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FANTASIAS INCONSCIENTES

Por:   •  5/1/2018  •  2.061 Palavras (9 Páginas)  •  347 Visualizações

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de sua mãe, essa experiência dolorosa de tensão originou sobre seu comportamento sentimentos destruitivos.

Existe um predomínio da onipotência, não assume suas responsabilidades, por suas atitudes, se esconde e é agressivo; consequência dos episódios ocorridos de frustações dolorosas. João não tem noção a essa vida emocional traumática, desenvolvendo comportamentos referenciados.

Concluímos que com todos impactos agressivos que João sofrera ao longo da vida, poderão ser reconstruídas através do laço afetivo da tia, e com o tratamento psicológico, dando-lhe a possibilidade de se conhecer como ser humano, e lidar com as adversidades da psique.

4. RÊVERIE NA TEORIA DE BION

A obra de Bion, expressa concepções técnicas com uma amplitude digna dos grandes autores da psicanálise. Ele não só se apropriou de todos os recursos teóricos e metodológicos disponíveis no campo da psicanálise, como também propôs novas diretrizes a conceitos já estabelecidos e anteriormente aplicados por Freud.

Tanto na teoria do precursor da psicanálise, Freud; quanto na de Bion, um dos seus principais sucessores; o conceito de vínculo merece lugar de destaque. Ambos os autores reconhecem a importância do vínculo, mas é Bion que mergulha com mais profundidade nesse conceito. O teórico compreende vínculo como estrutura que se concretiza na simbiose relação-emoção, compartilhada por duas ou mais pessoas, ou entre duas ou mais partes separadas de uma mesma pessoa.

Segundo o autor, a experimentação do vínculo acontece ainda na vida pre natal, quando a mulher vivencia um estado êxtase; envolta por sensações singulares, a unicidade está em sua plenitude; a mulher e o bebê tornam se cúmplices de uma trama de ternura, de amor, de amparo, de entrega e identificação. A esse processo considerado primordial para a transformação e evolução do estado psíquico da criança, Bion define de Rêverie.

Para Fernandes (2003, p.44), o vínculo se refere tanto ao mundo interno quanto a relação com a sociedade. O autor cita Zimerman: “... os vínculos são elos de ligação intra, inter e transpessoais e que sempre estão acompanhados de emoções e fantasias inconscientes”.

Para ele, isso se dá através da relação de integração afetiva existente entre a mãe e o bebê; a figura da mãe então representa o objeto externo que dará a representatividade simbólica que a criança necessita para se compreender enquanto outro ser. Depois de introjetar tais percepções, a criança controlará melhoras pulsões, como também terá maior capacidade de suportar as angustias.•.

A ideia de Bion é que desde bebê o sujeito carrega em si a necessidade de relacionar se, seja a objetos, sentimentos ou idéias. Esse mundo sígnico é o estado primitivo da vida do bebê, onde as emoções e percepções ainda não foram resignificadas, o progresso de desenvolvimento da vida psíquica do bebê depende então da função de Rêverie, ele se encarrega de fazer o processo de transposição de um estado imaginário, para estado simbólico. O Rêverie então possibilita que o bebe dê sentido a sua experiência, suporte a perda da onipotência, dose o contato coma realidade.

Para que isso aconteça é necessário que algumas funções maternas estejam bem elaboradas. Uma delas denomina da função alfa, tem como foco principal fazer com que as pressões instintivas, e as representações sensoriais (beta), sejam resignificados, transformando os elementos antes sígnico, em elementos simbólicos. A função Alfa também possibilita transformar estados anímicos insuportável em suportáveis.

O processo de simbolização plena acontece por conseqüência das múltiplas evoluções, pelo qual passa o bebê. Isso se concretiza quando a criança evolui da posição esqui- paranoide para a posição depressiva até que a representação simbólica se traduza pelo pensamento verbal; ganhe maior força de abstração e perca a concretude sensorial, imagética. Esse mundo sígnico é o estado primitivo da vida do bebe, onde as emoções e percepções ainda não foram elaboradas, o progresso de desenvolvimento da vida psíquica do bebê depende então da função de Rêverie.

Quando bem elaborado possibilita que o bebe dê sentido a sua experiência suporte a perda da onipotência, dose o contato com a realidade. Nesse estágio evolutivo o bebe já ultrapassou o que se conhece de equação simbólica, que é a rígida proximidade entre o representante e o representado, passando para a etapa mais elaborada de seu desenvolvimento, que é quando o representando não se faz essencialmente necessário; e o bebê já suporta a ausência do objeto, por já ter alcançado com maior estabilidade a posição depressiva.

A importância do papel materno em todo esse processo é dar suporte nessa transição; estando disposta a criar condições favoráveis para acolher as manifestações da vida emocional do bebê, sendo sensível ao seu anseio por amor, proteção e também acolhendo suas angústias. Isso será o diferencial que fará com que o bebê transponha os percalços existenciais. De posse dessa estrutura construída pela mediação maternal o bebê adquirirá a maturidade psíquica necessária para criar em sua mente uma forma de representar um objeto sem que este esteja fisicamente presente, esse constructo simbólico inaugura na criança a fase depressiva, superando a fase esquizo-paranóide.

Por fim o autor compreende que a criança cuja função de Rêverie foi bem elaborada, terá melhor capacidade de articular suas frustrações e compreender suas angústias, vivenciando de forma menos traumática as separações e perdas, pois introjetou funções mentais eficazes; capaz de resignificar até mesmo as experiências mais insuportáveis e dolorosas da vida.

5. TEORIA DE BION E O CASO DE JOÃO

A história de João é caracterizada por sucessivos abandonos, contabilizando inúmeros traumas. Analisando sua estrutura familiar; há possibilidade de que sua mãe não tenha vivenciado o estado de Rêverie. (a mãe apresentava transtorno de humor e sofria agressões do marido); Pois estar em Rêverie pressupõe experienciar a unicidade, é a maternidade contemplada em sua plenitude. A mãe esta envolta numa atmosfera mágica; de entrega incondicional, o ser em seus ventre é para ela sinônimo de amor, de cuidado, de atenção; todo esse constructo é imprescindível para a formação de uma vida psíquica saudável. Isso certamente foi fator preponderante que justifica o comportamento de João na atualidade.

João vivenciou cesuras dolorosas, (destaca se o fato de ter permanecido por três dias ao

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