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Atps Comportamental Etapa 3

Por:   •  28/2/2018  •  3.591 Palavras (15 Páginas)  •  374 Visualizações

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Wielenska (2001) aponta que o paciente descrevia um relativo alívio q sucedia os rituais, caracterizando uma contingencia de reforçamento negativo de respostas de fuga e esquiva, e que após demonstrarmos a interrupção entre todo o trabalho que o ritual demandava e o possível benefício obtido chega a hora de propor ao paciente caminhos para o tratamento do Transtorno e dos demais aspectos necessários. O tratamento segue a ideia que o paciente precisara correr os riscos potenciais que evita ao emitir esquivas e rituais, o terapeuta não tenta impedir o paciente de ter os pensamentos, mas leva o paciente a viver o que esquiva de sentir.

Além da análise do histórico e antecedentes e do desenvolvimento de uma boa Análise Funcional vimos que a questão social e principalmente a questão familiar é de extrema importância para o tratamento do paciente com Transtorno Obsessivo Compulsivo. A família do paciente, ou as pessoas ligadas a seu microssistema são diretamente afetadas pelos comportamentos inadequados do paciente, e acabam por desenvolver uma Escala de Acomodação Familiar.

Segundo Guedes (2001) Através da Terapia Comportamental e da Análise Funcional podemos perceber que os comportamentos gerados no TOC possivelmente têm repertórios mantidos por reforço negativo – fuga esquiva, então além de compreender sua origem devemos compreender também as variáveis que as mantem. A família tem influência direta na dinâmica destes comportamentos pois, sem saber como agir, sem uma instrução mais específica, acabam adaptando sua própria rotina a fim de aliviar o sofrimento do paciente, e também , afetados pelo comportamento do paciente, se veem estressados pela mudança na rotina e muitas vezes agem com incoerência, ora concordando e adaptando seu próprio cotidiano, ora indo contra todos os comportamentos do paciente e gerando discussões e angustias em ambas as partes.esse padrão inconsistente na acomodação familiar acaba por gerar um reforço no comportamento do paciente.

De acordo com Guedes (2001) a longa exposição da família aos comportamentos obsessivos compulsivos do paciente ameniza os impactos destes sobre ela e pode ir piorando o quadro gradativamente, além do que pode condicionar a família a certos comportamentos ao ponto desta não perceber mais aqueles comportamentos como alteração, pois já estarão inseridos na dinâmica familiar.

Guedes (apud Sidmam 1995) mostra que reforço negativo ou contingências de fuga/esquiva levam as pessoas a um estado de estresse continuo que as deixam temerosas e angustiadas diante das mudanças ou novidades.

Todos estes aspectos nos mostram o quanto o aspecto social é de extrema relevância para o tratamento do Transtorno Obsessivo Compulsivo e que devemos considerar de “maneira exaustiva as relações entre família e paciente” (Guedes 2001) pois elas podem tanto impulsionar o tratamento para uma melhora como interferir negativamente no desenvolvimento do tratamento.

ATPS etapa 4 - Elaboração de Artigo

INTRODUÇÃO

Por mais que tenhamos cada vez mais estudos acerca do tema, o Transtorno Obsessivo Compulsivo ainda é uma doença que traz diversos questionamentos. Por trazer sintomas parecidos a outras doenças sua comorbidade é muito grande e a confusão e demora no diagnóstico se torna inevitável, até sua própria caracterização nos manuais e documentos normativos sobre doenças possuem relevantes diferenças, no DSM- IV o transtorno é caracterizado como um “Transtorno de ansiedade”, já no CID-10 o mesmo é caracterizado como um “transtorno neurótico relacionado ao estresse e somatoforme”, separando assim dos transtornos de ansiedade. Ao longo do tempo o transtorno já foi confundido com depressão, fobias, síndrome de Tourette, transtornos delirantes e esquizofrênicos entre outros. Apesar de toda uma história de negligência social e acadêmica da doença hoje já encontramos estudos recentes que elucidem a caracterização da doença e a Organização Mundial de Saúde já a reconhece como uma das dez doenças em causa de incapacitação social.

Mesmo com fatores e sintomas tão heterogêneos podemos chegar a algumas definições e conclusões sobre a doença. O TOC é caracterizado pela ocorrência de obsessões e/ou compulsões. As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens mentais recorrentes, intrusivos e desagradáveis, reconhecidos como próprios e que causam um alto nível de ansiedade e mal-estar. Uma importante característica deste transtorno é que tais obsessões são de origem egodistônica, ou seja são comportamentos e atitudes que contrariam e pertubam a própria pessoa, o contrario do que ocorre em doenças paranóides onde os comportamentos são egossintônicos, comportamentos que estão de acordo com o próprio sujeito. Somente em fases mais severas os comportamentos distônicos passam a ter sintonia com o sujeito. Além das obsessões, o transtorno também pode vir acompanhado de compulsões, se as obsessões causam ansiedade e mal estar, as compulsões são atos mentais repetitivos que buscam aliviar a ansiedade causada pela obsessão. Mas por mais que a compulsão traga um certo alívio para a obsessão ela não é um ato prazeroso, já que o sujeito se torna um escravo de tal ato. Na maioria dos casos, há múltiplas obsessões e compulsões simultâneas e não sintomas únicos, e os pacientes mudam de tema ou sintoma com o passar do tempo. (TORRES, SMAIRA 2001)

As obsessões e compulsões do transtorno podem ser fundadas por três características básicas, a avaliação exagerada de riscos, a dúvida patológica e a sensação de incompletude. O individuo expressa seus medos por acidentes, doenças (própria de de outros) e contaminação através dos comportamentos mentais obsessivos e/ou compulsivos, tais comportamentos podem ser as obsessões de contaminação por uma doença especifica, as compulsões por verificação, contagem, rituais de colecionamento ou lavagem e simetria. O individuo acometido da doença carrega um peso insuportável de culpa e dúvida o mesmo também mantém sua capacidade crítica reservada, sendo afetada apenas em casos e fases mais graves. Por essa autocrítica se manter preservada o individuo tem a total noção do exagero de seus atos se sentindo envergonhado por tal e na maioria dos casos agindo em segredo, camuflando os sintomas e comportamentos, o que torna o diagnóstico e tratamento ainda mais demorados. O TOC acomete tanto homens quanto mulheres, porém de acordo com estudos, em homens a ocorrência dos sintomas se desenvolve mais cedo, sendo a média masculina para ocorrência de sintomas de 16,2 anos e a feminina 19 anos.

O transtorno

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