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Atuação do Psicólogo na Oncologia

Por:   •  19/2/2018  •  2.211 Palavras (9 Páginas)  •  244 Visualizações

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A necessidade de especialização é um fato para que o profissional tenha conhecimento teórico e técnico de acordo com o contexto onde está inserido. O psicólogo hospitalar irá atuar com o paciente, a família e a equipe de saúde em busca do bem estar.

O paciente quando internado em um hospital perde sua identidade sendo identificado por sua patologia, estando em uma situação de completa fragilidade, a psicologia busca dar voz a subjetividade do paciente, devolvendo o que a medicina lhe tira, o lugar como sujeito. O psicólogo não trabalha sozinho ele está inserido em uma equipe multidisciplinar, ou seja, um trabalho que busca a troca de informações entre os profissionais da equipe.

Hospital não é um local adequado para atendimento, mas para o psicólogo hospitalar é o seu ambiente de atuação, seja no leito ou no corredor do hospital, sem nenhuma privacidade, o psicólogo deve atuar usando sua criatividade para adequar da melhor forma suas atividades.

O objetivo principal é fazer com que o paciente possa expressar suas emoções seja através de palavras, gestos, que ele consiga expor seus medos e angústias participando do seu processo de adoecimento. Muitos pacientes mesmo com toda a questão negativa tem uma boa estrutura e não necessitam de atendimento psicológico outros com o Ego mais fragilizado necessitam de suporte e este é o papel do psicólogo.

Os familiares também sofrem com a doença e necessitam de apoio psicológico, é importante que ele possa expor seus sentimentos para saber lidar melhor com a situação emocional, poder falar proporciona melhor enfrentamento e estreitamento dos vínculos familiares.

A equipe de saúde está o tempo todo lidando com a possibilidade de morte, o que muitas vezes gera um sentimento de limitação, esse dia a dia estressante faz com que o profissional utilize defesas que podem gerar comportamentos prejudiciais na relação equipe, pacientes e familiares. O psicólogo pode atuar em conversas durante o expediente, ou através de situações específicas quando solicitado. Lembrando, que o psicólogo também faz parte da equipe e está sujeito à mesma rotina estressante, lidando com sua própria limitação e a do outro, sendo necessário que ele esteja capacitado e pronto para atuação, o psicólogo com seus sentimentos mal resolvidos pode transmitir para o paciente os mesmos sentimentos, o psicólogo deve manter seu lado humano, compreender para poder ajudar pessoas que estão sofrendo diante de tais situações.

O objetivo principal é o cuidado para proporcionar qualidade de vida ao paciente, valorizando os aspectos emocionais de cada um através da abordagem psicossocial e cuidados paliativos não esquecendo a questão religiosa. A religiosidade e a espiritualidade são aliadas importantes para pessoas que se encontram enfermas.

A Psico-oncologia no Brasil

O movimento da Psico-oncologia no Brasil estruturou-se a partir da reunião dos profissionais da saúde em eventos direcionados ao desenvolvimento da área.

O primeiro “Encontro de Psico-oncologia” aconteceu em 1989 em Curitiba, o segundo em Brasília e o terceiro em São Paulo, denominado Congresso Brasileiro de Psico-oncologia; em seguida os congressos de Salvador e Goiânia. Percebeu-se que o amplo número de profissionais presentes e a seriedade dos trabalhos expostos comprovou uma grande ampliação deste campo em nosso meio.

A comissão organizadora do congresso em São Paulo criou então um curso de extensão em Psico-oncologia no Instituto Sedes Sapientiae em 1993; este evoluiu para um curso de especialização em Psico-oncologia, em 2 anos, no mesmo instituto, que teve início em 1998.

Ainda que a Psico-oncologia seja de atuação multidisciplinar, no Brasil ela tem sido ampliada principalmente por psicólogos. Prova disso é que cerca de 70% da frequência aos congressos e a maioria do apoio a estes tem sido de psicólogos.

O apoio psicológico às famílias tem sido considerado como essencial. A comunicação entre pacientes e familiares, bem como a ajuda que os familiares possam dar ao paciente, têm sido considerados de maior importância para os pacientes. Já os profissionais de saúde que acolhem os pacientes oncológicos, responsáveis por tratamentos invasivos, mutiladores, agressivos, que infringem grande sofrimento e nem sempre levam à recuperação e cura, também carecem de apoio psicológico. Estes profissionais de saúde apresentam um elevado grau de estresse.

Os desafios

Os seguidores do padrão biomédico rejeitam qualquer tentativa de encontrar inter-relações psicossomáticas na origem e no processo de câncer. Caso haja depressão e ansiedade no quadro clínico do paciente, os psiquiatras seguidores da Psiquiatria Biológica tratam com medicamentos e rejeitam o apoio psicoterápico. Para estes, a Psiquiatria Psicodinâmica não é realmente uma Psiquiatria Médica.

Esta visão entre diversos estilos teóricos tem impedido uma visão integrada do homem e a conexão de tratamentos. O diagnóstico do câncer tem habitualmente um efeito devastador e os processos emocionais desencadeados nestes pacientes demandam um profissional especializado, o que leva à especificidade da Psico-oncologia e a diferença da Psicologia Hospitalar.

Os processos emocionais desencadeados são vários: a Problemática intrapsíquica – ansiedade, depressão, medo, raiva, revolta, insegurança, perdas, desespero, mudanças de humor e esperança; a Problemática Social – isolamento, estigma, mudança de papéis, perda de controle, perda de autonomia; a Problemática relacionada ao câncer – processo da doença, mutilações, tratamentos, dor, efeitos colaterais, relação problemática com o médico. E todos eles evidenciam a importância do apoio psicológico.

O prognóstico do câncer é um dos pontos mais críticos e desafiadores para os oncologistas. São conhecidos casos com prognósticos de pouco tempo de vida e que alcançaram uma sobrevida longa e que chegaram a se curar. Pacientes quando questionados de como eles entendiam o fato de terem sobrevivido além das expectativas médicas. E as respostas eram muito parecidas: eles tinham uma motivação para viver. Por exemplo, a espera do casamento da filha, ou da sua própria formatura em uma faculdade ou o desejo de melhorar a situação financeira para deixar a mulher amparada.

Todos estes enigmas de previsão do processo oncológico têm levado os médicos mais cautelosos a apenas prognosticarem a porcentagem de probabilidade de metástases e de volta da doença. Ficam evidentes as lacunas do conhecimento do que verdadeiramente

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