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Candomblés: Espaços de superação da exclusão, das desigualdades e da fome

Por:   •  31/5/2018  •  851 Palavras (4 Páginas)  •  268 Visualizações

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As entrevistas do referido estudo tiveram como foco de pesquisa compreender aspectos da fome, saúde e da doença nos terreiros. Os veículos de comunicação nesses ambientes são os mitos, que desenvolvem uma função de restituição da identidade e composição da personalidade dos iniciados.

O principal mito que enfatiza a situação de superação da fome, é o mito de Exu/Nzila, o qual sempre está envolvido com as dificuldades e possíveis soluções para eles. Resumidamente, o mito conta a história de Exu, o filho caçula de Iemanjá e Orunmilá, o qual desenvolve uma fome incontrolável e come tudo, deixando a aldeia sem alimento. E mesmo depois de morto, sua fome ainda é sentida e então é ordenado que se façam oferendas a ele, primeiramente, depois aos demais orixás, imortalizando assim, seu legado.

A discussão parte do pressuposto da fome, nesse contexto, transcender o biológico, o que me lembra a canção Comida dos Titãs: “A gente não quer só comida/ A gente quer comida/Diversão e arte/A gente não quer só comida/A gente quer saída/Para qualquer parte...”. E realmente se existe fome, principalmente de justiça para com a população negra, como perfeitamente é sintetizada pela autora nessas palavras: “...o Exu dos baianos encontra-se sempre faminto. ”.

Outro ponto interessante para discussão foi identificado na fala de uma das entrevistadas, que expressa sua infelicidade por não ter tido a oportunidade de estudar durante sua juventude. Podemos pensar na importância dada ao saber da educação formal em detrimento de conhecimento de mundo e saberes tradicionais, até mesmo por aquelas pessoas que sobrevivem com seus próprios métodos de prevenção e cura de enfermidades.

A representação simbólica de que a fome e a exclusão não são bem-vindas nos terreiros de Candomblé, é reiterada. Evidencia também a importância da vivência coletiva, envolvendo ajuda mútua e disseminação dos conhecimentos e culto aos orixás, desenvolvendo assim suas estratégias de resistência e sobrevivência. Precisamos é identificar qual é essa fome, para enfim, tentar saciá-la.

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