiência quando da prestação dos serviços públicos, a fim de que os mesmo sejam prestados com qualidade, economia de recursos e atendam as demandas dos cidadãos/sociedade.
A eficácia permite dimensionar o grau de alcance e de atingimento de metas ou resultados que se espera com determinado programa, projeto/atividade a ser executado; eficiência é o rendimento
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