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Resumo da historia da psicomotricidade

Por:   •  14/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.206 Palavras (5 Páginas)  •  1.278 Visualizações

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HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE

  • Psicomotricidade: ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
  • Concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

  • Corpo da Psicomotricidade:
  • Corpo que tem desejos, um nome próprio, uma história singular, que foi imaginado de quem foi falado antes de nascer e de quem se falará depois de morrer.
  • Articulando ao longo do tratamento psicomotor um encadeamento de gestos, posturas, gritos, movimentos, jogos, a criança irá delineando um dizer corporal  que será analisado na relação transferencial que se gera.
  • O eixo central da Psicomotricidade é o corpo de um sujeito desejante em movimento.
  • O termo psicomotricidade aparece a partir do discurso médico (neurológico), no final do século XIX.
  • Podemos considerar que a “pré - história” da Psicomotricidade começa desde que o homem fala, pois poderá falar acerca do seu corpo: “é simbólico que constitui o homem” (Roland Barthes).
  • A Psicomotricidade nasce quando o corpo deixa de ser pura carne para ser um corpo falado.
  • Século XVII: René Descartes
  • Dicotomia: Corpo X Mente.
  • Corpo: uma coisa externa que não pensa.
  • Mente: substância pensante por excelência que não participa de nada daquilo que pertence ao corpo.
  • O dualismo corpo-alma marca, por um lado, a separação, mas ao mesmo tempo e contraditoriamente sua união.
  • Século: XIX: Neurofisiologia.
  • Patologia Cortical: há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente localizada.
  • Descobre-se distúrbios que não apresentam um correspondente anatômico.
  • É a necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que nomeia pela primeira vez a palavra Psicomotricidade, no século XIX. As primeiras pesquisas têm um enfoque eminentemente neurológico.
  • Três vias na passagem do século XIX para o Século XX que proporcionam o aparecimento do termo Psicomotricidade:
  • Patologia Cortical: Nem toda patologia corporal possuía um correspondente cortical, ou seja, no cérebro.
  • Neurofisiologia: a reação do organismo é decorrente de algo externo.
  • Neuropsiquiatria: influência de E. Duprè; estudo dos distúrbios motores e da inteligência.
  • Século XX: E Duprè (França - 1909).
  • Rompe com a Patologia Cortical.
  • Síndrome da Debilidade Motora.
  • Afirma a independência da Debilidade Motora de um possível correlato neurológico.
  • Pontua a diferença e não a correspondência entre debilidade mental e debilidade motora.
  • É possível ser torpe sem ser idiota, ou seja, a cognição é diferente da Psicomotricidade. Coloca em cena a questão da inteligência.
  • Estabelece uma correlação entre motricidade e inteligência.
  • Século XX: Henry Wallon (1925).
  • Estabelece uma correlação entre corpo e emoção.
  • Movimento humano: categoria fundante como instrumento na constução do psiquismo.
  • Estuda a relação entre motricidade e caráter (emoções). Relaciona o movimento ao afeto, á emoção, ao meio ambiente e aos hábitos da criança.

Cortes Epistemológicos

  • Primeiro corte epistemológico da história da Psicomotricidade.
  • Saber: Medicina.
  • Enfoque no déficit sem uma reflexão.
  • Corte caracterizado por E Duprè.
  • Paralelismo mental – motor: relação entre o corpo (expressado basicamente no movimento) e a mente (expressada no desenvolvimento intelectual e emocional do indivíduo).
  • Procura superar o dualismo cartesiano através da relação e correspondência do paralelismo mental – motor.
  • Práticas reeducativas, determinadas por Edouard Guilmain (ele começa a prática psicomotora em 1935). O reeducador se propõe concertar o corpo; uso de técnica instrumentalista.
  • Influência da Neuropsiquiatria é determinante numa clínica centrada no aspecto motor e num corpo instrumental.
  • Paralelismo psicomotor, movimento mecânico, corpo orgânico, perspectiva reeducativa com ênfase no déficit; técnica instrumentalista.

  • Julián de Ajuariaguerra (1947 - 48):
  • Redefine o conceito de Debilidade Motora considerando-o como uma síndrome com suas próprias particularidades.
  • “Manual de Psiquiatria Infantil”: onde ele delimita com clareza os transtorno psicomotores.
  • Aparece na passagem do primeiro para o segundo corte epistemológico.

  • Segundo corte epistemológico da história da Psicomotricidade.
  • Diferença entre uma postura reeducativa (presente no 1° corte) e uma postura terapêutica (presente neste corte): “abaixo a técnica e viva a relação”.
  • Saber: psicologia.
  • Corpo de expressão.
  • Movimento: globalidade.
  • Terapia psicomotora: ocupa-se do corpo em sua globalidade, vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional.
  • Contribuições da Psicologia Genética de Jean Piaget (estabelece correlação entre corpo e inteligência).
  • Passagem do motor ao corpo, aonde este é transformado num instrumento de construção da inteligência humana.
  • Olhar voltado para o corpo em movimento.
  • Enfoque global do corpo da pessoa determinado por três dimensões: instrumental, cognitiva, tônico-emocional.
  • Terceiro corte epistemológico da história da Psicomotricidade.
  • Influência da psicanálise: introdução de vários conceitos psicanalíticos.
  • Olhar voltado para o sujeito com seu corpo em movimento.
  • Sujeito dividido, escindido, com um corpo real, simbólico e imaginário.
  • Clínica psicomotora centrada no corpo de um sujeito desejante.
  • O que significa, o que está para além do aparente, trabalha-se com o verbal.
  • Inclusão do inconsciente no âmbito psicomotor.
  • Movimento: histórico – subjetivo.
  • Transições ao longo da história: do motor ao corpo em movimento e deste ao sujeito com um corpo em movimento.

Áreas de atuação

  • Reeducação Psicomotora:
  • Concepção que traz consigo o conceito de corpo como uma máquina de músculos que não funcionam e que, portanto, devem ser reparados, e, à medida que isto é feito melhoram “paralelamente” (doutrina do paralelismo mental - motor) a inteligência e o caráter do infante.

  • Terapia Psicomotora:
  • “Eu sou meu corpo, meu corpo sou eu”.
  • Dá importância à emoção, à expressão e à afetividade, considerando o corpo, a motricidade e a emocionalidade como uma globalidade e uma totalidade em si mesmas.
  • Centra o olhar a partir da comunicação e da expressão do corpo intra – verbal.
  • Vivenciar o corpo; corpo como local de expressão (por exemplo, a biodança).

  • Clínica Psicomotora:
  • Ocupa-se do sujeito e não mais da pessoa; ocupa-se da transferência e não da empatia, do vínculo ou da comunicação corporal; ocupa-se da vertente simbólica e não da expressiva, ou seja, implica que nos detenhamos na estrutura dos transtornos psicomotores e não apenas nos seus signos.
  • O eixo é a transferência.
  • Lugar simbólico.
  • Considera as dimensões do real, simbólico e imaginário.
  • Sujeito desejante.

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