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RESENHA DO LIVRO: PARA QUE SERVE A PSICANÁLISE

Por:   •  30/11/2018  •  1.253 Palavras (6 Páginas)  •  548 Visualizações

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Viver sem amar e ser amado, lidar com a dor da falta, seja esta identificada ao que quer que seja, é simplesmente inumano.

A criação de expectativas nos deixa em um ambiente ideal, mas que não é o real. Na ambiência dos nossos desejos, nos satisfazemos com os signos, as representações daquilo que realmente necessitamos. Portanto, “é melhor criar codornas do que criar expectativas”, pelo menos as codornas nos trarão um certo lucro, já as expectativas, se não forem atendidas, tornar-se-ão em frustações e essas em patologias.

Sobre a relação da psicanálise com a história e a arte, notou-se que apesar do surgimento da civilização e suas instituições, como a justiça, a religião (cristianismo), a ciência (cartesiana), entretanto, foi na época de Descartes que a arte ocupa a função de investigar a expressão da visão do sujeito afetado pela paixão. Isso aconteceu através da exibição do corpo dos santos que chega quase à obscenidade, como se o ardor da alma fosse tornado visível pela focalização do corpo. Esta foi a maneira de tornar visível o que era de difícil apreensão.

Mas a relação da psicanálise com a arte é bem mais sutil e profunda: o barroco que era a expressão artística vigente à época, era vista como bizarra, desproporcional, esquisita, somente porque não se enquadrava aos padrões de arte vigentes, ou melhor, ao padrão de "belo", entretanto dentro da proposta do barroco o que vale não é a precisão das formas, mas a força de sua expressão, de seu poder de afetar a sensibilidade de quem a observa.

A vida, propõe um paradoxo à arte, sobre a beleza: uma é a que deriva do espírito clássico, imóvel, inalterável; e, a beleza do que se movimenta, a beleza do que é transitório e mesmo do que perece. A beleza que se pode ver nos gestos, nas rugas, nas marcas da passagem do tempo. É essa dimensão de beleza na vida que é especialmente valorizada pela psicanálise.

A proposta da psicanálise trata de situar o infinito do ser na dimensão finita da natureza e do humano. Nessa perspectiva, o sujeito encontra-se impregnado de mundo e é mesmo confundido com ele. A psicanálise veio tratar desse sujeito que cai de uma perspectiva virtual e vai ter que se haver com seus conflitos, suas divisões, seus traumas, seus complexos, e tantos outros fatores que dificultam a harmonia interior. O sujeito nesse caso é reconhecido como belo não pelo que ele é em si mesmo, mas por sua capacidade de nos transportar para mais além dele, sua capacidade de nos fazer transcender.

Bastante interessante a tradução do termo “psicopatologia”, em sua origem grega, “psico-pathos-logia”, seja traduzida ao pé da letra: busca de sentido (logia) daquilo que causa espanto (pathos) à alma (psico).

A psicanálise veio para dizer que não é a rigidez de sentimentos e expressões, nem a justiça (Lei), nem a religião que humanizam o ser, mas é a arte, é ela que mostra o belo que há no feio. Assim a psicanálise propõe uma relação Sujeito X Objeto, donde o sujeito, podendo ou não permitir que haja "transferência", buscará na feiura e leitura dos seus medos, complexos, traumas.

O mundo atual pede socorro, é urgente a necessidade de humanizar-se, tornar-se pessoa, descobrir a beleza que existe no lixo em que alguns se tornaram. Acontece isso quando ocorre a perda total de suas subjetividades. Por fim, a obra nos incute de maneira incisiva que para que a psicanálise (análise) aconteça, é necessário que exista um pedido de ajuda.

Excelente leitura, recomendamos para todos os estudantes do curso de Psicologia, especialmente para os que estão iniciando sua caminhada de estudos no campo da psicanálise, como propósito de ampliação dos conhecimentos e embasamento para levar informações para todos aqueles que tenham interesse pelo tema.

REFERÊNCIAS

MAURANO, Denise. Para que serve a psicanálise? Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

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