CLÍNICA DA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Por: YdecRupolo • 23/5/2018 • 2.605 Palavras (11 Páginas) • 359 Visualizações
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RESIDENCIAS TERAPÊUTICAS
Residências terapêuticas destinadas aos internos em instituições psiquiátricas que ficaram internados por um período de no mínimo dois anos e que não querem voltar para suas casas ou não possuem mais família ou a família não os deseja em suas casas. Trata-se de casas residenciais comuns sem as tendências padronizadas de atitudes, repetição e burocratização. Em muitas situações, é necessário que as residências sejam assistidas ou supervisionadas em grau de complexidade que variam com a autonomia e independência dos moradores. Todas as residências terapêuticas estão ligadas ao CAPS.
TIPOS DE RESIDÊNCIAS TERAPEUTICAS:
TIPO I – Pacientes cronificados que ficaram mais de dois anos internados direto, são indivíduos que possuem maior autonomia para viver, faz a própria comida, não usam cadeiras de rodas, tem cuidadores em 2 turnos: manhã e tarde ou só de manhã ou a tarde. Residência com até 8 moradores e com limite de até 3 pessoas por quarto.
TIPO II – Pacientes com alta complexidade, moradores mais idosos, dependentes, com doenças clinicas, que precisam de cuidado 24 horas por dia. Precisam de pelo menos um técnico de enfermagem.
COOPERATIVAS, CENTROS DE CONVIVÊNCIA E EMPRESAS SOCIAIS
As políticas de saúde mental e atenção psicossocial passaram a adotar estratégias mais especificas e concretas de criação de projetos de geração de renda para as pessoas em acompanhamento na rede. Com as cooperativas ou empresas sociais, ou mesmo com projetos de geração de renda, o trabalho deixa de ser uma atividade terapêutica (prescrita, orientada e protegida) ou deixa de ser uma forma de simples ocupação do tempo ocioso ou ainda uma forma de submissão e controle institucional para se tornar uma estratégia de cidadania, de autonomia e de emancipação social.
SAÚDE MENTAL E SAÚDE DA FAMÍLIA
A ESF ( Estratégia Saúde da Família ) é considerada uma das formas de atenção primária em saúde, que tem como foco a família e objetiva reverter o modelo assistencial predominantemente biomédico, centrado na doença e no tratamento. Foco nas ações mais complexas como: lidar com a família, com as pessoas em crise, com a vizinhança, com os atores sociais no território em que vivem.
RUPTURAS E ENCONTROS: Desafios da reforma psiquiátrica Brasileira
Racionalidade médica: Centrada dos fenômenos patológicos, modelo hegemônico da racionalidade medica e no ato prescritivo. Com estratégias que não mudam a lógica deste modelo, com por exemplo, a Oficina terapêutica, ao invés de trabalho vivo, de encontro e criação. É mera reprodução de técnicas e muitas vezes moralizantes e de controle que transforma a potencialidade criativa em trabalho repetitivo, sem sentido e burocrático. E também como estratégias terapêuticas, o isolamento, discursos técnicos e medicalização.
Para romper com estas relações burocráticas é necessário ousar, inventar, correr riscos. A produção de novas relações e a construção de projetos de vida autônoma não se dão em lugares com relações mediadas pelo medo, pela covardia, pelo comum, na mesmice, na mediocridade (sem expressão ou sem originalidade), pouco capaz, sem qualquer talento.
Produzir cuidado por meio do encontro de subjetividades, na perspectiva de uma ruptura epistemológica com as praticas hegemônicas. Significa coragem para correr riscos, abrir-se para as potencialidades produtivas do encontro, do bom encontro. Produção de afetos como sentimento amoroso, mas também como instigação, mudança. Para evitar o desencontro, o ato do cuidado possui uma medida justa. O excesso de cuidado pode sufocar, produzir dependência. O cuidado não pode exceder certo limite correndo o risco de tornar-se assistencialismo, gesto de caridade que transforma o sujeito em um ser incapaz de suprir suas necessidades mais básicas.
O cuidado deve nortear-se pela justa medida de uma ética solidaria. Para poder existir, a solidariedade precisa do respeito, da admiração, do reconhecimento do outro como alguém capaz de reclamar, aceitar ou negar assistência.
Isso se torna importante se considerarmos o CAPS não só como um serviço mas como ampla produção de atos de cuidados que se faz em rede em uma diversidade de estratégias executadas para além das fronteiras do serviço. Isso pressupõe um lugar para alem da doença. Um olhar para as necessidades das pessoas. Entender a saúde como uma produção social e romper limites assistenciais, ousar, ir além.
Se nos colocarmos na perspectiva de uma ruptura com esta racionalidade que determina o lugar do cuidado da loucura como o do isolamento, da exclusão, da disciplinarizacao e também como dispositivo que penetra na sociedade como estratégia de controle, vigilância, domesticação, devemos estar atentos sobre as relações entre a produção de cuidado e o território no qual se inscreve o serviço.
CARACTERISTICAS DO CAPS: Responsabilizar-se sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território. Diz ainda que deverão constituir-se em serviço ambulatorial de atenção diária que funcione segundo a lógica do território. Ou seja, está intrinsecamente associada ao tempo e ao lugar em que esta se constitui. Organizar um serviço substitutivo que opere segundo a lógica do território é olhar,ouvir a vida que pulsa neste lugar.
SUBJETIVIDADE: Está em circulação nos conjuntos sociais de diferentes tamanhos, ela é essencialmente social e assumida e vivida por indivíduos em suas existências particulares.
LÓGICA DO TERRITÓRIO QUE O CAPS COMO ESTRATEGIA DEVE SEGUIR: Território como relação entre o natural e o social. Por um lado, como produção de subjetividades aprisionadas mas também como potencialidades de disrupção, de criação, de novos territórios existenciais de espaço de afirmação de singularidades autônomas, Estabelecer por exemplo, avançar com grupos e movimentos de arte e cooperativas de trabalho para potencializar as ações de afirmação das singularidades e de inclusão social.
RESPONSABILIZAÇÃO: Portaria 336/02: Responsabilizar-se sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território. Esta responsabilização pela demanda implica em duas questões iniciais: atender a crise e não a separação entre a prevenção, tratamento e reabilitação como instancias
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