História social da criança e da família
Por: YdecRupolo • 10/4/2018 • 2.281 Palavras (10 Páginas) • 310 Visualizações
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‘’Quanto as brincadeiras relata-se a precocidade da musica e da dança na educação dos meninos’’ (p.83). A idade dos sete anos marcava uma etapa importante, era a idade geralmente fixada pela leitura moralista e pedagógica do século XVII para a criança entrar na escola ou começar a trabalhar. A igreja, condenava as praticas de jogos de azar e outros jogos procurando preservar e tentando reparar a moralidade das crianças que antes não existia.Além do jogo, a dança também sofreu criticas da igreja.Porem com o tempo a brincadeira libertou-se do simbolismo religioso e perdeu seu caráter comunitário, tornando-se profana e individual. Ariés descreve algumas passagens de um relato sobre a educação de Luiz XIII, no século XVII,fala sobre as surras que o menino levava suas danças e cantorias com os adultos. Além da igreja outros grupos de leigos rigorosos e dominados pela lei se empenhavam para conter a massa selvagem para civilizá-la. Mas há influencia de alguns humanistas do renascimento admitindo-se a importância dos jogos, assim os jogos foram separados em modalidades, como jogos de azar, por classes sociais com isso havia jogos para os nobres e os plebeus e também separados por idade como crianças,jovens e adultos.
‘’Uma das leis não escritas de nossa moral contemporânea, a mais imperiosa e a mais respeitada de todas, exige que diante das crianças os adultos se abstenham de qualquer alusão, sobretudo jocosa a assuntos sexuais’’ (p.125). A educação praticamente só começava a partir dos sete anos, era como se a educação começasse apenas com a aproximação da idade adulta.ʻʻA prática familiar de associar á criança as brincadeiras sociais dos adultos fazia parte dos costumes da época e não chocava o senso comum ‘’(p.128). Não criavam as crianças na inocência. Segundo Gerson a criança não era originariamente consciente de sua culpa, mas no final do século XVI nasceu a idéia de fornecer a criança edições expurgada de clássicos. Dessa época podemos datar o respeito pela infância, com essa adaptação de livros excluindo-se da linguagem adulta e substituindo os termos complexos por termos coloquiais uma nova etapa importante dando um certo crescimento para que a criança passe a ter mais inocência e menos despudor.Quanto ao pudor os colégios jesuítas introduziram precauções inabituais, especificas em regulamento, com respeito a administração dos castigos corporais.ʻʻEssa ausência de reserva diante das crianças,esse habito de associá-la as brincadeiras que giravam em torno de temas sexuais para nós é surpreendente’’(p.129).
‘’A vida escolástica é consagrada aos aspectos da história da educação que revelam o progresso do sentimento da infância na mentalidade comum: como a escola e o colégio que na idade media eram reservados a um pequeno numero de clérigos de diferentes idades que se tornam no inicio dos tempos modernos um meio de isolar as crianças e adestrá-la graças a uma disciplina mais autoritária para separar as crianças da sociedade dos adultos’’ (p.165). Essa evolução do século XV ao XVIII não deu sem resistências. As escolas particulares se multiplicaram e ameaçaram o monopólio da escola da catedral, os cônegos, para se defender tentaram impor limites nas atividades de seus concorrentes. ʻʻOs contraltos de pensão, espécie de contraltos de aprendizagem pelos quais as famílias fixavam suas condições de ter seu filho escolar,raramente mencionavam a idade do menino’’ (p.166).
‘’Essa evolução da instituição escolar está ligada a uma evolução paralela do sentido das idades e da infância. No inicio, o senso comum aceitava sem dificuldade a mistura das idades.Chegou um momento em que surgiu uma repugnância nesse sentido, de inicio em favor das crianças menores.Os pequenos alunos de lógica e de física e a todos os alunos de artes, embora a idade de alguns deles lhes permitisse exercer fora da escola funções reservados aos adultos. [...]’’
O elemento psicológico dessa estrutura demográfica era a diferença de idade daqueles que compunham, alunos iniciantes geralmente tinham cerca de 10 anos,seus contemporâneos não prestavam atenção achavam natural um adulto desejoso de aprender se misturasse um auditório infantil, pois o que importava era a matéria ensinada, qualquer que fosse a idade do aluno.ʻʻ Vi os estudantes na escola,diz Robert de Sallisburty no século XII. Seu numero era grande. Vi homens de idades diversas’’ (p.167) ou seja, todas as idades da vida, pois não havia palavra para designar o adulto.Está mistura de idades continuava fora da escola. A maior parte dos alunos morava onde podia com o habitante local,tendo vários em cada quarto.Essa promiscuidade de hoje nos surpreende, os medievais eram poucos sensíveis a ele que nem a notavam.Mas alguém poderia sentir a mistura das idades quanto era diferente a própria idade?Assim elas ingressavam na escola, a criança entrava imediatamente no mundo dos adultos.Está confusão tão inocente passava despercebida sendo um dos traços característicos da antiga sociedade, também seus traços mais persistentes.
‘’No século XVII os asilos,passam a institutos de ensino,submetendo os alunos a uma hierarquia autoritária. Finalmente todo o ensino das artes passou a ser ministrado nos colégios’’ (p.169). O colégio tornou-se um instrumento para a educação da infância e da juventude em geral,sendo uma instituição essencial para a sociedade. Se essa mudança fornece o modelo para uma complexa instituição que tornou-se colégio moderno englobando ensino,vigilância e enquadramento da juventude.Esse processo está conectado a nova percepção das idades e da infância.
‘’No inicio do século XV começou-se a dividir a população escolar em grupos de mesma capacidade que eram colocados sob a direção de um mesmo mestre, num local a Itália(p.172).Mais tarde passou a designar um professor especial para cada um dos grupos.Esse correspondeu a necessidade de se adaptarão ensino do mestre ao nível do aluno.Essa preocupação de separação das idades foi teoricamente reconhecida e mais tarde foi afirmada quando já se havia imposto na pratica, após tentativas longas e empírica.
A precocidade que antes estava relacionada ao sucesso,passa a ser repugnante.Duas novas idéias surgem ao mesmo tempo: a noção de fraqueza na infância e o sentimento da responsabilidade moral dos mestres. As três características do novo sistema disciplinar são a vigilância, delação, castigos corporais. O chicote e a espionagem mútua em beneficio do mestre eram humilhantes.Toda criança e jovem que fosse sua condição, eram submetidos a castigos corporais.Os castigos corporais rebaixavam e humilhavam a infância, mas a partir
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