ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO DOSSIÊ GLOBALIZAÇÃO
Por: Carolina234 • 5/1/2018 • 1.781 Palavras (8 Páginas) • 392 Visualizações
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Freud chegou à conclusão que o indivíduo não pode ser feliz na civilização moderna. O mundo é hostil às necessidades humanas, para tudo que é bom e prazeroso exigem-se trabalhos penosos e sofrimentos. A manutenção da civilização exige que os indivíduos trabalhem, e o homem, através de uma repressão social se vê obrigado a trabalhar.
A exemplo da organização japonesa que [...] Apesar do privilégio do emprego garantido, o núcleo de trabalhadores permanentes nem por isso deixa de sofrer a pressão. (GORENDER, 1997)
A sociedade industrial, a competitividade, o consumo desenfreado, o desemprego, a violência, a dinâmica das transformações sociais e dos valores, a adaptação do indivíduo às exigências da vida são os principais fatores que produzem o mal-estar na civilização.
De acordo com os pesquisadores da saúde do trabalhador, o assédio moral, terminologia que define a presença de relações perversas que fazem adoecer os trabalhadores, é conhecido internacionalmente por diversas expressões. Na França, hercélement moral; na Inglaterra, bullying; nos Estados Unidos, harassment e no Japão ijime.
As voltas com essa relação perversa e contínua, o trabalhador acaba por manifestar, no trabalho, sintomatologias muito caricatas, mais relacionadas à intensidade e à duração da agressão do que propriamente às estruturas psíquicas. Quer esta pessoa seja histérica, obsessiva ou fóbica, o que vem à tona, de imediato, é um quadro peculiar a todos os traumatismos psíquicos, acompanhado, não obstante, de um traço de interrogação, de dúvida: "é mesmo verdade ou estou enlouquecendo?". (HIRIGOYEN, 2002, p. 157).
Durante muito tempo as emoções foram consideradas desfavoráveis para o bom desempenho no trabalho. Porém, estudos na área revelaram que emoções e afetos no trabalho podem facilitar o clima de bem estar atuando na saúde do trabalhador. Além disso, não se pode ignorar tal assunto, já que o indivíduo passa boa parte de sua vida em ambientes laborais, modificando esse meio e sendo modificado por ele.
Os estudos sobre as variáveis que afetam a percepção no trabalho iniciaram na década de 30, quando inicialmente pensava-se que os insatisfeitos no trabalho eram as pessoas que tinham tendência ao desajustamento emocional. Mais tarde, os estudos foram baseados em métodos estruturados que não consideravam os aspectos qualitativos. Atualmente sabe-se que as emoções e os afetos têm um papel importante na história da humanidade.
Em uma perspectiva biológica, o principal papel da emoção era de ajudar na garantia de sobrevivência ativando o sistema fisiológico, que por sua vez, desencadeava respostas no indivíduo levando-o a execução de ações específicas para manutenção de sua vida. As emoções são consideradas também como um fenômeno subjetivo, expressão demarcada pela cultura e costumes de um povo.
Por ter esse caráter subjetivo, as emoções eram evitadas em ambientes de trabalho, assim, primava-se pela razão. No entanto, sabe-se que há uma relação de interdependência entre emoção e razão. Não se pode negar que há razão e emocionalidade nas relações interpessoais nos ambientes laborativos, esses dois elementos dão qualidade às relações no trabalho, pois, os indivíduos são seres de relações que interferem diretamente na formação da identidade, então, formas de convivência humana que atentem contra os relacionamentos entre indivíduos, é fonte de mal-estar. Ou seja, deteriorações nas relações interpessoais podem produzir deterioração das relações sociais, das relações inter e intra-organizacionais. (LEITÃO et al, 2006)
Outro aspecto importante para o bom desempenho nas organizações é a condição ambiental na qual o indivíduo exerce suas atividades, pois, tal condição é importante na manutenção do humor e afetividade do trabalhador.
As organizações podem ser concebidas como um processo psicossocial em permanente construção que influenciam na saúde e no bem-estar.
As perspectivas teóricas confirmam que não se deve considerar o trabalho como um processo de execução de tarefas, mas sim como uma forma de crescimento e realização profissional.
É Recomendado que bem-estar no trabalho deva ser compreendido como um construto psicológico multidimensional, conectado por vínculos afetivos com o trabalho e com a empresa. Estudos mais recentes têm trago definições para este vínculo os relacionamentos com as chefias e com os colegas de trabalho, o salário pago, a política de gestão da organização e as tarefas realizadas.
O conceito de bem-estar no trabalho é avaliado através do comprometimento afetivo que o indivíduo tem pela organização, o qual propicia vivências positivas e prazerosas.
Sabe-se que o olhar direcionado apenas para os resultados e objetivos finais da organização aponta a preocupação racional com o efeito e retorno que este deve proporcionar, no entanto as emoções e os afetos são fatores que cooperam para uma qualidade no trabalho e nas relações humanas.
Sendo assim, não se pode negar a procura pela racionalidade no foco organizacional, nem se pode negar a importância das emoções nesse contexto. Deve haver um equilíbrio entre a razão e a emoção dentro das organizações para que haja uma melhoria no desempenho entre funcionários e gestores, consequentemente aumento da produção, qualidade no trabalho e ganhos para a empresa.
De acordo com o que foi apresentado, durante muito tempo as emoções não faziam parte do ambiente de trabalho, como também eram consideradas prejudiciais para esse ambiente. O pensamento racional é o que perpetuou por muito tempo, o homem era visto como uma máquina, produção em massa, tinha que gerar lucro para a empresa. Essa realidade aos poucos vem se modificando. O controle autoritário, rígido pode trazer prejuízos às empresas. O equilíbrio entre a racionalidade com aspectos afetivos contribui para um melhor desempenho dos funcionários, gerando assim maior produtividade e satisfação. Ou seja, as “emoções estão presentes nas relações de trabalho e influenciam bastante no desempenho dos funcionários. [...] as condições ambientais do trabalho são também aspectos importantes na manutenção do humor e afetividade.” (ÂNGELIS et al., 2012)
O profissional que atua como psicólogo organizacional deve trabalhar de forma que cuide do equilíbrio emocional das pessoas, desde a gestão, quanto dos funcionários, o trabalho para ser eficiente, deve começar desde os gestores, fazendo uma inter-relação e integração entre os membros
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