Análise Laranja Mecânica
Por: Juliana2017 • 5/3/2018 • 1.168 Palavras (5 Páginas) • 855 Visualizações
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R- Não. Diversas falhas éticas ocorreram: Alex foi submetido a um experimento sem ter esclarecimento sobre os procedimentos utilizados e suas possíveis consequências, nenhum termo de consentimento livre e esclarecido foi apresentado; Alex não teve poder de escolha sobre parar o tratamento; não teve acompanhamento médico adequado e foi exposto desnecessariamente pela imprensa. Além disso, o método não tinha como objetivo realmente a promoção de saúde mental, e sim tratava-se de interesses políticos.
5. Como você avalia o uso do condicionamento respondente no Caso Alex do ponto de vista das mudanças no seu comportamento e da duração dessas mudanças?
R- De fato os comportamentos de Alex foram modificados, o condicionamento respondente gerou a diminuição dos atos violentos realizados por Alexander. No entanto, essa modificação apenas advinha da sua incapacidade de realizá-los, por razões fisiológicas, e não por sua vontade e compreensão de regras morais. No fim do tratamento, Alex foi reinserido na sociedade na posição oposta a que ocupava. Se antes era agresssor, passou a ser agredido. O experimento, que já demonstrava enfraquecimento com o passar do tempo, incipiente, não foi efetivo, de fato.
6. Como se deu a reversão do processo de Condicionamento de Alex? De acordo com a teoria do condicionamento respondente isso é possível? Explique.
R- Sim, através do processo de extinção respondente. Após a tentativa de suicídio, ao ser exposto ao estímulos condicionados sem a presença do estímulo incondicionado há a extinção gradual, assistemática, de sua função eliciadora sobre a resposta condicionadas. Também é possível a reversão por questões biológicas, tendo sido realizada uma cirurgia por conta do trauma devido à queda.
7. Quais são as críticas dirigidas para a Psicologia e para a sociedade no filme?
R- A Psicologia, principalmente a abordagem behaviorista e sua modificação de comportamentos, é criticada como uma ciência que pode despersonificar e padronizar o indivíduo, moldá-lo, prever e manipular seus atos, desvalorizando seu contexto e subjetividade, ignorando seus valores internos e a ética humana. A Psicanálise, que aparece de forma bem mais disfarçada, também é criticada como uma área elitizada.
A sociedade é retratada e marcada pela desigualdade, hipocrisia e corrupção, com ênfase na política, religião e família. O governo, com sua política e polícia corruptas, assim como a mídia, que supervaloriza os bens de consumo, como a família, onde há pouco envolvimento e hipocrisia, como é também retratado na religião, produzem sujeitos egoístas, interesseiros e individualistas.
8. Qual a visão de homem apresentada no filme?
R- A visão passiva determinista e dualista. O homem é um ser passivo, sem poder de escolha, seus comportamentos são determinados pelos estímulos do meio em que está inserido, produtos de certos contextos. É objetificado, podendo ser mensurado e condicionado, programado pela sociedade, como um homem mecânico. Assim como pode ser moldado pela sociedade ou guiado por seus instintos, alienado e inclinado à violância, é também dualista por manifestar uma vontade pelo organismo e, pela mente, outra, como no caso de Alex em diversas cenas do filme.
9. Como a adolescência está representada no filme?
R- A juventude do filme é marcada pela rebeldia, delinquência, falta de controle e moralidade, pela negligência da sociedade e busca de transgressão aos paradigmas sociais.
10. Ao fim do filme, Alex considera-se “curado”. Qual a sua opinião sobre isso?
R- Não há evidências da cura de Alex. O filme mostra diversas vezes que a modificação de seu comportamento deu-se pela impossibilidade do seu organismo de manifestar suas vontades. Porém, com a reversão do tratamento, os estímulos de violência voltam a eliciar as mesmas respostas. Desse modo, pode-se considerá-lo curado se isto implica que ele não sofra mais com os efeitos que impossibilitavam a manifestação de suas vontades; mas não caso implique que ele não comporte-se como antes, de maneira cruel, porque o filme indica essa a maior possibilidade, embora, adulto, certamente o faça de maneira mais cuidadosa e disfarçada.
Bruna de Sousa Carvalho, aluna do terceiro bloco de Psicologia da UESPI.
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