O que é o inconsciente ?
Por: Rodrigo.Claudino • 22/10/2018 • 1.675 Palavras (7 Páginas) • 423 Visualizações
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Ao tratar no primeiro momento do inconsciente, Freud, nos apresenta dois tipos de inconscientes, se assim podemos dizer, pois, nomeia o Pcs também como inconsciente, e, compreende-se dessa topografia, que o pré-consciente (Pcs), se apresenta como se conjugado ao inconsciente, e recebe a priori a denominação de barreira de contato, tendo como função uma semelhança com uma peneira que vai selecionar o que pode ou não pode chegar ao consciente.
Portanto, há dois tipos de inconsciente, que ainda não foram distinguidos pelos psicólogos. Ambos são inconscientes no sentido empregado pela psicologia, mas, em nosso sentido, um deles, que denominamos de Ics, é também inadmissível à consciência, enquanto ao outro chamamos Pcs, porque suas excitações — depois de observarem certas regras, é verdade, e talvez apenas depois de passarem por uma nova censura, embora mesmo assim, sem consideração pelo Ics. — conseguem alcançar a consciência. (FREUD, 1900-1901).
O inconsciente é nomeado de conteúdo ausente da consciência, um saber que não se sabe. O conteúdo ausente então fica no centro do estudo da psicanálise, de acordo com Freud, o inconsciente é um sistema psíquico regido por suas próprias leis, não estando a margem ou mesmo abaixo ou obscuro em relação a consciência, pois ambos estão conjugados. Entender o mecanismo psíquico do inconsciente e suas leis é fator preponderante para compreender a psicanálise, cada um dos sistemas descritos por Freud, possui um modus operandi, a priori denominados de processo primário e processo secundário. A esse respeito, é preciso considerar que:
O processo primário, modo de funcionamento do sistema Ics, é caracterizado por dois mecanismos básicos, que são o deslocamento e a condensação. Do ponto de vista econômico, os processos primários e secundários são correlativos dos dois modos de escoamento da energia psíquica: a energia livre ou móvel e a energia ligada. No processo primário, a energia psíquica tende a se escoar livremente, passando de uma representação para outra e procurando a descarga da maneira mais rápida e direta possível, enquanto, no processo secundário, essa descarga é retardada de maneira a possibilitar um escoamento controlado. Isso faz com que no processo secundário as representações sejam investidas de forma mais estável, enquanto no processo primário há um deslizar contínuo do investimento, de uma representação para outra, o que lhe confere o caráter aparentemente absurdo que se manifesta, por exemplo, nos sonhos. (FREUD, apud, GARCIA-ROZA, 2009, p. 200):
Importante ainda explicar de acordo com (GARCIA-ROZA, 2009), que os processos de prazer e realidade são conectados aos processos primários e secundários, sendo o prazer relativo ao Ics primário, justamente por buscar de forma curta e direta a satisfação desse prazer, e o Cs, sofre regulação da realidade, nos obrigando muitas vezes a adiar ou mesmo mudar a rota em busca de satisfação. O inconsciente (Ics), ainda se apresenta com uma característica extremamente importante que é a sua total ausência de temporalidade, sendo intemporal, os conteúdos presentes no Ics, não estão ordenados no tempo e nem sofrem qualquer ação da passagem do tempo, a questão de tempo está relacionada ao Pcs e Cs.
Nota-se, que o que marca o nosso tempo são símbolos ou necessidades construídas, isso do ponto de vista consciente, pois regidos no passado pelo sistema agrário, nossa regulação era par a par com a natureza, os ciclos do plantio e colheita, da noite e dia, as estações do ano, etc., logo novos símbolos de natureza humana se apresentam com poder e dominação, a igreja regula a vida e o tempo pelo badalar de sinos, hora de orar, nascer, morrer, etc., segue-se então o estado como marcado de nosso tempo, regulando nosso tempo diante de leis e normas, e finalmente o capitalismo ditando nossa hora de trabalho e descanso, de almoçar e jantar, de folgas e horas extras, calendários, relógios, eletricidade, são ações humanas na regulação do tempo.
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De acordo com (GARCIA-ROZA, 2009), por mais que Freud apresente essa divisão topográfica da mente, não devemos pensar nela como uma coisa física, como se estivéssemos imaginando uma casa de Três andares, com espaços delimitados e físicos do tipo sala, quarto etc., muito menos uma substancia espiritual, que fique bem claro que não é um lugar e muito menos uma coisa. Quando dizemos que uma representação é inconsciente ou que uma coisa está no inconsciente, somente se pretende dizer essa representação ou coisa está submetida a uma explicação diferente do que você conhece como consciência. O inconsciente então é uma lei de articulação e não o local onde ocorre a articulação. (GARCIA-ROZA, 2009, p. 200)
Em relação a consciência os estudos da psicanálise observa-se um sistema de percepção de consciência, ou seja, o sistema consciente tem a função de receber informações das excitações provenientes do exterior e do interior, essas informações permanecem registradas de acordo com os registros de prazer, desprazer, que essas informações causam. Porém o consciente não armazena estas informações como se fosse um depósito, guarda volumes ou sistema de arquivos. Entretanto, a maior parte das funções perceptivas, cognitivas e motoras do ego, percepção, pensamento, juízo crítico, evocação, antecipação, atividade motora, etc., são processadas no consciente, apesar de sua forma conjugada com o sistema inconsciente, revela que apesar de juntos vivem em contradição ou se contrapondo, sendo o consciente a menor parte dessa capacidade de armazenagem psíquica e ao contrário que se cogitava sobre a consciência, é o inconsciente que dirige a vida psíquica.
Caracterizações do inconsciente:
- Seus conteúdos são representantes das pulsões. Ideia
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