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A Tecnologia do Concreto

Por:   •  11/5/2018  •  22.153 Palavras (89 Páginas)  •  356 Visualizações

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1.0-INTRODUÇÃO

O material mais largamente usado em construção é o concreto, normalmente feito com a mistura de cimento Portland com areia, pedra e água. Em media nos Estados Unidos, 80 milhões de toneladas de cimento Portland foram convertidas em 500 milhões de toneladas de concreto, cinco vezes o consumo do aço em massa. Em muitos países, o consumo de concreto é de 10 vezes maior que o do aço, como é o caso do Brasil. O consumo mundial total de concreto, recentemente, foi estimado em mais de três bilhões de toneladas, ou seja,. Uma tonelada por ser humano vivo. O homem não consome nenhum outro material em tal quantidade, a não ser a água.

Junto ao crescimento do consumo do concreto houve uma acentuada evolução da tecnologia do concreto a nível mundial sendo esta acompanhada de perto pelo Brasil, que nada fica a dever com seus conhecimentos, muitos deles pioneiros e indutores das inovações internacionais sobre este assunto.

Com uma indústria de cimento forte, situada entre as maiores do mundo, e um acervo de profissionais invejável, além de centros tecnológicos modernos, este quadro positivo e favorável se completa com as novas gerações profissionais que surgem todos os anos de nossas escolas, contribuindo para a aplicação das novas técnicas na prática das obras em execução.

A manutenção desse avanço constante exige um trabalho permanente de divulgação, proporcionando a todos a oportunidade de conhecer os novos conceitos e processos em disponibilidade, sob pena de haver evoluções não aplicadas – ou mal aplicadas – que poderiam resultar em problemas de qualidade e segurança para algumas obras.

A mais recentes modificação relativa as estruturas de concreto é a Nova NB1 – ou NBR 6118:2003, como é registrada no INMETRO, Norma de Projeto das Estruturas de Concreto, única válida para uso em Projetos Estruturais no Brasil, desde Abril de 2004. Focada nos aspectos ligados à durabilidade das estruturas, seguindo tendência mundial, conseqüência de uma história recente de crescimento das patologias em estruturas, a nova norma traz muitas novidades que foram objeto de divulgação em todo o Brasil, num esforço pessoal dos integrantes da Comissão de Estudos que a escreveu, todos profissionais reconhecidos no Brasil e no exterior por sua sabedoria e permanente atualização.

A NBR 12655 “Preparo, controle e recebimento do concreto”, em vigor desde junho de 1992, surgiu naquele ano com o objetivo de introduzir novos conceitos de controle tecnológico que na NB1 (NBR 6118) versão de 1978 já estavam obsoletos. A idéia era separar os aspectos de execução e controle levando-os para outras normas, reservando para a NB1 apenas os aspectos de projeto, como estão agora contemplados na NBR 6118:2003.

À NBR 12655 coube então, desde aquela época, substituir os itens da NBR6118:1978 que tratavam de execução e controle, pelo seu próprio conteúdo, adequado às reais necessidades tecnológicas das obras. Esta Norma introduziu conceitos de modernidade que em grande parte não foram aplicados de forma corrente, tendo contribuído para isso a convivência com a versão NBR6118:1978, a qual, por falta de um esclarecimento objetivo que deveria ter sido apresentado aos usuários na época, continuou sendo utilizada, considerada erradamente, em vigor.

Alguns conceitos da NBR 12655 merecem destaque por sua validade desde 1992, quando apresentados. Em 1996 e 2005 houve revisões nesta Norma e esta última e recente prevalece agora, publicada em 2006. A seguir destacamos alguns tópicos dessa Norma: “O concreto para fins estruturais deve ter definidas todas as características e propriedades de maneira explícita, antes do início das operações de concretagem. O proprietário da obra e o responsável técnico por ele designado devem garantir o cumprimento desta Norma e manter documentação que comprove a qualidade do concreto conforme descrito em 4.4.”

O que se observa é que esta Norma avançou com o conceito de responsabilidade além da simples Responsabilidade Técnica, atribuída obrigatoriamente a um profissional habilitado, mas também atribui uma responsabilidade paralela e mais abrangente, ao proprietário o que já é fruto da aplicação dos conceitos do Código de Defesa do Consumidor, que atribui àquele que dá causa à existência da edificação, total responsabilidade sobre o empreendimento e suas conseqüências sociais, aí incluídas as questões técnicas, ambientais, comerciais, etc.

Quanto às questões puramente técnicas relativas à qualidade do concreto, foco da Norma, cabe destacar alguns itens específicos. “Cabem a este profissional as seguintes responsabilidades:a) registro da resistência característica à compressão do concreto, fck, obrigatória em todos os de-senhos e memórias que descrevem o projeto tecnicamente;b) especificação de fcj para as etapas construtivas, como retirada de cimbramento, aplicação de protensão ou manuseio de pré-moldados;c) especificação dos requisitos correspondentes à durabilidade da estrutura e elementos pré-mol-dados, durante sua vida útil, inclusive da classe de agressividade adotada em projeto (tabelas 1 e 2);d) especificação dos requisitos correspondentes às propriedades especiais do concreto, durante a fase construtiva e vida útil da estrutura, tais como:

- módulo de deformação mínimo na idade de desforma, movimentação de elementos pré-moldados ou aplicação de protensão;

- outras propriedades necessárias à estabilidade e à durabilidade da estrutura.”

O projeto estrutural passa a ter então, desde o advento desta Norma em 1992, atribuições executivas e para tanto torna-se patente a importância dos estudos de dosagem e o escopo da Tecnologia do Concreto, o que requer a integração de Engenheiro especializado nesta matéria, como integrante da Equipe de Projeto.

“Ao profissional responsável pela execução da obra de concreto cabem as seguintes responsabilidades:a) escolha da modalidade de preparo do concreto (ver 4.1);b) escolha do tipo de concreto a ser empregado e sua consistência, dimensão máxima do agregado e demais propriedades, de acordo com o projeto e com as condições de aplicação;c) atendimento a todos os requisitos de projeto, inclusive quanto à escolha dos materiais a serem empregados;d) aceitação do concreto, definida em 3.2.1, 3.2.2 e 3.2.3;e) cuidados requeridos pelo processo construtivo e pela retirada do escoramento, levando em consideração as peculiaridades dos materiais (em particular do cimento) e as condições de tempe-ratura ambiente;f) verificação do atendimento a todos os requisitos desta Norma.”

Permanece

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