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A INSERÇÃO DA FAMILIA NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Por:   •  1/9/2018  •  2.196 Palavras (9 Páginas)  •  314 Visualizações

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Mostrar também para a população presente que é possível a inserção desses usuários junto a sociedade, tentar amenizar as formas de preconceito com os mesmos, até mesmo porque, muitas vezes as pessoas sentem esse preconceito e quando passa a ter convívio com os usuário, já tem uma visão diferente do que imaginam.

O projeto tem como finalidade trazer a família dos usuários como participação no tratamento desses pacientes com transtorno mental, fazer com que se exerça um trabalho conjunto, usuários, profissionais e família. Conscientizar também a população sobre as formas de diminuir o preconceito e exclusão de pessoas portadoras de transtorno mental, mostrar que esses usuários são capazes de conviver em sociedade como cidadãos, eles devem ter uma vida social com a população, principalmente com a família, que sabemos que há um certo distanciamento da família com os usuários, sendo que muitas vezes essa exclusão já vem da própria família.

2 JUSTIFICATIVA

Na atenção em saúde mental no Brasil, o modelo hospitalocêntrico vem sendo cada vez mais questionado e, gradativamente, substituído por uma nova forma de cuidado ao indivíduo portador de sofrimento psíquico, na qual a inclusão e a reabilitação social são os eixos que orientam as ações dos profissionais na vertente da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Esta forma de atuação é um movimento que busca substituir a assistência excludente e inadequada que promovia o abandono e a marginalização, por uma rede de atenção integral à saúde mental que visa favorecer a integração social dos portadores de sofrimento psíquico e qualificar a sua existência.

Nesse sentido, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) surgem como dispositivos para uma assistência mais adequada e humanizada. Tais centros, de acordo com a Portaria do Ministério da Saúde Nº 336, de 19 de fevereiro de 2002, caracterizam-se por serem serviços de atendimento comunitário ambulatorial que tomam para si a responsabilidade de cuidar de pessoas, que sofrem com transtornos mentais, no seu território de abrangência.3 Ainda, dispõe que este serviço deve construir seu fazer centrado no acolhimento e no vínculo, comprometendo-se com a construção dos projetos de inserção social, tendo em vista os princípios de cidadania e as possibilidades de cada indivíduo portador de sofrimento psíquico, a fim de minimizar o estigma e promover uma melhor qualidade de vida. Neste documento está presente a importância da inclusão da família no processo terapêutico e a necessidade de o CAPS incluir ações dirigidas a esse público.

O trabalho aqui apresentado tem como embasamento a convivência com usuários do Centro de Atenção Psicossocial-(CAPS), instituição destinada a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-la em suas iniciativas de busca da autonomia. É uma referência no tratamento dos transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, que visa o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Têm um papel estratégico na organização da rede comunitária de cuidados, direcionando as políticas e programas de saúde mental, com intuito de diminuir as internações e mudar o modelo de assistência dispensado ao doente mental.

Entre os princípios éticos fundamentais são trabalhados a defesa intransigente dos direitos humanos compromissados com a inserção dos usuários na sociedade e no núcleo familiar. Os trabalhos são realizados de acordo com a Constituição Federal e SUS, cumprindo serviços relevantes no âmbito de política pública.

Essa proposta de intervenção foi desenvolvida devido à observação durante o estagio perante o preconceito que a sociedade tem em relação aos usuários da unidade e até dos próprios familiares. Foi percebido também que a família delega ao serviço de saúde mental a tarefa de resolver problemas do paciente e, os da própria família e que a mesma não estar preparada e acostumada a lidar com o seu ente adoecido.

Percebendo que a família estava muito dispersa do trabalho com o usuário dentro do CAPS Ie sabemos que a instituição que tem como proposta o atendimento, o cuidar de pessoas que sofrem com transtornos mentais através de projetos terapêuticos e educativos, firmando com a família, responsabilidade e compromisso ético de assistir o indivíduo e o próprio familiar com qualidade e eficiência, e por que não a própria sociedade.

Esse projeto permite mostrar para a sociedade em geral que cuidar do usuário com transtorno mental e seu familiar numa ação interdisciplinar e humanizada não se limita ao espaço físico da instituição, podendo acontecer no âmbito do próprio serviço, nos espaços de vida, de circulação, e de sociabilidade do sujeito e que a participação efetiva do usuário é fundamental para o processo de construção do projeto terapêutico.

Por isso, propor esse projeto interventivo no CAPS I é resgatar hábitos de socialização, autocuidados, conhecimento sobre a doença e desenvolvimento de habilidades cognitivas, é incluir ações dirigidas aos usuários e familiares como comprometimento dos projetos de inserção social, respeitando as possibilidades individuais e princípios de cidadania que minimizem o estigma e promovam a melhoria da qualidade de vida.

Esse projeto permite incluir socialmente os usuários que chegam até a Instituição em busca do melhor atendimento, visto que esse é o local que possui o papel de orientar, informar quanto às rotinas e serviços oferecidos, além de estimular a integração e troca de experiências entre famílias que compartilham problemas comuns.

Esse trabalho está direcionado principalmente aos familiares dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial, pois sabemos que a inserção da família no tratamento é um elemento indispensável para a reforma psiquiátrica, quando se pensa o redirecionamento da assistência em saúde mental com ações e procedimentos que visem a reintegração familiar, social e profissional, bem como uma melhoria na qualidade de vida da pessoa com transtorno mental e do familiar.

No entanto, sabermos que a convivência com uma pessoa com transtorno mental, causa sobrecarga, e esta se realiza no ato de acompanhar seus entes em tratamentos e de cuidar deles no dia a dia. A sobrecarga familiar é compreendida em objetiva e subjetiva, a primeira se refere às conseqüências negativas concretas e observáveis resultantes do papel de cuidador, tais como perdas financeiras,

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