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Bateria Psicomotora

Por:   •  6/2/2018  •  4.736 Palavras (19 Páginas)  •  635 Visualizações

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De acordo com a Sociedade de Psicomotricidade Brasileira, (apud Alves, 2012, p.17) a psicomotricidade “é a ciência que tem por objetivo o estudo do homem através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e externo”.

Portanto a Psicomotricidade é caracterizada pelo movimento organizado que representa uma ação realizada pelo homem a partir de suas experiências e o resultado depende do seu ambiente social, ou seja, sua influencia social e desenvolvimento psíquico.

Segundo Alves (2012) de uma maneira estatística, a motricidade pode ser definida como resultado da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta á estimulação sensorial, enquanto o psiquismo poderia ser considerado como o conjunto de sensações, percepções, imagens, pensamentos, afeto e etc.

A Psicomotricidade tem o homem como objeto de estudo em seu corpo e movimento dessa forma envolve outras áreas de atuação como na educação e saúde. Na prática pedagógica tem como objetivo inserir a criança no processo de aprendizagem e interação social.

A escola tem papel fundamental no desenvolvimento no sistema psicomotor da criança, principalmente quando a educação psicomotora for trabalhada nas séries iniciais. Pois é na Educação Infantil, que a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal (Rossi, 2012, p, 02).

Fundamentação Teórica

A Bateria Psicomotora segundo Fonseca é um instrumento baseado em um conjunto de tarefas que permite detectar déficits funcionais em termos psicomotores (2012, p 90). Com as suas limitações à bateria apresenta uma analise Psicomotor ajudando a compreender problemas de comportamento e de aprendizagem da criança de 4 a 12 anos (Fonseca, 2012, p.90).

“Fonseca (apud, Fonseca 1976) um instrumento de identificação de sinais psicomotores, e não um exame neurológico, porque não possui informação pormenorizada para apurar um diagnostico neurológico especifico. Não é um instrumento que visa substituir os exames neurológicos ou psicológicos padronizados: trata-se de um instrumento de observação que procura captar a personalidade psicomotora da criança (Fonseca, 2012, p.90)”.

Portanto a bateria analisa qualitativamente os sinais psicomotores comparando-os com as funções dos sistemas básicos do cérebro, subtraindo sua aplicação clínica, consequentemente, significações funcionais que possam explicar o potencial de aprendizagem da criança observada (Fonseca, 2012, p.91).

A BPM apresenta sete fatores importantes para compreender o nível de desenvolvimento e aprendizagem da criança. As repostas das crianças são analisadas em forma de cotação partir dos seus comportamentos e exercícios realizados. Fonseca apresenta para cada cotação uma definição apresentada abaixo.

Para a cotação 1 “(apraxia): ausência de resposta imperfeita, incompleta, inadequada descoordenada (muito fraco e fraco; disfunções evidentes e obvias, objetivando dificuldades de aprendizagem significativas” (Fonseca, 2012, p.96).

Para a cotação 2 “(dispraxia): realização fraca com dificuldade de controle e sinais desviantes (fraco, insatisfatório; disfunções evidentes e obvias, objetivando dificuldades de aprendizagem)” (Fonseca, 2012, p.96).

Para a cotação 3 “(eupraxia): realização completa, adequada e controlada (bom; disfunções indiscerníveis, não objetivando dificuldades de aprendizagem)” (Fonseca, 2012, p.96).

Para a cotação 4 “(hiperpraxia): realização perfeita, precisa, econômica e com facilidades de controle (excelente, ótimo; objetivando facilidades de aprendizagem)” (Fonseca, 2012, p.96).

Para a realização da BPM utilizamos os exercícios que compõem a bateria psicomotora de Fonseca (2012) dividida em tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia global e praxia fina, onde cada um desses fatores possuem subfatores. A seguir uma descrição sobre cada um desses fatores definidos por Fonseca (2012) realizados nos exercícios com a criança.

1-Tonicidade

A tonicidade constitui os músculos responsáveis pelas funções biológicas e psicológicas, também pela comunicação social não verbal. E ela que permite que o ser humano mantenha-se em pé por um longo tempo sem sensação de fadiga (Fonseca, 2012, p. 111).

Segundo Fonseca (2012):

No âmbito da organização da psicomotricidade, o fator da tonicidade é o seu alicerce fundamental. A tonicidade garante, por consequência, as consequência, as atitudes, as posturas, as mínimas, as emoções etc., de onde emergem todas as atividades motoras. A tonicidade tem um papel fundamental no desenvolvimento (p.110).

1-1. Extensibilidade

Para avaliar a resistência ao alongamento, isto é, ao afastamento de dois segmentos ósseos unidos pela mesma articulação, é maior nos músculos flexores do que nos extensores (Fonseca, 2012, p.114). Na extensibilidade é analisada a resistência do alongamento ósseo unidos pela mesma articulação.

Nos exercícios dos membros inferiores, explora-se a extensibilidade dos seguintes músculos: (adutores, extensores da coxa e quadricípete femural). Nos membros superiores, mais relacionados com o desenvolvimento da preensão, explora-se a extensibilidade dos seguintes músculos: deltoides anteriores e peitorais, flexores do antebraço e extensores do punho (Fonseca, 2012, p. 114, 115).

O procedimento que utilizamos na exploração dos membros inferiores foram a analise do alongamento de ambas as pernas, estendidas ao máximo possível, a observação dos extensores da coxa avalia a extensibilidade do ângulo poplíteo. E por fim a observação do quadricípete femural avalia a ângulo formado pela perna e pela coxa e a altura dos pés em relação ao solo ( Fonseca, 2012, p. 115).

1-2. Passividade

A passividade é a capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas extremidades distais (mãos e pés) perante mobilizações, oscilações e balanços ativos e bruscos introduzidos exteriormente pelo observador (Fonseca, 2012, p. 119).

A passividade é analisada em função dos movimentos introduzidos do exterior, por meio de deslocamentos exógenos assistidos pelo observador, que visam provocar a sensibilidade do peso dos membros e dos movimentos passivos nas extremidades distais da criança observada (Fonseca, 2012, p. 119).

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